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Archive for Abril, 2019

No passado dia 3 de abril, no âmbito do Projeto Cientificamente Provável, os alunos das turmas do 10ºB, 10ºC, 10ºG e 12ºB e respetivas professoras de Matemática, nomeadamente, Teresa Amendoeira, Cristina Santos, Carmo Gomes e Dora Almeida, deslocaram-se ao Departamento de Matemática da FCT/UNL para participar na iniciativa Matemática às 4as.

Esta iniciativa pretende divulgar a Matemática junto dos alunos do Ensino Secundário, através de atividades lúdicas de cariz matemático. Os alunos e respetivas professoras participaram, durante esta tarde, nestas atividades, bem como a conhecer mais de perto as várias ofertas da FCT, em especial, no Departamento de Matemática e na Licenciatura em Matemática.

As atividades desenvolvidas foram as seguintes:

– “Estás infetado!”, na área da Biomatemática, dirigida a todos os alunos e aplicada em sala de aula. Nesta atividade foi simulada a propagação de duas doenças entre os alunos e, de seguida, tentou-se perceber como o número de infetados varia ao longo do tempo e como essa variação depende das características da doença. Por fim, fez-se uma exploração de como se pode descrever matematicamente a propagação dessas doenças.

– “A Espionagem e a Matemática”, na área da Estatística e Criptografia, dirigida aos alunos do 10º ano e aplicada em laboratório computacional. Com base na frequência relativa das letras na Língua Portuguesa, os alunos tiveram de descodificar uma mensagem encriptada com recurso à aplicação Excel.

– “Voa, voa, milionário!”, na área da Investigação Operacional, dirigida aos alunos do 12º ano e aplicada em laboratório computacional. Pretendia-se que os alunos descobrissem um percurso num mapa, minimizando a distância total percorrida e de forma a que se visitassem todas as cidades (seleccionadas) uma única vez e que regressassem ao ponto de partida. Com esse objetivo, os alunos utilizaram uma aplicação Excel.

– “Vem jogar na nossa Slot Machine”, na área da Estatística e Investigação Operacional, dirigida aos alunos do 12º ano e aplicada em laboratório computacional. Nesta atividade os alunos atribuíam as probabilidades de ocorrência das “figuras” da slot machine de forma a garantir a satisfação simultânea de certas exigências, quer dos jogadores quer da Administração do Casino.  Os alunos usaram uma aplicação Excel onde puderam utilizar a slot machine e, posteriormente, recorrendo à Simulação, puderam verificar se conseguiram satisfazer as exigências.

Os alunos revelaram interesse, colocaram questões oportunamente e realizaram todas as atividades com bastante empenho e dinâmica.

Todas estas atividades foram bastante pertinentes sobretudo porque os alunos ficaram com uma perspetiva das suas aplicações, nomeadamente.

– Os modelos matemáticos permitem-nos entender melhor a dinâmica das doenças, prever o seu comportamento futuro, bem como avaliar medidas de controlo a implementar e, por isso, a transmissão de doenças de uma população foi uma das primeiras áreas da saúde pública a ter um tratamento matemático rigoroso.

– A transmissão de dados com confidencialidade tem aplicações muito importantes, tais como, para fins militares, políticos e transações bancárias e ainda particular importância na proteção de dados nas transmissões digitais.

– A otimização de atividades, tem várias aplicações nomeadamemte em problemas de transportes, de que é um exemplo a recolha de lixos urbanos, e no planeamento de atividades, como o sequenciamento de operações numa linha de montagem.

Ana Cristina Santos (professora de matemática e membro da equipa INTEReST – E+)

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Em 24 de março realizou-se, no Casino Estoril, a 7ª edição dos Prémios Sophia, organizados pela Academia Portuguesa de Cinema. “Raiva” de Sérgio Tréfaut foi o grande vencedor e entre os vários prémios que recebeu foi distinguido como o Melhor Filme de 2018. Filmado a preto e branco, é a adaptação do clássico do neorrealismo português de 1958 “Seara de Vento” de Manuel da Fonseca e, a partir de factos verídicos ocorridos em Beja em 1930, relata a história de um trabalhador rural que, perante uma grande injustiça e exploração laboral de que era vítima, perde a razão e transforma-se num assassino.

Quanto a estreias, Chuva é cantoria na aldeia dos mortos de João Salaviza e Renée Nader Messora, premiado em vários festivais entre os quais o prémio especial do júri “un certain regard “em Cannes, foi rodado durante nove meses numa aldeia indígena brasileira sendo protagonizado pelo adolescente Ihjac da tribo dos Krahô. Em Cannes os realizadores referiram que o prémio atribuído também se destina ao “Brasil indígena, historicamente negado, silenciado, assassinado”.

No entanto, a estreia mais aguardada do mês trouxe magia e fantasia com Dumbo de Tim Burton, um comovente e belíssimo remake do clássico da Disney de 1941, baseado numa história infantil escrita por Helen Aberson e ilustrada por Harold Pearl. Associando imagens reais e efeitos digitais e com um elenco de estrelas como Danny DeVito, Eva Green, Colin Farrell e Michael Keaton, é com sensações de encantamento e deslumbramento que assistimos, nesta maravilhosa obra, às aventuras do sensível elefante cujas orelhas grandes proporcionam a capacidade de voar.

O papel e importância dos laços familiares em qualquer fase da vida estão referenciados em várias películas. Do Paraguai veio uma dessas obras, As herdeiras de Marcelo Martinessi, focando o isolamento feminino numa sociedade patriarcal. A atriz Ana Brun que interpreta uma das personagens da alta burguesia cuja vida se altera com a falência da família, foi considerada a melhor atriz no festival de Berlim. O papel da família na forma como gere as mudanças também está presente na sensível obra para refletir Uma criança como Jake de Silas Howard abordando a questão da identidade de género e o papel dos pais no apoio ao seu filho. Da Irlanda, Rosie Uma família sem teto de Paddy Breathnach trata, igualmente, um tema atual mas demonstrando como o amor consegue gerir momentos de crise mantendo a união familiar. Num contexto diferente mas envolvendo também uma dinâmica familiar dramática, o artístico Pereira Brava do realizador turco Nuri Bilge Ceylan é direcionado aos fãs deste realizador com diversas questões filosóficos, teológicos e éticas apresentadas numa bela obra mas demasiado extensa.

Os acontecimentos ocorridos durante a Revolução Francesa regressam com Uma Nação, um Rei de Pierre Schoeller, focando a tomada da Bastilha e execução de Luís XVI, mas com uma visão idílica dos acontecimentos, não revelando o terror e atrocidades cometidas em nome da liberdade, igualdade e fraternidade. Um acontecimento atual, Kursk de Thomas Vinterberg sobre a tragédia que envolveu o submarino nuclear russo K-141 Kursk mostrando os obstáculos burocráticos que os familiares dos tripulantes enfrentaram na tentativa vã de os salvar. Nós de Jordan Peele   é uma película sobre o género de terror desenvolvendo o tema do sósia maligno de vestuário vermelho apresenta alguma carga política pois é considerado uma alusão aos republicanos apoiantes de Donald Trump.

Por fim, temos o filme do realizador japonês Leo Sato A guerra do caldeirão de Kamagasaki, vencedor do grande prémio da 5º edição do festival Porto / Post / Doc. Filmado num subúrbio da cidade japonesa de Osaka segundo a sinopse apresentada pelo festival “é uma ficção do real, com os habitantes a tornarem-se atores de uma narrativa satírico-cómica sobre a sua própria luta contra a opressão”.

Voltando à cinematografia portuguesa, é de referir que o júri do 19.º Festival Internacional de Cinema de Las Palmas de Gran Canária, Espanha, decidiu entregar o prémio “Lady Harimaguada” de ouro ao filme “A Portuguesa”, de Rita Azevedo, apontando como principais razões para o reconhecimento “O rigor, lucidez e sensibilidade da autora para fazer conviver o classicismo com a modernidade numa crónica histórica”.

Luísa Oliveira

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