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Concurso Literário Escolar + Leitura + Sucesso – participação da ESDS/ AEDS premiada.

A aluna Sara Boisseau Varino dos Santos, 12º ano, B, que aceitou o desafio da Biblioteca Escolar, foi distinguida com o Prémio do 3º escalão para a modalidade de poesia com o texto “No Canto Rasgado de um Guardanapo”, que a seguir se publica, entre os 13 trabalhos a Concurso.

O júri do Concurso Literário Escolar constituído por João Paulo Proença, Coordenador Interconcelhio para as Bibliotecas Escolares do Concelho de Almada, Armando Correia, Técnico Superior da Área da Educação da Câmara Municipal de Almada e Davide Freitas, Técnico Superior da Rede Municipal de Bibliotecas de Almada, procederam à apreciação dos trabalhos  apresentados a Concurso pelos Agrupamentos Escolares do Concelho de Almada e assim o decidiram.

Foram rececionados na Divisão de Bibliotecas e Arquivos 30 trabalhos, 17 na modalidade de conto e 13 na modalidade de poesia, de 10 Agrupamentos Escolares do Concelho de Almada, produzidos por 28 alunos, identificados com pseudónimo e com os títulos por escalão.

A participação de sucesso da aluna Sara Boisseau é mais um motivo de orgulho para a nossa comunidade escolar e uma prova de que vale sempre a pena investir nos projetos das Bibliotecas Escolares. Parabéns!

Dulce Sousa

poema

Luís Vasconcelos-praia coleção

Fotografia original de Luís de Vasconcelos, selecionada por Sara Boisseau

Em jeito de testemunho

Iniciei o meu 7ºano nesta escola em setembro de 2014. Agora, em junho de 2020, estou a acabar o 12ºano.

Pelas outras escolas por onde passei, a biblioteca foi, para mim, um local de passagem diária. Os livros sempre me fascinaram e acompanham-me desde pequena. Se a leitura sempre fez parte da minha vida, a escrita rapidamente me envolveu e se tornou a minha companheira confidente.

Nesta biblioteca cresci física e intelectualmente. Cresci com a biblioteca, e cresci na biblioteca. O banco que utilizava para chegar às prateleiras do fundo é hoje o mesmo banco que utilizo para aceder às mais altas prateleiras das estantes.  Foi através dos diversificados e atrativos livros da nossa biblioteca que estimulei a criatividade e o interesse pelas mais diversas áreas do saber. Foi na escola Daniel Sampaio que consegui conciliar o gosto pelos números, ingressando no curso de Ciências e Tecnologias, e pelas letras, explorando a biblioteca e participando ativamente nos vários desafios (e foram tantos!) promovidos pelos professores bibliotecários.

Entrei neste desafio pelo prazer de participar e ter sido o meu poema, entre outros, o escolhido, é, para mim, motivo de grande satisfação e alegria. O facto de ter sido uma escolha anónima deixa-me ainda mais feliz pois foi tida em conta, unicamente, a minha escrita, o que confere a este prémio um sabor mais especial.

A verdade é que o caminho se faz caminhando, e na biblioteca da escola Daniel Sampaio encontrei tudo o que precisava para que esta minha viagem tivesse sucesso. Os professores Fernando Rebelo e Dulce Sousa foram o meu farol, apontando-me o caminho. As auxiliares Fernanda e Helena assistiram-me ao longo do percurso, tornando a viagem mais simples. Divido com eles este prémio, porque ele também lhes pertence. A eles, os meus agradecimentos.

Hoje, estou a terminar o 12ºano. Em breve, encontrarei outra biblioteca. Mas não me despeço da biblioteca da escola Daniel Sampaio. Levo-a comigo, e ao mesmo tempo, deixo-a para vocês. Estou certa que a cadeira onde me sentava não ficará vazia, pois espero que este meu testemunho sirva de incentivo a outros caminhantes.

Sara Boisseau, 12ºB

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que este amor

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ano novo

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prelúdio3

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Sem Título

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Nasci exactamente no teu dia —fp

Treze de Junho, quente de alegria,

Citadino, bucólico e humano,

Onde até esses cravos de papel

Que têm uma bandeira em pé quebrado

Sabem rir…

Santo dia profano

Cuja luz sabe a mel

Sobre o chão de bom vinho derramado!

 

Santo António, és portanto

O meu santo,

Se bem que nunca me pegasses

Teu franciscano sentir,

Católico, apostólico e romano.

 

[…]

Dizem que foste um pregador insigne,

Um austero, mas de alma ardente e ansiosa,st

Etcetera…

Mas qual de nós vai tomar isso à letra?

Que de hoje em diante quem o diz se digne

Deixar de dizer isso ou qualquer outra coisa.

[…]

 

(Qual santo nem santeza!

Deita-te noutra cama!)

Santos, bem santos, nunca têm beleza.

Deus fez de ti um santo ou foi o Papa? …

Tira lá essa capa!

Deus fez-te santo! O Diabo, que é mais rico

Em fantasia, promoveu-te a manjerico.

 

Sê sempre assim, nosso pagão encanto,

Sê sempre assim!

Deixa lá Roma entregue à intriga e ao latim,

Esquece a doutrina e os sermões.

De mal, nem tu nem nós merecíamos tanto.

Foste Fernando de Bulhões,

Foste Frei António —

Isso sim.

Porque demónio

É que foram pregar contigo em santo?

 

Fernando Pessoa: Santo António, São João, São Pedro. Fernando Pessoa. (Organização de Alfredo Margarido.) Lisboa: A Regra do Jogo, 1986.

Imagens daqui e daqui 

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dia da criança

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Decorreu na biblioteca, no Dia da Poesia, 21 de março, a atividade Poetizar, em que, percorrendo diversas mesas, os alunos eram convidados a jogar com as palavras, inventando, reconstruindo e completando poemas. Junto à zona de atendimento da BE estiveram ainda expostas caricaturas de diversos poetas e autores portugueses para serem identificados pelos alunos.

Estiveram diretamente envolvidos nos jogos poéticos as turmas do Básico 8º A, B, D e E e 7º E, orientadas pelas professoras Maria João e Natália Marques, e as do profissional 11º G e H, da professora Mª do Céu.

Há alguns resultados surpreendentes pela sua criatividade, como se pode ver pelos trabalhos expostos à entrada da biblioteca. E, segundo os professores organizadores, a receção dos alunos foi muito positiva, tendo-se queixado apenas dos curtos 45 minutos de duração para cada turma. Sem dúvida, algo para continuar!

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sh

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10 minutos a ler

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ode aos natais esquecidos

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portugal

A Portugalite

Entre as afecções de boca dos portugueses que nem a pasta medicinal Couto pode curar, nenhuma há tão generalizada e galopante como a Portugalite. A Portugalite é uma inflamação nervosa que consiste em estar sempre a dizer mal de Portugal. É altamente contagiosa (transmite-se pela saliva) e até hoje não se descobriu cura.

A Portugalite é contraída por cada português logo que entra em contacto com Portugal. É uma doença não tanto venérea como venal. Para compreendê-la é necessário estudar a relação de cada português com Portugal. Esta relação é semelhante a uma outra que já é clássica na literatura. Suponhamos então que Portugal é fundamentalmente uma meretriz, mas que cada português está apaixonado por ela. Está sempre a dizer mal dela, o que é compreensível porque ela trata-o extremamente mal. Chega até a julgar que a odeia, porque não acha uma única razão para amá-la. Contudo, existem cinco sinais — típicos de qualquer grande e arrastada paixão — que demonstram que os portugueses, contra a vontade e contra a lógica, continuam apaixonados por ela, por muito afectadas que sejam as «bocas» que mandam.

Em primeiro lugar, estão sempre a falar dela. Como cada português é um amante atraiçoado e desgraçado pela mesma mulher, é natural que se junte aos demais para chorar a sua sorte e vilipendiar a causa comum de todos os seus males. Assim sempre se vão consolando uns aos outros. Bebem uns copos, chamam-lhes uns nomes, e confortam-se todos com o facto de não sofrerem sozinhos. Às vezes, para acentuar a tristeza, recordam-se dos bons velhos tempos em que Portugal, hoje megera ingrata que se vende na via (e na vida) pública, era uma namorada graciosa e senhora respeitada em todos os continentes. E, quando dez milhões de lágrimas caem para dentro do vinho tinto que seguram nas mãos, todos abanam as cabeças, dizendo em uníssono «e hoje é o que se sabe…».

Não é só o facto de não saberem nem poderem falar noutra coisa que prova a existência duma paixão. Como qualquer apaixonado arrependido, o português acha Portugal má como as cobras, mas… lindíssima. O facto de ser tão bonita de cara (as paisagens, as aldeias, a claridade, o clima) só torna a paixão mais trágica. O contraste entre a beleza à superfície e a vileza subterrânea dá maior acidez às lágrimas. É por isso que só há um tabu naquilo que se pode dizer de Portugal. Pode dizer-se que é bárbara e miserável, traiçoeira e ingrata, e tudo o mais que há de aviltante que se queira. O que não se pode dizer é «Portugal é um país feio». Nunca. Também neste aspecto se comprova a paixão.

Em terceiro lugar, os portugueses só deixam que outros portugueses digam mal de Portugal. Só quem sofreu nos braços dela (e que ela vai tratando ignobilmente a seu bel-prazer, por saber que nunca lhe hão-de fugir), se pode legitimamente queixar. Isto porque Portugal, sendo uma lindíssima meretriz, engata os estrangeiros descaradamente, desfazendo-se em encantos e seduções para com eles. Esta ideia exprime-se no dogma nacional que reza «Isto é bom é para os turistas», como quem diz «A viciosa da minha mulher a mim não me dá nada, mas atira-se a qualquer estranho que lhe apareça à frente». Qualquer estrangeiro que tenha a ousadia e o mau gosto de se fazer esquisito frente aos avanços despudorados de Portugal está condenado ao maior desagrado de todos.

Esta atitude é lógica, porque só há uma coisa pior do que se ser atraiçoado por quem se ama — é não se ser atraiçoado só porque o outro a acha feia e não a quer. À traição da mulher junta-se o insulto do outro, ao não achá-la sequer digna de um pequenino adultério. É como dizer-nos: «Não só estás apaixonado por uma pega, como ela é feia como breu.»

Os estrangeiros que nos visitam nunca compreendem isto. Lêem e ouvem dizer por todo o lado as maiores infâmias acerca de Portugal e não percebem porque é que todos lhe caem em cima no momento em que ele se atreve a dizer que um pastel de nata não está fresco, ou que tem a impressão de ter sido enganado no troco por um motorista de táxi.

Em quarto lugar, apesar do português passar o tempo a resmungar e a queixar-se quando está perto de Portugal, sabe-se o que lhe acontece quando está há muito tempo longe dela. Os grunhidos transformam-se em gemidos e as piscadelas de olho já não vencem senão lágrimas. E pensa invariavelmente: «Portugal é uma bruxa, mas antes mal tratada por ela do que bem por outra donzela…»

Em quinto e último lugar (e o «Quinto» não é fortuito), temos a derradeira prova da paixão do português por Portugal. Tem a ver com a ideia que ele tem do que Portugal podia ser. Para cada português, «isto podia ser o melhor país do mundo se…» (Segue-se uma condição invariavelmente impossível de se cumprir). A miragem deste país potencial é um paraíso que agrava substancialmente o inferno que os portugueses já supõem aturar. Isto porque os portugueses graças a Deus, têm expectativas elevadíssimas. Nada abaixo do Quinto-Império pode garantir satisfazê-los. […]

Estas expectativas insaciáveis revelam-se na saudável mania que têm os portugueses de comparar Portugal só com a pequena minoria de países que se encontram em muito melhor situação. Para um português, Portugal é o país mais pobre do mundo. Isto é, do mundo «que interessa». Se lhe falarmos nos demais 75% que estão piores que nós, diz logo: «Está bem, mas isso nem se fala…» Nem é preciso ser a Nicarágua ou o Bangladesh — basta mencionar a Grécia ou a Turquia para ele se virar para nós com ar despeitoso e incrédulo e dizer: «Ó filho, está bem, mas isso…»

É curioso notar que a Espanha goza de um estatuto especial nestas comparações. Nem conta como «melhor» nem «pior». A Espanha é sempre até, e a frase «Até na Espanha…» tem o significado precioso de chamar a atenção para um país reconhecidamente rasca onde, neste ou naquele aspecto, já estão escandalosamente melhores do que em Portugal. De qualquer modo, os espanhóis não são como nós. Acham, por exemplo, que é motivo de orgulho ser-se espanhol. Nisso pelo menos, estão muito piores que nós. Entretanto, compreende-se que o difícil não é amar Portugal — o difícil é deixar de amá-lo, também porque é sempre difícil nós sermos felizes.

Miguel Esteves Cardoso, in ‘A Causa das Coisas’

Imagem daqui

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Destino, que pecado foi o meu ?

Eu era feliz. Durante toda a minha vida sempre cantei e amei, porém, todo este doce canto se converteu em lágrimas e em choro. Amei, cantei mas perseguido pelo Destino e pela Má Fortuna, também sofri. Confesso que este sofrimento também foi causado pelos meus Erros, pois levei algum tempo a perceber, que o “ Amor é um fogo que arde sem se ver “, sofrendo muitas das vezes a tentar definir o que é o Amor.

camõesSempre fui um Homem muito propenso às paixões amorosas, porém, talvez devido à ironia do destino, sempre se trataram de amadas ilustres de uma beleza suprema conotada com uma harmonia e um equilíbrio que lhe conferem uma beleza celestial e caráter superior, e por isso , infelizmente para mim, durante toda a minha vida tive de lidar com amores impossíveis.

Ao longo da minha vida também vivi sempre com a fama de boémio e rufião e por isso deixaram-me um pouco de parte. Fiquei sempre muito entristecido e frustrado pois todas as minhas obras me levaram a um grande esforço e inspiração, mas confesso que fui incompreendido pela sociedade e isto sempre me causou indignação.

                                                                                                             Assinado: Luís de Camões

Duarte Almeida, 10ºF

imagem daqui

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dia da criança

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mãe

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8 março 2

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