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Posts Tagged ‘Geografia’

1O desenvolvimento das telecomunicações aumenta os fluxos de informação e dinamiza as relações internacionais, tendo diminuído as vertentes distância-tempo e distância-custo. As TIC constituem um instrumento de desenvolvimento económico e de coesão social, desenvolvendo um novo conceito de espaço, designado por ciberespaço, onde a interação entre pessoas e empresas de todo o mundo é cada vez maior.

Assim, o desenvolvimento das TIC tem um papel muito importante na sociedade atual, por facilitar as relações interterritoriais e dinamizar as atividades económicas.

Em Portugal, têm-se realizado progressos significativos relativamente à criação de infraestruturas e à difusão das redes de telecomunicação.2

Os contrastes na repartição espacial das redes de telecomunicação coincidem com os contrastes na distribuição da população, sendo que a maioria se encontra no litoral. Porém, todo o território está coberto pelas redes de serviços essenciais, o que permite a toda a população o acesso à informação e internet.

Desta forma, Portugal encontra-se conectado ao resto do mundo através de serviços internacionais de comunicação por satélite e por uma rede de cabos submarinos de fibra ótica, o que permite a realização de contactos mais rápidos e baratos com a maioria dos países.

3O desenvolvimento tecnológico exige uma sociedade onde o conhecimento é um valor fundamental que deve promover a criação de emprego e riqueza, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento social. Nesse âmbito, a política comunitária adotou iniciativas como a Iniciativa Internet, em 2000, que visava o crescimento acelerado do uso da internet e constituiu um instrumento complementar do Programa eEuropa, o Programa Operacional Sociedade do Conhecimento e o Programa Ligar Portugal, todos com o objetivo de dotar Portugal dos meios e saberes necessários para responder aos desafios da nova sociedade da informação. Atualmente, seguindo as orientações da Agenda Digital para a Europa,  Portugal definiu e aprovou, em 2012, a sua própria Agenda Digital. Esta visa contribuir para o desenvolvimento da Economia Digital e da Sociedade do Conhecimento, preparando o país para um novo modelo de atividade económica.

Alice Santos, 11º D

Imagens retiradas da plataforma Flickr:

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No âmbito da disciplina de Geografia os alunos das turmas  D e E do 11º ano visitaram nos dias 12 e 19 de janeiro a exposição  “Ver Almada Crescer“, patente no Museu da Cidade de Almada, acompanhados pelos professores  Fátima Campos e João Melo.

Os alunos percorreram exposição ouvindo as explicações dadas pelo Dr. João Valente que abordou conceitos que implicam com o espaço/tempo/sociedade/na construção de uma cidade.

A visita de estudo permitiu aos alunos compreender que quer o aumento da dimensão espacial da cidade de Almada, quer o aumento da população urbana se devem, em grande parte à modernização e especialização dos transportes, o que explica a importância crescente das áreas urbanas na organização do espaço e das atividades económicas.

Maria de Fátima Campos

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Recordam-se de terem lido os aspetos relacionados com as «ÁREAS URBANAS – DINÂMICAS INTERNAS», na disciplina de Geografia A, que foram abordados no nosso Jornal em artigos anteriores?

Pois é!

Ficámos de vos mostrar de que modo a Geografia nos explica a importância do estudo das CIDADES e das CONDIÇÕES DE VIDA URBANA, na melhoria da qualidade de vida da população em Portugal.

E estamos a cumprir o prometido!

Leonett Abrantes (prof. de Geografia)

Ao estudarmos estes Conteúdos Programáticos, a nossa Professora Leonett Abrantes propôs-nos um trabalho que refletisse as condições de vida urbana, incidindo nos seguintes aspetos:

  • Quais os problemas inerentes às condições de vida urbana?
  • Quais as medidas de recuperação da qualidade de vida urbana?
  • Que importância assume o Programa POLIS na recuperação da qualidade de vida urbana?

 Queres conhecer um pouco mais destes aspetos?

Nas áreas urbanas, principalmente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, verificam-se alguns problemas que afetam a população. O excessivo crescimento da população e a ausência de planeamento de expansão das cidades para as periferias traz efeitos sociais e ambientais negativos. Numa primeira fase, fase centrípeta, as cidades foram polos de atração da população rural, alimentando uma tendência para a concentração da população e das actividades económicas nos centros urbanos.

Posteriormente, na fase centrífuga, os preços fortemente disputados pelas atividades terciárias de alto nível e levaram à deslocação da população, indústrias e algumas funções terciárias mais exigentes em espaço, em direção a áreas periféricas, alargando o espaço urbano de forma descontínua.

Em Portugal, este fenómeno verificou-se nos anos 50, quando a população rural se deslocou para o litoral, evidenciando a tendência de Litoralizaçãoconcentração da população e das actividades económicas no litoral. Os subúrbios cresceram de forma não planeada, com domínio de blocos de apartamentos ao longo das vias de comunicação, que conferem à população uma maior acessibilidade e um menor custo do solo. Verificou-se, por vezes, o fenómeno da Periurbanização, onde a área fora da coroa suburbana, como o espaço rural, foi ocupado de forma descontínua por indústrias, comércio e serviços, obrigando, consequentemente, ao alargamento das áreas residenciais para trabalhadores.

movimentos pendulares-áreas-metropolitanas-de-lisboa-e-portoDaqui resultou o alargamento das vias de comunicação e da rede de transportes, o que possibilitou uma maior acessibilidade a estas áreas. No entanto, este processo veio agravar a localização dispersa da função residencial e das atividades económicas e intensificar os movimentos pendulares.

Estes processos da suburbanização e periurbanização têm impactes sociais, ambientais e territoriais nefastos, pois, a intensificação dos movimentos pendulares entre as grandes cidades e as áreas envolventes, cada vez mais distantes, aumentam o consumo de combustível e a dependência externa fase aos combustíveis fosseis e prejudicam o meio ambiente, com a grande concentração de gases poluentes enviados para a atmosfera. O aumento da densidade populacional e a necessidade de deslocação causam uma grande pressão sobre o sistema de transportes e, para além disso, a concentração dos transportes aumentam os tempos das deslocações, devido ao congestionamento do trânsito, o que consequentemente contribui para a fadiga e para o ‘stress. Esta excessiva concentração da população denota que os equipamentos públicos são insuficientes e que cada vez mais há um aumento do custo na distribuição da água, energia e saneamento básico, devido à dispersão do povoamento periurbano.tráfego

Embora as cidades ofereçam boas condições de vida à população (os cidadãos dispõem de equipamentos hospitalares, serviços, bancos, clinicas dentárias, centros comerciais, parques de lazer, bibliotecas, escolas de ensino primário e secundário, universidades, etc.), surgem, contudo, alguns constrangimentos resultantes do excessivo crescimento urbano e ausência de planeamento, evidenciando um desequilíbrio entre as infraestruturas urbanas e as necessidades da população, o que coloca em risco a sua sustentabilidade e a qualidade de vida.

A saturação dos espaços e a incapacidade de resposta de algumas das infraestruturas e dos serviços, sobretudo nas redes de distribuição de água e energia, saneamento, transporte públicos, tribunais, finanças, escolas, hospitais e centros de apoio a crianças e terceira idade, são alguns dos problemas das áreas urbanas. A mobilidade e os transportes são essenciais nas cidades para a realização dos movimentos pendulares – de casa ao trabalho e do trabalho a casa. Esta necessidade origina problemas como congestionamento do trânsito, dificuldades de estacionamento pela ausência ou insuficiência de parques de estacionamento, proliferação de parques subterrâneos em locais de risco ou até mesmo invadindo locais históricos.

saturação de infraestruturas

Mais grave ainda, é o agravamento da dependência externa face aos combustíveis fosseis e, ainda, emissão em massa de gases poluentes com ‘efeito de estufa’. Esta crescente quantidade de automóveis por habitante é observada na taxa de motorização (relação entre o número de automóveis e o número de habitantes expresso por 1000 habitantes) e conclui-se que este número tem vindo a aumentar, o que se deve à insuficiência e ineficácia dos transportes públicos urbanos, escassez de carreiras e de percursos, más condições das viaturas, elevado tempo de espera nas paragens, ausência de serviços noturnos, preços elevados e insegurança.

Em Portugal, o arrendamento de imóveis com rendas fixas é o responsável pela degradação de muitos edifícios nas áreas antigas da cidade, visto que as rendas fixas não compensam o investimento do proprietário dos imóveis. O seu rendimento não garante o suficiente para proceder à recuperação das habitações. Por vezes, quando estes edifícios ficam desocupados, por morte ou abandono, e não se procede à demolição ou recuperação, são frequentemente ocupados por clandestinos ou ‘sem abrigo’, na sua maioria imigrantes oriundos da Ásia e África e toxicodependentes. Estes imigrantes, muitas vezes, ocupam bairros de lata onde se destaca a pobreza, marginalidade e criminalidade. Verifica-se, nestas bolsas de habitação precária, a má qualidade de vida, não tendo acesso ao saneamento básica e rede de eletricidade, o que se deve à ilegalidade destes bairros não planeados.

idososO envelhecimento da população acompanha o envelhecimento dos edifícios e levanta problemas sociais de abandono e solidão, sobretudo nas áreas centrais, habitadas por idosos. A população jovem procura habitação nas áreas suburbanas, onde o custo é inferior. Daqui, surge outro problema nas áreas suburbanas: as crianças e adolescentes sofrem por vezes de solidão pela ausência dos pais. Pertencem à chamada “geração da chave”, pois desde tenra idade que têm a chave de casa, ficando entregues a si próprios. Esta solidão reflete-se na indisciplina, no insucesso escolar e no risco de consumo e dependência de drogas e álcool.

Os movimentos pendulares, deslocação casa ao trabalho/escola e do trabalho/escola a casa, causam stresse e doenças do sistema nervoso, devido à fadiga, custos acrescidos e desgaste pelas deslocações diárias.

A cidade, apesar da elevada concentração demográfica e de atividades económicas, é um lugar onde as pessoas se cruzam, mas raramente se encontram, prevalecendo um anonimato difícil de quebrar, acentuando-se a solidão e a ausência de relações de vizinhança.

A conjuntura económica europeia tem contribuído para o acentuado aumento dosolidão dos jovens_geração da chave desemprego de longa duração. Para além de problemas económicos, o desemprego provoca a diminuição de contactos sociais e autoestima e as suas consequências podem ser depressão, alcoolismo, suicídio, etc., o que aumenta a pobreza e a exclusão social. A pobreza urbana inclui os idosos com baixas pensões e reformas, os trabalhadores mal remunerados, as famílias monoparentais, os grupos étnicos e culturais minoritários e as pessoas ‘sem-abrigo’ que vivem em vãos de escada, carros abandonados ou na rua.

As situações de abandono e pobreza propiciam a criminalidade e insegurança dos cidadãos.

metro lisboaA qualidade ambiental é um importante indicador de qualidade de vida urbana. A grande concentração de população e de atividades económicas, transportes, etc., fazem das cidades os principais consumidoras de recursos naturais e de energia e os maiores produtores de resíduos urbanos, exercendo uma forte pressão sobre os ecossistemas. Verifica-se um elevado nível de ruído e de poluição atmosférica, que comprometem a qualidade do ar e a saúde dos habitantes. A forte concentração de gases poluentes provoca a subida da temperatura, o que se deve essencialmente aos materiais de construção e impermeabilização dos solos (o alcatrão das estradas reduz o albedo e aumenta a absorção de calor – é o chamado “clima urbano”); a climatização artificial, com a introdução de ar condicionados na maioria dos edifícios, contribui também para a formação de ‘ilhas de calor’ e os transportes são outro fator que também contribui para que as temperaturas sejam mais elevadas nas áreas urbanas em relação às periferias.

A poluição das cidades é resultado da crescente produção de resíduos que obrigam à construção de equipamentos de deposição e tratamento de lixos e de águas residuais, por exemplo, aterros sanitários e ETAR’S, que, apesar de minorarem os resíduos, são também eles agentes poluidores.

Existe, ainda, para além do ponto de vista ambiental anteriormente referido, a ponto de vista estético das cidades – a “Poluição Visual”. Podemos observar uma forte pressão construtiva, aliado ao custo do solo das áreas urbanas, que está na origem da escassez de áreas verdes para lazer e convívio, assim como escassez de caminhos pedonais, que permitam a separação entre carros e peões e deslocação autónoma de pessoas com deficiência. A paisagem urbana é desvirtuada por numerosas agressões que diminuem a qualidade estética, não só pela presença de equipamentos de ar condicionados, mas, também, pela degradação de edifícios históricos.

Torna-se, assim, necessário proceder ao Planeamento Urbano, como solução destes problemas. É o processo essencial para a prevenção e resolução dos problemas anteriormente referidos. Este planeamento procura gerir a utilização do espaço de forma equilibrada, aproveitando as potencialidades urbanas e criando condições adequadas à população.

reabilitaçao urbanaPortugal tem investido e valorizado as Políticas de Ordenamento do Território, através de alguns instrumentos de gestão, por exemplo, a nível das cidades destaca-se o PMOT (Planos Municipais do Ordenamento do Território) onde se integra o PDM (Plano Diretor Municipal), o PU (Plano de Urbanização) e o PP (Plano de Pormenor), cada um com diversas funções:

PDM – Gestão territorial de nível local que fixa linhas gerais de ocupação do território municipal. Avalia e define estratégias para responder às novas necessidades e potencializar novas oportunidades. Legalmente, este plano tem de ser revisto e renovado no mínimo de 10 em 10 anos.

PU – Integra o PDM e define a organização espacial de uma área de perímetro urbano do território municipal, onde possa ser necessário uma intervenção, nomeadamente a definição da rede viária, localização de equipamentos de uso e interesse colectivo, estrutura ecológica, circulação de transportes, criação de parques de estacionamento, etc.

PP – Desenvolve e concretiza as propostas de organização espacial de qualquer área especifica do concelho, define detalhadamente a forma de ocupação e executa projetos de infraestruturas, arquitetura de edifícios e espaços exteriores.

Para recuperar e revitalizar as cidades, no geral, deve proceder-se à dinamização do tecido económico e social, hoje uma das principais preocupações, tendo em vista a manutenção da centralidade e o repovoamento do espaço. Pretende-se torná-lo competitivo, face às novas centralidades (centros comerciais) e combater a saída dos habitantes para áreas suburbanas.

O uso dos edifícios e dos espaços exteriores leva ao seu envelhecimento e degradação, Requalificação_Urbanasendo necessárias ações de reabilitação urbana, ou seja, intervenções em áreas degradadas para proceder à sua conservação, restauro, reforma, ampliação, transformação, reconstrução, de um edifício, dotando-lhe de melhores condições de habitabilidade e utilização, mas mantendo o estatuto dos residentes e os usos das atividades aí instaladas, ou seja, a função do edifício não é alterada. É através da Iniciativa JESSICA (‘Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas’), que é possível aproveitar fundos estruturais da União Europeia (UE), como o FEDER, para a criação de Fundos de Desenvolvimento Urbano, que apoiem projetos de reabilitação urbana e planos integrados de desenvolvimento sustentável.

Outro importante apoio de requalificação urbana é o Programa POLIS – Programa Nacional de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental das Cidades, que permite recuperar, transformar e revitalizar a paisagem, tornando-a mais atrativas e melhorando a qualidade ambiental das cidades portuguesas. Foi criado em 2000 com o objetivo de melhorar a qualidade de vida urbana, apoiando a intervenção urbanística e ambiental, visando aumentar os espaços verdes e promovendo áreas pedonais.

A Política POLIS XXI procura responder aos desafios e problemas das cidades, disponibilizando as verbas do FEDER, para apoio da Regeneração Urbana, valorizando os centros históricos e as frentes ribeirinhas e marítimas, possibilitando a qualificação das periferias e a renovação de funções e uso de áreas abandonadas ou com usos desqualificados e, ainda, a reintegração urbana de bairros críticos, de forma a combater a segregação territorial.

Margarida Nunes, 11ºF

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Cá estamos para mais um artigo do nosso e vosso “GEOescritas”!  Desta vez com um tema interessante e atual: a distribuição da População em Portugal!  Como sabem, a População Portuguesa distribui-se de modo heterogéneo, concentrando-se, sobretudo, no litoral, em virtude de diversos fatores de ordem física e humana, os quais importa analisar e estudar. Vamos conhecê-los!

Profª. Leonett Abrantes

Nas aulas de Geografia A, a nossa professora mostrou-nos alguns dos episódios do Documentário «Portugal, um Retrato Social», do Professor Dr. António Barreto, que reproduzem aspetos geográficos importante no âmbito da distribuição da população no nosso país.

A população, em Portugal, distribui-se de forma desigual, existindo fortes assimetrias entre o litoral e o interior.

Nos anos 50 – 60, Portugal era um país rural. A maior parte da população trabalhava na agricultora. O Setor Primário era o que ocupava uma grande percentagem de população ativa. Com a progressiva instalação de máquinas e a implementação de comércio e serviços junto à costa, a população decide abandonar os campos e procurar uma vida melhor nas cidades do litoral. A atração ao litoral foi proporcionada pela existência de empregos geradores de salários mais elevados e de melhor nível de vida. As áreas rurais ficaram ao abandono e assistiu-se ao seu progressivo despovoamento. Deu-se o êxodo rural!

Deste modo, na origem das grandes assimetrias litoral/interior, podemos assinalar um conjunto de fatores de ordem natural e humana, que contribuíram para acentuar o desequilíbrio da população no território português.

  • Dos fatores naturais ou físicos, o clima ameno, o relevo mais plano, a maior fertilidade dos solos junto ao litoral e o aumento da ligação ao mar e, consequentemente, a outros países e continentes são os mais condicionantes da distribuição da população, atraindo e fixando a população ao litoral. Pelo contrário, o clima mais agreste nas regiões do interior, com verões mais quentes e invernos mais frios, condiciona a prática da agricultura, tal como o relevo acidentado e a fraca fertilidade natural dos solos; são fatores de repulsão da população.
  • Dos fatores humanos, a fixação das atividades económicas, a existência de indústrias, de comércio, de serviços gerados de postos de trabalho, a maior mobilidade provocada pelo aumento da rede de transportes e de vias de comunicação (acessibilidade) e o dinamismo urbano, são aqueles que, principalmente, explicam a fixação da população portuguesa no litoral do país.

A Litoralização

Considerada como um processo de progressiva concentração de população e de atividades económicas ao longo da faixa litoral, associada à perda de importância e de despovoamento do interior, a litoralização é acentuada pelos seguintes movimentos migratórios: o Êxodo Rural e os Movimentos Migratórios Internacionais (Emigração/Imigração).

A Bipolarização

É um processo de concentração de população e de atividades económicas nas duas grandes Áreas Metropolitanas: AML (Área Metropolitana de Lisboa) e AMP (Área Metropolitana do Porto).

Assim:

  • O Êxodo Rural foi responsável pela redistribuição da população no território nacional, por meio da saída de um elevado número de habitantes das áreas rurais para as áreas urbanas localizadas, sobretudo uma faixa entre Viana do Castelo e Setúbal e em torno das duas grandes Áreas Metropolitanas – AML (Área Metropolitana de Lisboa) e AMP (Área Metropolitana do Porto).

Com a chegada da população às cidades, assistiu-se à expansão das áreas urbanas desde o Centro para a periferia. O Centro – vulgarmente designado por CBD (Central Business District) – encontra-se ocupado com atividades com o Setor Terciário e, até mesmo, do Secundário. Assim, as cidades começaram a expandir-se e cresceram os subúrbios de modo desordenado e caótico. Surgiram bairros de habitação precária nas periferias das cidades e originaram-se movimentos pendulares, de casa para o trabalho e do trabalho para casa.

  • Os Movimentos Migratórios Internacionais:
  • A Emigração fez-se sentir, igualmente, nas regiões do interior, com a saída de jovens/adultos para outros países, originando o consequente decréscimo de população absoluta e o aumento do envelhecimento nas áreas rurais.
  • A Imigração – fenómeno mais recente no país – é mais elevada no litoral e contribuiu para reforçar as assimetrias, embora alguns imigrantes já se comecem a fixar, atualmente, no interior do país, atenuando os desequilíbrios populacionais em Portugal.

Eis um «RETRATO SOCIAL» do nosso país: 

Trabalha-se nas cidades, reside-se nos subúrbios. Os pais saem muito cedo de casa, os filhos ficam na escola. Os pais regressam muito tarde a casa, os filhos ficam com a chave de casa e entregues a si próprios! Constituem a “Geração da Chave”!

 Fruto das assimetrias populacionais apresentadas, outros problemas se verificam, tais como:

Nas áreas urbanas:

  • a falta de Ordenamento do Território, que pressupõe a falta de espaços verdes e a deficiente ocupação do uso dos solos;
  • a escassez de infraestruturas e a sobrelotação de serviços nas áreas da Educação, Saúde, Justiça, Transportes, etc.;
  • a degradação ambiental, devido à poluição atmosférica e sonora (devido à progressiva industrialização e ao tráfego intenso, provocado pelos movimentos pendulares) e a excessiva produção de resíduos;
  • a degradação dos edifícios e do património histórico edificado;
  • a deficiente manutenção de estradas, ruas e passeios;
  • a escassez de parques de estacionamento;
  • a saturação das cidades com construções excessivas, de caráter uniforme e, por vezes, clandestinas;
  • a desqualificação social e humana, fruto de situações de desemprego, subemprego, insegurança, marginalidade e diminuição da qualidade de vida;
  • o congestionamento de trânsito, com os consequentes gastos em combustíveis e portagens e as longas filas de automóveis, que originam perdas de tempo, problemas de saúde e “stress”.

Nas áreas rurais:

  • o despovoamento e o abandono dos campos agrícolas;
  • a escassez de mão de obra;
  • a falta de mecanização nos campos;
  • o fraco desenvolvimento da agricultura;
  • o fraco investimento nas atividades dos Setores Secundário e Terciário;
  • a fraca oferta de bens e de serviços;
  • a fraca instalação de infraestruturas (ex.: redes de saneamento básico e de distribuição de energia);
  • a degradação do património natural e edificado;
  • a fraca criação de empregos, como forma de atração de população jovem/adulta ao interior.

Para colmatar estes problemas, é necessária a implementação de medidas no território português, que apresentaremos no próximo GEOescritas”. NÃO PERCAM!

A Turma do 10ºG

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GEOescritas está de volta com novos temas do interesse de todos! Como cidadãos conscientes do nosso papel no Planeta Terra, iremos divulgar, ao longo do ano letivo, aspetos geográficos de Portugal e do Mundo.

Não percam!

Leonett Abrantes 

A produção de Colza em Portugal

fig.3 - a produção da colza

a produção da colza

Colza (do latim, Brassica napus) é uma planta oleaginosa herbácea, que pode atingir 1 a 1,8 metros de altura e de cujas sementes é possível a extração do azeite de colza para produzir biodiesel. Em Portugal, a produção de colza iniciou-se com o projeto da IBEROL, que planeava implantar em Portugal 20 000 hectares desta planta. Os campos experimentais foram estabelecidos nas Regiões Agrárias da Beira Interior e Alentejo.

O rendimento proveniente da extração de azeite é cerca de 45%, sendo o restante farinha de colza ou bagaço.

automóveis a biodiesel

automóveis a biodiesel

Esta cultura promove inúmeras vantagens não só ao país mas, também,  para os produtores, visto ter um baixo custo de instalação e proporcionar aos agricultores uma ajuda comunitária de 45 euros por hectare. Quanto aos benefícios desta plantação para o país, resultam na diminuição da dependência externa face aos combustíveis fósseis, no equilíbrio da balança comercial pela redução das importações de gasolina e de gasóleo, na promoção da dinamização dos transportes rodoviários movidos com biodiesel e, portanto, “amigos do ambiente”, bem como na redução de gases poluentes e de «Efeito de Estufa» como o CO2, para a atmosfera.

As folhas da colza também constituem alimento para o gado, pelo seu elevado teor em lípidos e médio conteúdo em proteínas.

Em Portugal, a produção de biodiesel, também se poder extrair do girassol, que apresenta os mesmos valores energéticos que a colza, como se pode verificar na tabela abaixo.

fig.1Rita Carvalho Alves, 11ºF

O cultivo da Colza: vantagens em relação ao cultivo do Girassol

colza

colza

A colza ou a couve-nabiça é uma planta cujas sementes se extrai o azeite de colza, utilizado também na produção do biodiesel. As folhas das plantas da colza servem também de forragem (alimentação) para o gado, pelo seu alto conteúdo em lípidos e conteúdo médio em proteínas. Os principais produtores da colza são: a União Europeia (UE), o Canadá, os Estados Unidos da América, a Austrália, a China e a Índia.

A colza está a ser introduzida em Portugal para a produção de combustíveis, atendendo ao facto de poder ser cultivado no período outono/inverno, o que apresenta vantagens comparativas ao cultivo do girassol, efetuado no período primavera/verão, onde existe menor aproveitamento dos recursos hídricos. O clima português apresenta uma irregularidade da precipitação: os meses de maior necessidade de água coincidem com os meses de maior seca, portanto menor precipitação, o que constitui o principal fator limitativo ao cultivo da colza. Como a colza é utilizada para a produção de biodiesel e biocombustível, trata-se de uma cultura industrial.

campo de colza

campo de colza

O cultivo da colza apresenta uma importância muito significativa para Portugal, visto que contribui para a diminuição da dependência externa do país, face aos combustíveis fósseis. Com o cultivo de colza, Portugal cumpre as normas implementadas pela União Europeia (UE), nomeadamente, a Política 20-20-20, que visa uma redução a mais de 20% das emissões com gases que contribuem para o efeito de estufa, aumento de 20% do peso das energias renováveis e, igualmente, um aumento em 20% da eficiência energética nos países da União Europeia (UE). O cultivo da colza não apresenta apenas as vantagens anteriormente mencionadas como também aumenta a obtenção de lucros e, consequentemente, o rendimento do agricultor.

Lara Ramos,  11ºG

fig. 5 - logoFonte das imagens:

– APPB – Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis

– Wikipédia

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bandeirasA agricultura portuguesa enfrenta sérios problemas estruturais, que por sua vez condicionam o aproveitamento dos pontos fortes deste sector, apesar dos progressos registados e decorrentes da nossa adesão à União Europeia.

Problemas estruturais relacionados com:

  • Características das explorações, que são geralmente de pequena dimensão;
  • A população agrícola, uma vez que nos meios rurais predomina a baixa densidade populacional e o envelhecimento demográfico; os agricultores têm maioritariamente baixos níveis de instrução e formação, o que conduz ao ponto seguinte.
  • Reduzida adesão a tecnologias, o que condiciona a inovação e modernização agrícola.
  • A inserção dos produtores nacionais nos mercados internacionais, que se vê dificultada por uma má gestão empresarial e leva à falta de competitividade externa. Além destes factores, a falta de auxílio económico e a fraca ligação à indústria dificultam a comercialização, provocando a dependência externa.
  • Alguns factores naturais como a fraca fertilização dos solos portugueses e elevados riscos de desertificação, que comprometem as culturas.500x500
  • A fraca sustentabilidade social e económica das áreas rurais, está intimamente ligada ao abandono dos espaços rurais.

 Apesar destes pontos fracos a agricultura portuguesa também tem pontos fortes, como:

  • Condições climáticas propícias à prática agrícola, assim como boas condições de sanidade vegetal.
  • As explorações portuguesas têm investido cada vez mais na especialização, isto é, no cultivo de uma só cultura (monocultura).
  • A maior disponibilidade hídrica para rega, derivada da construção de barragens, como a do Alqueva, que garante a sustentabilidade hídrica ao longo do ano.
  • O aumento da qualidade dos produtos portugueses como a azeite e o vinho que têm vindo a ser reconhecidos internacionalmente.
  • Aumento da vocação exportadora de alguns produtos.
  • A pluriatividade da nossa população agrícola, evita o abandono das campos, uma vez que os produtores têm mais rendimentos, sendo assim possível conciliar as duas atividades.
  • Crescente preocupação e utilização de meios amigos do ambiente.vinho-e-azeite-2_22715

Para potencializar o desenvolvimento da agricultura portuguesa é necessário ultrapassar os pontos fracos e continuar a desenvolver os pontos fortes, uma vez que o nosso país está repleto de potencialidades e riqueza.

É igualmente necessário utilizar de forma adequada as ajudas financeiras obtidas no âmbito de programas de apoio à agricultura de modo a aumentar a produção nacional e reduzir a nossa dependência externa.

Micaela e Telma Nabais, 11ºD

imagens daqui, daqui e daqui

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No seguimento do estudo do sistema GPS, foi abordado o assunto referente às coordenadas geográficas.

fig. 1 - latitude e longitude

fig. 1 – latitude e longitude

Afinal o que são e para que servem as coordenadas geográficas? As coordenadas geográficas permitem a localização de qualquer ponto na superfície terrestre. Podemos considerar três coordenadas geográficas: a longitude, a latitude (fig. 1), que normalmente são medidas em graus, minutos e segundos, e a altitude (fig. 2) que pode ser medida em metros.

Em relação à longitude, as linhas através das quais é possível fazer localizações chamam-se meridianos. A longitude varia entre zero e 180 graus, nos sentidos para Este ou para Oeste. Os pontos que correspondem a longitude zero situam-se no Meridiano de Greenwich, que divide a Terra em hemisfério oriental e hemisfério ocidental.

As linhas referentes à latitude denominam-se paralelos. A linha que divide o planeta Terra em Hemisfério Norte e Hemisfério Sul e que é o ponto de referência na medição da latitude é o Equador. As medidas da latitude variam entre zero e 90 graus tanto para Norte como para Sul.

fig. 2 - altitude

fig. 2 – altitude

A altitude (fig. 2) é medida, não em graus, mas sim em metros e indica a distância a que certo local se encontra em relação ao nível médio das águas do mar. A altitude pode ser negativa (B), positiva (A) ou nula (C), dependendo da posição do objeto que se pretende localizar. Se o objeto estiver abaixo do nível médio das águas do mar, então a altitude é negativa. Se o objeto estiver acima do nível médio das águas do mar, a altitude é positiva. Finalmente, se o objeto estiver ao mesmo nível que o nível médio das águas do mar, então a altitude é nula.

 Miguel Cunha, 11ºC

imagens daqui e daqui

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Visualização na aula de Geografia A do Projeto Diálogo Intergeracional-11ºE

Visualização na aula de Geografia A do Projeto Diálogo Intergeracional-11ºE

No Projeto Diálogo Intergeracional – Redescobrir/Reconhecer – documentários produzidos pela Direção-Geral da Educação e seus parceiros no âmbito do evento Portugal Maior – 2013 (FIL, Parque das Nações, Lisboa, de 30/11 a 8/12/2013), foram apresentados filmes reflexivos sobre a sociedade multigeracional.

Com o argumento da professora Dulce Godinho e com intervenções dos professores Vanda Rodrigues, Maria João Albuquerque e Fernando Rebelo, estes documentários versaram temáticas variadas, que se inserem nos Conteúdos Programáticos da Geografia A (10º e11º Anos)

Após visualizarmos estes documentários nas aulas e com o auxílio da nossa professora de Geografia A, decidimos abordar aspetos relativos à Família, ao Projeto de Vida, à Sustentabilidade, à Viagem e aos Territórios Humanos e Geográficos.

Integrando os Conteúdos Programáticos da Geografia A de 10º e 11º Anos, foi-nos permitido tirar algumas conclusões, que, seguidamente, apresentamos:

→ A tendência de Envelhecimento Demográfico no país é marcada pelo aumento da proporção de idosos, acompanhada pela diminuição da proporção de jovens, fenómeno este explicado por fatores interligados, como a diminuição progressiva da Taxa de Natalidade – nº de nados-vivos em cada 1000 habitantes –, a diminuição da Taxa de Mortalidade – nº de óbitos em cada 1000 habitantes – e o aumento da Esperança Média de Vida – nº de anos que, em média, se tem probabilidade de viver, devido à melhoria da qualidade de vida da população em Portugal.

Sendo um dos objetivos o estudo da população portuguesa, o Projeto Diálogo Intergeracional permitiu constatar que a Natalidade tem vindo a diminuir com o declínio da Fecundidade, devido à generalização do Planeamento Familiar, ao aumento da Taxa de Atividade Feminina, ao prolongamento da escolaridade, aos casamentos mais tardios e ao adiamento do nascimento do primeiro filho.

O Envelhecimento Demográfico também se justifica pelo aumento da Esperança Média de Vida, devido aos progressos nos cuidados médico-hospitalares e à

Maria Inês Costa e Tiago Oliveira

Maria Inês Costa e Tiago Oliveira

melhoria da alimentação.

A Taxa de Crescimento Efetivo relaciona o crescimento natural com o saldo migratório e reflete o envelhecimento demográfico do país, pois a população jovem/adulta tem emigrado nos últimos anos (ou continua a efetuar o êxodo rural). Em Portugal, têm permanecido os mais idosos.

→ É, assim, possível, constatar um duplo envelhecimento, devido à diminuição da proporção de jovens e ao aumento da proporção de idosos. Se analisarmos estes dados numa Pirâmide Etária, verificamos o estreitamento da base e o alargamento do topo, dificultando a renovação das gerações. O Índice Sintético de Fecundidade – nº médio, que apresenta um valor muito baixo em Portugal (1,3 em 2013.) O Índice de Dependência de Idosos – quociente entre o número de pessoas com 65 e mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos – tende, pois, a aumentar em Portugal.

Os principais problemas daí resultantes são:

  •  o acréscimo de despesas com o sistema de saúde – que poderá entrar em risco de rotura financeira, por diminuição de receitas por decréscimo de contribuintes e aumento de despesas por incremento de idosos;
  •  o acréscimo de despesas com a Segurança Social, nomeadamente os serviços sociais de apoio à população idosa;
  • o acréscimo de despesas com o pagamento de pensões e de reformas à população idosa
  • o reduzido número de ativos, que propicia a diminuição da produtividade, o espírito de iniciativa tão característico dos jovens;
  • o acréscimo de despesas com a assistência aos idosos: alojamentos adaptados à diminuição das suas capacidades, atividades de lazer, passatempos, ajudas familiares, assistentes sociais.
Geografia A - Apresentação do trabalho sobre o Projeto Diálogo Intergeracional-11ºE

Geografia A – Apresentação do trabalho sobre o Projeto Diálogo Intergeracional-11ºE

→ A resolução destes problemas poderá passar por Políticas Natalistas, em que o Estado assume um papel importante na atribuição de subsídios e na redução de impostos às famílias mais numerosas, bem como na construção de creches e de jardins-de-infância, incentivando o aumento da Natalidade.

A preocupação com a classe etária dos idosos, no sentido de valorização do seu conhecimento, das suas experiências, do ‘Saber’  e do ‘Saber-Fazer’, é crescente!

→ A partilha de conhecimentos com os adultos e com os jovens (filhos e netos) permite concretizar aprendizagens. Os mais novos adotam, muitas vezes, o gosto por algumas das atividades profissionais dos pais e dos avós (que passam de geração em geração). Constata-se, assim,  a influência, por parte dos mais idosos, na tomada de decisões futuras dos mais jovens. Estes conseguem ser melhores profissionais em atividades desempenhadas, no passado, pelos mais idosos.

→ A fixação de jovens/adultos no interior traria vantagens em termos de rejuvenescimento demográfico e progresso económico. Com a especialização dos jovens – mais instruídos e qualificados – nas mesmas áreas dos seus familiares mais idosos, dinamizar-se-ia o trabalho em parceria, e proceder-se-ia ao investimento, juntando o saber de experiência feito dos idosos, com o saber o teórico dos jovens.

→ Com a visualização do Projeto «Diálogo Intergeracional», denota-se uma preferência de alguns destes dos jovens por permanecer no interior, o que contribuir para atenuar a Litoralização, isto é, a concentração de população e de atividades económicas no litoral português ocidental, entre Setúbal e Viana do Castelo e, também, na costa meridional (Algarve). Igualmente, reduz concentração de população em dois polos: Lisboa e Porto (Bipolarização).

A fixação de jovens nas áreas rurais conduz ao dinamismo das regiões, atenuando os contrastes Litoral/Interior.

Diana Alves, Teresa Rosado, Paulo Lopes, Maria Inês Costa, Rita Caleça

Diana Alves, Teresa Rosado, Paulo Lopes, Maria Inês Costa, Rita Caleça

Assim:

Na perspetiva do Presente, concluímos da importância da Política Regional de Coesão Económica e Social no atenuar das desigualdades no país e na qualidade de vida, a fim de proporcionar as mesmas oportunidades à população.

 ► Na perspetiva do Futuro, o Projeto «Diálogo Intergeracional» permite aferir a valorização das profissões mais antigas e tradicionais, que poderão ser modernizadas, fomentando a economia das cidades do interior e atenuando as desigualdades regionais do país.

Autores (alunos que colaboraram no projeto no âmbito da disciplina de Geografia A): Ana Filipa Cândido, 11ºD, Diana Alves, Maria Inês Costa, Paulo Lopes, Rita Caleça, Teresa Rosado, 11ºE, sob a orientação da professora de Geografia A, Leonett Abrantes

Documentário realizado na BE com alunos da ESDS e seus respetivos avós no âmbito da vertente Reconhecer:

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Passeando pela ‘Baixa’ de Lisboa, constata-se que a cidade se ergue sobre sete colinas, que lhe conferem beleza e harmonia. Os edifícios são antigos, muitos deles recuperados através de Planeamento Urbano, apresentando um zonamento vertical ao nível das suas funções.

Os edifícios, para além de terem a mesma altura, têm a mesma organização:

     No piso térreo, (muitas vezes com arcadas), ou nos andares mais baixos, encontram-se as atividades que necessitam de maior contacto com o público e com o consumidor; estão patentes os serviços e o comércio vulgar e especializado (minimercado, loja de souvenirs, loja de roupa, café, restaurante, farmácia, bancos, ‘ateliers’ de alta costura, joalharias e ourivesarias, etc.);

     Nos andares superiores, observam-se as funções menos nobres ou que requerem menos contacto com o público;

       No 2º/ 3º/ 4º pisos, existem janelas de sacada, nos mais baixos e, nos mais altos, janelas de peitoril, (onde se encontram escritórios de empresas, tipografias, editoras, consultórios de médicos, consultórios de advogados);

     Nos últimos pisos é frequente encontrar apartamentos com preços bastante elevados (os apartamentos restaurados chegam a valer 1.000.000 Euros!), onde apenas habitam classes sociais com grande poder económico, ou uma nova classe social chamada de ‘yuppies’ – ‘Young Urban Professional’, (jovens/adultos bem sucedidos, que através das carreiras académicas e/ou profissionais, têm grande poder económico) ou, então, idosos, mas estes vivem em apartamentos que não foram restaurados e que se encontram bastante degradados ou, então, em prédios degradados e muito antigos.

Resumimos, assim, que um só edifício consegue concentrar em si, a função residencial, comercial e/ou industrial e administrativa, o que demonstra a grande funcionalidade e pragmatismo da área da cidade reconstruída por Pombal e, agora, denominada de ‘Baixa’.

Feiras de ruaTambém existem áreas do CBD onde podemos verificar que existe uma maior concentração de serviços lúdicos e culturais (artistas de rua: músicos, malabaristas, artistas, teatro de rua, concertos, pintores, bailarinos, etc.), ou de hotéis, restaurantes, cafés e esplanadas.

Atividades como feiras, vendas e mercados de rua são frequentes na ‘Baixa’ de Lisboa.

Algumas das ruas no CBD foram encerradas ao trânsito e transformadas em ruas pedonais, para maior organização da área, facilitar a acessibilidade e revitalizar a cidade, atraindo população flutuante – aquela que se desloca ao CBD durante o dia, para trabalhar ou, simplesmente, fazer compras e/ou usufruir de um café ou esplanada, regressando ao fim do dia às suas casas.

Os acessos, no Chiado, são estritos em muitas ruas. Calçadas inclinadas recordam-nos que estamos numa das colinas de Lisboa!… Mas embora algumas das ruas tivessem sido cortadas ao trânsito (ex.: Rua Nova do Almada), para possibilitar a circulação de peões, existem, contudo, transportes, como o metropolitano (Estação: ‘Baixa Chiado’) e parques de estacionamento subterrâneos, para aqueles que se desejem deslocar-se no seu automóvel particular no CBD da cidade.

Todas estas atividades (maioritariamente do setor terciário), comerciais, de serviços e as funções raras, associadas a um tráfego intenso, entre outros fatores já referidos, fazem da área de Lisboa que visitámos, o chamado CBD da capital de Portugal.

E o que tem vindo a acontecer à dinâmica funcional da Baixa?

A verdade é que, nos dias de hoje, se constata cada vez mais uma alteração da dinâmica funcional do CBD, pois com o passar do tempo as funções vão-se alterando.

Numa primeira fase, houve uma grande substituição da função industrial e, posteriormente, da residencial pelo comércio e serviços e, atualmente, a tendência é a descentralização destas funções, que passam a exercer a sua influência em outras áreas da cidade.

Com a deslocalização de sedes e filiações de empresas e de outros serviços públicos do CBD para outras áreas da cidade, surgem as ‘Novas Centralidades’.

E porquê que isto acontece?

Devido, à especulação fundiária, que faz com que os preços imobiliários sejam muito elevados, devido ao congestionamento do centro, pois cada vez mais existem automóveis e escasso é o espaço para os poder estacionar e devido, posteriormente, a uma diminuição das acessibilidades ao centro, pois este encontra-se congestionado.

A população desloca-se do centro para a periferia da cidade, originando o processo de Suburbanização (ou para áreas periféricas para lá da coroa suburbana, originando o processo de Periurbanização), devido à fuga do ritmo intenso das cidades, da poluição ambiental e sonora e do elevado custo da Renda Locativa (custo do solo). A deslocação populacional é, também, acompanhada pelas atividades económicas, que se instalam em áreas periféricas, constituindo extensos subúrbios, que, posteriormente, ao ‘ganharem vida própria’, ascendem à categoria de ‘Cidade’.

As classes sociais de maior poder económico preferem adquirir, em áreas aprazíveis e mais distantes do centro da cidade, moradias de luxo, com piscina, jardim e ‘court ‘ de ténis, pelo mesmo preço que pagariam por um apartamento médio no centro de Lisboa.

Devido a estes fatores, a ‘Baixa’ sofre de estagnação económica e social. O decréscimo da densidade populacional e o aparecimento de ‘Novas Centralidades’, em outras áreas da cidade, como, inicialmente, nas Avenidas Novas e, posteriormente, no Parque das Nações e no Centro Comercial Colombo, contribuem para a estagnação do CBD de Lisboa.

Arriscamo-nos a dizer que, cada vez mais, a ‘Baixa’ tem concorrência e que, porventura, tenderá a perder a sua importância para outras centralidades. Aqui, surgem atividades como os tribunais – ‘Campus’ da Justiça, no Parque das Nações -, os hotéis – Myriad by Sana’, no Parque das Nações -, as sedes das empresas e os serviços – centro comercial, hospital, agências de viagens, cabeleireiros, arquitetura, advocacia, gestão, imobiliário, decoração, restauração, etc. – e atividades culturais, lúdicas, recreativas e de lazer – Pavilhão do Conhecimento, Oceanário, Teleférico, MEO-ARENA, Teatro Camões, Casino Lisboa, entre outras.

É pois, necessário continuar a implementar medidas de recuperação, reabilitação, requalificação e revitalização do centro da cidade – nomeadamente do CBD – para que o mesmo possa contribuir para a atração da população, do turismo e das atividades do Setor Terciário, dinamizando a economia do país.

 Beatriz Ferrão e Teresa Rosado, 11ºE 

(imagens originais das autoras)

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Neste artigo, continuamos a descrever o CBD de uma cidade como Lisboa. Ainda se recordam do conceito de CBD? Vamos relembrar! O CBD das cidades (em inglês,“Central Business District”) é designado por Área de Negócios Central ou “Baixa”.

Após o terramoto de 1755, o Marquês de Pombal criou uma nova planta da cidade, inspirada nas novas cidades do Mundo Novo, ou seja, de características ortogonais (de ruas direitas, paralelas e perpendiculares, cruzando-se em ângulo reto) e edifícios da mesma altura.

A ‘Baixa Pombalina’ é, pois, a área do CBD de Lisboa mais organizada, devido à sua arquitetura, com ruas largas, paralelas e perpendiculares, características facilitadas por fatores de ordem natural (relevo plano). Uma área também importante do CBD é o Chiado, de relevo mais íngreme (estende-se por uma das colinas de Lisboa), em plena harmonia com o legado histórico da região.

Uma das medidas implementadas por Pombal, na reconstrução desta área da cidade de Lisboa, foi a diferenciação espacial, onde as ruas perpendiculares ao Tejo são denominadas conforme o ofício existente na mesma – sapateiros, ourives, correeiros, etc.

Visualiza-se, assim, a especialização das ruas: Rua do Ouro, Rua da Prata, Rua dos Sapateiros, Rua dos Douradores, Rua dos Fanqueiros, etc.

Em Portugal, devido ao passado histórico, os edifícios têm uma altura média de 4/5 andares e todos da mesma altura, não havendo discrepâncias entre eles.

A rede de transportes, ou seja, a acessibilidade é um dos principais fatores que confere à ‘Baixa’ um grande dinamismo funcional: autocarros e elétricos da Carris, parques de estacionamento subterrâneos e, muito próximos, os terminais dos transportes ferroviários e fluviais.

 E as funções governativa, administrativa e industrial?

 No Terreiro do Paço (ou próximo dele) é possível encontrar serviços associados ao governo e à administração pública (vários ministérios, Juntas de Freguesia e a Câmara Municipal de Lisboa – CML). Também é possível encontrar alguns restaurantes mais caros, focalizados para os turistas, pois a localização onde se encontram (Terreiro do Paço e debaixo das arcadas dos edifícios) é privilegiada e apreciada. Também é de relevar que no Terreiro do Paço podemos encontrar vários acessos, nomeadamente os transportes públicos, elétrico (antigo e moderno) e autocarros.

No CBD é, ainda, possível encontrar a função industrial, representada por ‘ateliers’ de alta-costura, joalharias e ourivesarias, topografias e gráficas e pela indústria da panificação (pastelarias e padarias). Estas indústrias localizam-se no CBD, devido à pouca necessidade de espaço, à não poluição, quer ambiental quer sonora e pelo facto de necessitarem de um contacto próximo com o consumidor.

No Chiado predominam as atividades culturais e de lazer: Igrejas e Museus (ex: Museu de São Roque), Teatro da Trindade, Teatro São Luís, Ruínas do Convento do Carmo, Teatro Nacional de São Carlos (Ópera), entre outros; livrarias com algum passado histórico (Bertrand, Sá da Costa), lojas de luxo (Hugo Boss, Hermès), comércio antigo e típico, comércio de retalho, ou comércio vulgar, muitas lojas de roupa e hotéis (Hotel Borges Chiado, Hotel do Chiado, Bairro Alto Hotel).

E a função residencial?

Estas (e outras) características do CBD da cidade de Lisboa serão enunciadas no próximo artigo: NÃO PERCAM!

Beatriz Ferrão e Teresa Rosado, 11ºE 

(fotos originais das autoras)

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O que é o CBD de uma cidade?

O CBD das cidades (em inglês, Central Business District) é designado por Área de Negócios Central ou “Baixa”. Na maior parte das cidades estrangeiras, os emblemáticos arranha-céus dominam o CBD, como é o caso de Nova Iorque, do Dubai ou de Tóquio. Vejam, por exemplo, o CBD de uma grande cidade: NOVA IORQUE!

E Lisboa? Fomos descobrir a “Área de Negócios Central” da nossa capital!

Assim, ao visitarmos o CBD de Lisboa pudemos conhecer, compreender e aprofundar, in loco, os conteúdos programáticos adquiridos, não somente na disciplina de Geografia A (com o aprofundamento de matérias dadas, como a população, os serviços e comércio, as características das cidades), mas, também, nas disciplinas de Português (com o estudo do Sermão de Sto. António e a importância da retórica e das igrejas) e de História (com as reformas na cidade de Lisboa pós-terramoto de 1755, feitas pelo Marquês de Pombal).

O que se pode encontrar no CBD?

Esta área é a mais importante de toda a cidade, que atrai visitantes e os próprios citadinos, devido à elevada concentração de serviços e de transportes. O CBD da cidade de Lisboa ou ‘Baixa’ tem uma intensa atividade comercial. Neste espaço da cidade, podemos encontrar maioritariamente atividades do Setor Terciário: serviços, restauração, espaços de cultura, hotéis, estabelecimentos comerciais, companhias de seguros, escritórios de advogados, sedes de grandes empresas, escritórios, teatros, museus, lojas, sedes e instalações bancárias (Caixa Geral de Depósitos, Banco de Portugal, BBVA, Banco Popular, Banco Espirito Santo), muitas esplanadas, cafés, gelatarias, quiosques de jornais e revistas, ourivesarias e joalharias, estas últimas ligadas às áreas especializadas da cidade, como iremos referir.

O comércio, ou seja a função comercial, satisfaz todas as bolsas, necessidades e caprichos. Encontramos atividades comerciais, desde o comércio vulgar ao comércio especializado e aos bens raros. O comércio predominante na “Baixa” é o comércio retalhista, onde existe a venda de bens diretamente ao consumidor e em quantidades limitadas.

O comércio vulgar é composto por lojas de souvenirs, lojas de roupa denominadas comuns (Zara, H&M, Bershka,  Mango, Stradivarius), mini mercados (Amanhecer, Minipreço, Pingo Doce), etc.

Para além do comércio vulgar, o CBD de uma cidade concentra, também, comércio de luxo, e a “Baixa” de Lisboa não é uma exceção! Em mais de 1,5 km, encontram-se as lojas mais conceituadas e luxuosas da cidade, com produtos bastante caros, como são exemplos a Gucci, a Prada e Marc by Marc Jacobs.

O comércio especializado também existe na “Baixa”, em lojas ou bancas que oferecem um determinado tipo de produto muito especializado, onde este raramente se pode encontrar comumente, como em centros comerciais. Engloba lojas com um determinado produto apenas existente naquela área da cidade, dirigido para um público-alvo, muito específico, apreciador ou necessitado deste tipo de produtos. Exemplos deste tipo de comércio são as lojas especializadas em conservas tradicionais portuguesas como o exemplo da célebre Conserveira de Lisboa, lojas de instrumentos musicais, com instrumentos caros e bastante difíceis de serem encontrados, como o exemplo da loja Violino, padarias típicas portuguesas, ou livrarias. Exemplos ainda mais ilustrativos de comércio bastante especializado são lojas que pudemos observar na “Baixa”, uma de cosmética biológica e, outra, uma padaria biológica.

Outro tipo de comércio encontrado na “Baixa” é o comércio de bens raros. Este como o nome indica vende bens difíceis de encontrar, com grande valor histórico e cultural e, claro, como tudo indica, de grande valor monetário. Neste tipo de comércio encontramos os alfarrabistas, (os vendedores de livros antigos e, por vezes, de exemplares únicos) e os antiquários, onde se vendem desde peças de mobiliário a peças litúrgicas.

E as funções governativa, administrativa e residencial?

Estas (e outras) características do CBD da cidade de Lisboa serão enunciadas no próximo artigo! NÃO PERCAM!

Beatriz Ferrão e Teresa Rosado, 11ºE 

(fotos originais das autoras)

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Agricultura Portuguesa: Que características? Que problemas estruturais?

1Apesar dos progressos do setor agrícola em Portugal, registados nos últimos anos, sobretudo como consequência da nossa adesão à UE, em 1986, continuam a persistir problemas estruturais que se relacionam principalmente com as características das explorações agrícolas – conjunto de terras, contíguas ou não, utilizadas total ou parcialmente para a produção agrícola – e da população agrícola e condicionam aspetos técnicos, organizativos e de inserção nos mercados.

Existem vários pontos fracos no que toca à agricultura portuguesa, tais como a baixa densidade populacional e envelhecimento dos meios rurais; baixos níveis de instrução dos agricultores; baixo nível de adesão às tecnologias de informação e comunicação nas áreas rurais; fraca capacidade de inovação e modernização; elevada percentagem de solos com fraca aptidão agrícola; riscos de desertificação em vastos territórios rurais; entre outros.

Para além dos pontos fracos, alguns já referidos anteriormente, existem também pontos fortes como as condições climáticas propícias para certos produtos, em especial os mediterrânicos; o aumento da disponibilidade de água para rega; o potencial de produção com qualidade diferenciada para o azeite, as hortofrutícolas, o vinho e produtos da floresta, como as ervas medicinais, a cortiça, entre outros; a pluriatividade da população agrícola nas áreas com maior diversificação do emprego, o que ajuda a evitar o abandono; e a utilização crescente de modos de produção amigos do ambiente como a agricultura biológica e a utilização de pesticidas naturais como é o caso das joaninhas que são insetos que, não fazendo mal aos produtos, vão fazer com que as pragas desapareçam.      2

Esses problemas vão dificultar o aproveitamento de muitos pontos fortes que a nossa agricultura possui, alguns deles já referidos, e vão fazer com que a nossa agricultura não se desenvolva e com que a imagem da mesma não seja conhecida nos outros países. Ou seja, não nos inserimos nos mercados externos, não há competitividade e há uma fraca capacidade de modernização e de inovação, predominando assim as explorações agrícolas de pequena dimensão cuja agricultura é orientada para o autoconsumo. A população ativa agrícola apresenta, de um modo geral, um baixo nível de instrução e qualificação profissional.

Tudo isto vai gerar uma balança comercial deficitária e a dependência externa do nosso país.

 Leonor Jacob, 11ºG

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Os principais problemas estruturais da agricultura portuguesa dificultam o aproveitamento de muitos pontos fortes que podem favorecer o seu desenvolvimento

fig. 1 - regiões agrárias

fig. 1 – regiões agrárias

Portugal é um país com inúmeras disparidades na sua estrutura económico-social. Desde o fim da ditadura de Salazar e da implementação de um sistema democrático, a população tem-se movimentado do interior para o litoral (êxodo rural), assim como as principais atividades económicas – também denominado de litoralização – concentrando-se principalmente em torno de Lisboa e do Porto (bipolarização). Por outro lado, assistiu-se a um grande crescimento do setor terciário – setor dos serviços e do comércio – o que também motivou a perda de população, principalmente no setor primário, transferindo-se para o setor terciário, por outras palavras, ocorreu uma terciarização da economia. Desta forma, o interior do país, onde agricultura era a principal atividade económica, ficou quase que ao “abandono”, assim como a própria agricultura.

Situação Atual

No nosso país, a maior parte das explorações, localizam-se no norte onde o relevo é acidentado e o povoamento disperso. Aqui o principal objetivo da produção é o autoconsumo, pelo que cada agricultor tem uma exploração de pequena dimensão, de forma irregular – campo fechado – onde produz produtos hortícolas, em sistema intensivo policultural de regadio, que vão constituir a base da sua alimentação. Nas regiões agrárias onde predomina este tipo de agricultura (Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral, Beira Interior, Madeira e Açores), as explorações são de pequena dimensão, a mão-de-obra é muito envelhecida e pouco qualificada. O relevo é acidentado, o que dificulta a mecanização do processo produtivo e a introdução de inovações tecnológicas. Uma das exceções é na região agrária de Trás-os-Montes, onde, devido às condições climatéricas únicas no vale profundo encaixado do rio Douro, cultiva-se a vinha em socalcos de grandes herdades familiares, que deram origem ao mundialmente famoso Vinho do Porto. Este vinho é produzido para o mercado interno, mas especialmente para o mercado externo, por ser muito apreciado e exigido pelos principais “consumidores”.

fig. 2 - Ilha da Madeira

fig. 2 – Ilha da Madeira

No caso da região agrária da Madeira, devido ao relevo muito acidentado que divide a ilha em duas vertentes (norte e sul), e ao facto da ilha estar entregue prioritariamente ao setor terciário (especialmente ao turismo), a agricultura tem uma fraca expressão no VAB – Valor Acrescentado Bruto. No entanto, é de referir que produtos de algum valor comercial, como a banana e o maracujá, são produzidos neste região, ainda que o clima seja Temperado Mediterrânico. Isto deve-se ao facto da ilha, se encontrar numa região de menor latitude (pelo que a radiação recebida e absorvida é maior) e estar relativamente próxima da costa africana, o que possibilita o aparecimento de microclimas. Nestes microclimas é possível produzir culturas características de climas subtropicais.

fig. 3 - lezíria do Tejo

fig. 3 – lezíria do Tejo

Nas regiões agrárias de Ribatejo e Oeste e Alentejo, como o relevo é menos acidentado e o povoamento é concentrado/misto, embora o número de explorações seja menor, estas são de maiores proporções havendo uma maior produtividade. No caso do Ribatejo e Oeste, devido à passagem da Frente Polar e à presença do rio Tejo, existe uma maior disponibilidade de recursos hídricos, indispensáveis à produção agrícola. Desta forma, é possível o cultivo de culturas como o arroz em sistema de regadio, ou de culturas como o tomate, que serão mais tarde utilizadas na indústria para a produção massiva de molho de tomate, polpa de tomate, ketchup,…- culturas industriais. Na região agrária do Alentejo, tal como na região de Ribatejo e Oeste, o principal objetivo da produção é a comercialização. Os cereais, por exemplo, são uma das principais culturas exploradas no Alentejo, ainda que uma das situações meteorológicas dominantes no verão seja a presença do anticiclone dos Açores (o que se traduz num Verão mais quente e seco), já que o trigo é cultivado em sistema extensivo, monocultural de sequeiro, em campos de grandes dimensões, de forma retangular – campos abertos. Para além disto, no Alentejo, graças à construção da barragem do Alqueva, para além de se diminuir a dependência externa do país e diminuir os custos da electricidade, passou a haver uma maior disponibilidade de recursos hídricos e foi possível fazer a reconversão da agricultura, passando-se também a cultivar produtos hortícolas, indispensáveis na alimentação do dia-a-dia, diminuindo os custos de transporte.

fig. 4 - Vale superior do douro

fig. 4 – Vale superior do douro

Pontos Fortes/Potencialidades

Ainda que nos últimos anos o peso do VAB (Valor Acrescentado Bruto) agrícola tenha vindo a diminuir no total do PIB (Produto Interno Bruto) – o que não significa que o valor da produção tenha diminuído – a agricultura portuguesa tem algumas potencialidades, que não têm sido devidamente aproveitadas:

  • Primeiro que tudo, a localização geográfica de Portugal em latitudes intermédias da Zona Temperada do Norte
  •  A existência duma rede hidrográfica densa.
  • O facto de os solos portugueses serem dotados, dum modo geral, de uma elevada sanidade vegetal.
  • A possibilidade de criar espécies mais fortes e resistentes em laboratório utilizando os genes de várias culturas.

    fig. 5 - campo fechado

    fig. 5 – campo fechado

  • O aumento da especialização das explorações.
  • Por via do Alqueva, o  aumentou a disponibilidade de água na região agrária do Alentejo, onde este recurso era menor.
  • O facto de nos métodos produtivos se utilizarem ainda, muitas vezes, técnicas tradicionais, o que confere uma maior qualidade a produtos como o vinho e a cortiça.
  • A existência de um significativo número de denominações de origem.
  • O reconhecimento da qualidade de certos produtos no mercado internacional, e o aumento da vocação para a produção desses mesmos produtos como o Vinho do Porto (já referido anteriormente).
  • O facto de muitos trabalhadores, particularmente no interior, exercerem a função de agricultor como segunda profissão – pluriatividade.
  • A crescente utilização de métodos amigos do ambiente.
  • A forte ligação existente entre a indústria e a agricultura, nomeadamente na exploração do tomate e na extração de cortiça.

Pontos Fracos/Condicionalismos

fig.7 - área abandonada da Beira Interior

fig.7 – área abandonada da Beira Interior

Como já vimos a prática da atividade agrícola no nosso país possui algumas potencialidades. No entanto, esta atividade possui diversos problemas estruturais, que enquanto não forem resolvidos/ultrapassados, não permitirão aproveitar os pontos fortes inerentes à mesma:

  • O facto de predominarem explorações de pequena dimensão.
  •  A baixa densidade populacional e o envelhecimento populacional nos meios rurais.
  • Os baixos níveis de instrução dos agricultores.
  • O insuficiente nível de formação profissional dos trabalhadores.
  •  baixa adesão a novas tecnologias de informação e comunicação.
  • fraca capacidade de inovação e modernização do processo produtivo.
  •  défice de gestão empresarial e de organização empresarial.
  • A falta de competitividade e divulgação dos produtos portugueses.
  • As dificuldades de financiamento.
  • A fraca ligação entre a produção agrícola/florestal e a indústria, duma maneira geral (à exceção de produtos como o tomate ou a cortiça).

    fig. 8 - solo desertificado no interior alentejano

    fig. 8 – solo desertificado no interior alentejano

  • A existência de uma elevada percentagem de solos com fraca aptidão agrícola.
  • O abandono dos espaços rurais, o que aumenta o risco de desertificação do solo.
  • Podemos também concluir, após a análise de cada um destes condicionalismos que as áreas rurais, principalmente as do interior do país, têm uma fraca sustentabilidade social e económica.

João Ribeiro, 11ºG

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Com a dinâmica própria de um blogue de uma biblioteca de uma escola, os Bibliblogueiros vão variando ao longo do tempo – alunos-autores que mantiveram as suas rubricas durante anos seguiram as suas carreiras académicas, rubricas que cumpriram o seu propósito e terminaram… mas a boa notícia é que todos os anos novos autores e novas temáticas vêm enriquecer este outro sítio da BE da ESDS. E chegou agora a vez da nossa colega Leonett Abrantes que se propõe, com textos produzidos pelos seus alunos, criar uma nova rubrica sobre um tema até agora aqui deficitário – Geografia – ou melhor, geografias, como veremos ao fim de diversas publicações. Foi batizado de Geoescritas e inicia hoje a sua publicação – à professora Leonett e aos alunos autores dos textos: sejam bem-vindos!

Fernando Rebelo (editor)

Paisagens Agrárias

Portugal apresenta uma grande diversidade de paisagens agrárias que refletem as condições naturais e a ocupação humana.regiões

A paisagem da figura 1 representa um campo aberto (antigamente chamado também de latifúndio). Nestes campos predomina o sistema de monocultura (apenas uma cultura/um produto), onde a forma dos campos é regular e de média/grande dimensão. É um sistema extensivo (obtém-se uma a duas colheitas por ano e, por isso, o solo não se encontra permanentemente cultivado, ou seja, existe pousio) e de sequeiro (devido à pouca necessidade de água). Estas paisagens agrárias prevalecem no Ribatejo e Oeste e no Alentejo, onde o tipo de povoamento é em maioria concentrado. As culturas são principalmente de cereais (trigo, centeio, cevada,) e reconversão agrícola (produtos hortícolas). Estes produtos são, posteriormente, comercializados no mercado.

figura 1

figura 1

A paisagem da figura 2 representa um campo fechado, também chamado minifúndio. O sistema de policultura (mais de uma cultura/um produto) é o predominante. Os campos agrícolas são de pequena dimensão e apresentam forma irregular. É um sistema intensivo (obtém-se mais de duas colheitas por ano e, por isso, o solo encontra-se permanentemente cultivado) e de regadio (devido à grande necessidade de água).

figura 2

figura 2

Formas de exploração da SAU

Existem duas formas de exploração da Superfície Agrícola Utilizada (SAU): a exploração por conta própria e a por arrendamento.

A exploração por conta própria é quando o produtor é também o proprietário. Habitualmente considerada mais vantajosa, neste tipo de exploração o proprietário procura obter o melhor resultado possível da terra e, como está a cuidar do que é seu, preocupa-se mais com a preservação dos solos e investe em melhoramentos fundiários.

A exploração por arrendamento é quando o produtor paga um valor ao proprietário da terra pela sua utilização. Esta forma pode ser mais desvantajosa, pois os arrendatários nem sempre se interessam pela valorização e preservação das terras, preocupando-se mais em tirar delas o máximo de proveito enquanto as possuem. Apesar disso, esta forma pode evitar o abandono das terras, nos casos em que o proprietário não queira ou não possa explorá-las.

gráfico

Cristiana Pinto, 11ºG

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Já foi no dia 14 de Dezembro, que o 7ºD se encontrou à porta da escola Daniel Sampaio pelas 9 horas para iniciar a visita de estudo À descoberta de Almada.

A nossa Directora de turma, Ana Paula Pereira, organizou esta visita de estudo para simultanemente despertar nos alunos o gosto pelo seu concelho e desenvolver a  sua capacidade de orientação.

Visitámos a Fragata D. Fernando II e Glória na freguesia de Cacilhas – Almada. Vimos uma Boca de fogo de Calibre 32 e calibre 12, uma lancha, uma trincheira, bitáculas, a roda do leme, a enfermaria, a câmara dos oficiais tudo com manequins a representar os marinheiros da época.

Este navio da Armada era constituído por quatro pavimentos (andares) com 22 canhões em cada piso. O capitão da Fragata contou a história das viagens realizadas (última fragata a realizar o caminho para a Índia), os materiais utilizados na sua construção e o restauro realizado após o incêndio para poder mais tarde ser visitada pelo público. Todos tiraram muitas fotos e divertiram-se muito.

Quando saímos do navio, esperávamos o Professor Alexandre Flores, amigo e colega do professor de História, João Melo, que nos acompanhou na visita guiada por Almada, desde Cacilhas até ao elevador (Ginjal), e por Almada Velha. O Professor Alexandre Flores contou-nos a história e a evolução das transformações sofridas em Almada. Há muito tempo atrás nas margens do rio Tejo, junto a Cacilhas, existiam praias que se estendiam quase até à Cova da Piedade e no Ginjal ainda existem pequenas praias. Uma delas chama-se Praia das Lavadeiras.” Gostamos muito de ver o mar “, era o que dizia a maioria dos alunos do 7º D.Vimos muitas coisas giras e até andamos num elevador muito alto. Subimos nesse elevador até ao Miradouro e passeamos pelas ruas estreitas de Almada Velha.

Quando já eram 13:30, fomos ao Mac Donald’s almoçar todos juntos. Comemos, brincámos, tirámos fotos e falamos imenso em conjunto. Depois fomos a pé para Cacilhas outra vez para apanhar o autocarro – com a professora de Geografia fazemos sempre grandes caminhadas – todos gostaram muito e querem mais visitas de estudo.

Cátia Mendes, 7ºD

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Apesar da hegemonia dos ditos jogos de computador, diariamente damos conta que muitos dos frequentadores da BE recorrem à nossa ludoteca, mesmo quando a sua utilização não é promovida por torneios organizados , como o SuperTematik de Língua Portuguesa para o Ensino Básico, a decorrer na nossa escola, já na sua etapa regional.

Assim, aproveitamos para divulgar, a quem ainda os desconhece, alguns destes materiais que através do entretenimento podem ajudar a desenvolver diversas aptidões sócio-cognitivas e conhecimentos em diversas áreas científicas. Em breve, contamos disponibilizar, quer na BE, quer aqui no Bibli, um guião descritivo dos materiais da nossa ludoteca, que, para além das actividades lectivas de planificação regular, pode funcionar como um eficaz  material de apoio às aulas de substituição do Ensino Básico.

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No âmbito das actividades que integraram o Dia da Escola, este ano subordinado ao tema  (Bio)diversidade, organizou-se um workshop,  patrocinado conjuntamente pelos grupos de História e Geografia e pela BE que visava celebrar a diversidade na sua vertente cultural.

O Mundo na Escola, assim se designou esta actividade, visava revelar aspectos dos universos culturais dos alunos da nossa comunidade escolar que são de origem estrangeira. Embora na sua maioria estes alunos sejam falantes de português, por serem oriundos de países outrora colónias portuguesas, com os quais se mantém laços privilegiados, (Palops e Brasil), não é menos verdade que outros há que são oriundos de regiões europeias bem distantes, historica e culturalmente, como as comunidades  dos Países de Leste. Outros, por enquanto poucos, são provenientes de outros continentes, como os chineses, e as dificuldades de comunicação tornam-se por vezes muito difíceis de superar.

Estamos porém a falar de comunidades razoavelmente integradas, por mérito próprio e por condições sociais, económicas e culturais favoráveis. No entanto, nem sempre se tem consciência do esforço que muitos destes alunos tiveram que fazer, ou fazem, para se integrarem na nossa escola. Basta lembrar que muitos dos curricula são assumidamente eurocêntricos, com tónica no lado ocidental da europa, se não mesmo tendicionalmente “nacionais” e que muitos destes seus destinatários em casa falam romeno, ucraniano ou crioulo.

Foi o reconhecimento desse esforço que se pretendeu revelar nas apresentações deste workshop. Somos uma escola que acolhe várias culturas mas muitas vezes estas ficam remetidas à rememoração dos seus portadores. A pluralidade deve ser conhecida, valorizada. Pretendeu-se dar visibilidade a esse encontro de culturas, torná-lo uma experiência de partilha, propiciadora de integração, de tolerância e enriquecimento. Simultaneamente foi uma experiência mobilizadora de competências para os alunos que nela participaram, pela pesquisa que exigiu a exposição das suas experiências, pela selecção e composição da realidade que apresentaram, como se reviram nelas, as representações que têm das suas comunidades. Foi também, e sobretudo, um momento grato para eles, por serem poucas as oportunidades que têm de partilharem que é mais significativo para si e do que os identifica no meio da comunidade escolar.

Tudo isto se revelou no empenho que dedicaram à actividade e  no número de alunos que aderiram à iniciativa, tornando escassos os noventa minutos que estavam programados, obrigando assim ao agendamento das outras apresentações para dia 21 de Maio (Dia da Escola II) e também Dia Mundial da Diversidade Cultural.

Cristina Teixeira e Fernando Rebelo

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