Acedendo ao informal convite das professoras Rute Magalhães e Dulce Sousa, um motivado grupo da nossa comunidade foi ao teatro: 72 participantes. Alunos de diversas turmas (9.º E, 11.º B, C, D, G, 12.º D) e alguns professores e encarregados de educação assistiram ao soberbo espetáculo
Reinar depois de morrer, que esteve em reposição até dia 12 de fevereiro no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. O convite foi lançado com o objetivo de realçar o diálogo intemporal entre as obras clássicas a estudar pelos alunos no âmbito do currículo:
Os Lusíadas, de Luís de Camões (9.º e 10.º anos), e
Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett (11.º ano).
Reinar Depois de Morrer, de Luis Vélez de Guevara, com encenação de Ignacio García, é uma peça do siglo de oro espanhol com temática portuguesa – o mito de D. Pedro e Inês de Castro. Este espetáculo integrou a Mostra Espanha no ano de estreia e subiu à cena no ano seguinte, em Madrid, com um elenco espanhol. Este espectáculo valeu a José Manuel Castanheira o Prémio Autores para Melhor Cenografia, e a Ignacio García o Prémio de Melhor Encenação, atribuído pela Associação de Encenadores de Espanha. O texto de Luis Guevara foi traduzido por Nuno Júdice, o autor do poema “Pedro lembrando Inês”.
Vamos ler a voz de Sofia: apreciação crítica.
Boa leitura.
Dulce Sousa
“Reinar depois de morrer”
Apreciação crítica da peça
No dia 10 de fevereiro, tive oportunidade de assistir à peça Reinar Depois de Morrer, do autor espanhol Luis Vélez de Guevara (1579-1644), apresentada pela Companhia de Teatro de Almada, coproduzida com a Compañia Nacional de Teatro Clásico (Espanha), levada à cena no Teatro Municipal Joaquim Benite. Fui com colegas e professores da escola, uma noite de teatro.
Esta interessantíssima peça aborda o amor proibido vivido pelo famoso e histórico par amoroso D. Pedro e D. Inês de Castro.
Duvido que tenha sido eu a única que, ao assistir à peça, tenha pensado que estava a ouvir e a ver algo que classificaria como “do outro mundo”. Isto porque, para além de, pessoalmente, adorar esta história de amor eterno, baseada numa situação real vivida entre as duas personagens, também a maneira como foi encenada mudou completamente a visão que tinha sobre o modo como imaginava a história. Desde o palco curvo, que aproveitaram em toda a sua essência de movimento e surpresa, até ao tanque de água à frente do palco, à música, à dança, bem tudo, mas mesmo tudo foi incrível. Achei extraordinária a performance de todos os atores, a maneira como dançaram, cantaram e deram vida a esta tragédia amorosa. O drama. O drama, a tragédia intensa que estava presente ao longo de toda a peça mas de uma maneira simultaneamente subtil e estranhamente agradável. A beleza. A beleza estava presente até nas rosas que iam caindo e mudando de cor, nos vestidos brancos esvoaçantes como cetim leve, nas vozes do elenco. O que há para não gostar? Nada.
Em suma, surpreendeu-me bastante o quão intensa e interessante a peça foi. Reinar Depois de Morrer, uma peça que voltaria a ver outra vez, sem hesitar. Que experiência.
Sofia Moita, 9ºE
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