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Posts Tagged ‘Ciência’

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Com vista à participação num encontro do projeto Erasmus+ da escola a decorrer em Eutin, Alemanha em março de 2022, convidam-se os alunos a apresentar a sua candidatura para seleção de quatro participantes que irão representar a escola. Esta candidatura consiste numa apresentação/análise de um filme recorrendo a conteúdos científicos de, pelo menos, duas disciplinas entre as quatro que estão envolvidas: matemática, física, química e biologia. 

Esta apresentação será feita oralmente em inglês e os critérios para a sua avaliação terão em conta méritos académico-científicos (rigor, relevância e interdisciplinaridade), comunicacionais (capacidade de expor um tema, vivacidade e clareza) e linguísticos (fluência e correção em língua inglesa) e criativos.

    • Os alunos interessados deverão aceder a um formulário online para identificação como candidatos e apresentação de um plano sobre o que pretendem realizar até 17 de dezembro de 2021
  • Os alunos que passarem o processo de pré-seleção serão avisados por email em 22.12.21;
  • As apresentações para seleção dos alunos participantes decorrerão no dia 12.1.22, da parte da tarde (em caso de necessidade, recorrer-se-á ao dia 13.1.22).

Acede ao guião de candidatura ao encontro  para saberes como te candidatar e, se decidires candidatar-te, preenche este formulário.

Quaisquer dúvidas poderão ser esclarecidas junto dos professores da equipa E+: Fernando Rebelo, Ana Cristina Santos, Carla Vaz, Paula Paiva e Ana Noválio (na BE).

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Inspirado pelo projeto Scientify, a nova parceria Erasmus+ da ESDS, os alunos de algumas turmas de ciências e tecnologias do Ensino Secundário foram desafiados a “ler ciência”, quer na ficção, quer em obras de divulgação científica. No primeiro caso, foi-lhes proposto que analisassem em obras de ficção (científica ou não) a viabilidade/plausibilidade do ponto de vista científico de alguns eventos incluídos nos seus enredos. No segundo caso, a proposta seria de uma apreciação crítica de uma obra de divulgação científica – obras dirigidas a um público leigo, mas curioso de saber mais sobre astronomia, biologia, matemática, fora do contexto de obras para especialistas ou manuais escolares. Da parceria da BE da ESDS nesta atividade resultou uma exposição de sugestões de leitura que aqui documentamos, convidando os alunos a visitá-la in loco e a escolher alguma obra que achem interessante para o seu trabalho.

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06curi600.1-1280x720GLÚTEN

Com certeza já deve ter ouvido falar do glúten, sobretudo nas redes sociais. Há uns anos, houve grandes polémicas sobre o glúten, que punha as pessoas mais “cheiinhas” e com maior peso. Também houve quem achasse que o glúten, por ser apenas um tema contemporâneo, fora um subproduto do processamento industrial dos alimentos…

Imagem1Pois bem, fique sabendo que o glúten é uma proteína presente em vários tipos de farinha e que não é, de longe, algo moderno. O glúten é um composto de proteínas compostas por componentes mais simples. Estes componentes armazenam os hidratos de carbono e são digeridos em aminoácidos que entram na corrente sanguínea. Assim sendo, a quantidade de hidratos de carbono no sangue é mantida em valores estáveis, mesmo com o consumo de bastantes alimentos com glúten. Isto contraria o mito de que o glúten engorda – o glúten é uma proteína inócua a grande parte das pessoas e até é boa para a saúde. O que realmente faz uma pessoa mais volumosa é o consumo de hidratos de carbono a mais, não é o consumo de glúten.

No entanto, as pessoas com doença celíaca têm problemas com o consumo de glúten…, mas porquê? O que acontece é que, enquanto que numa pessoa normal o glúten é digerido pelos aminoácidos na corrente sanguínea, numa pessoa portadora de doença celíaca ou com alergias ao glúten as enzimas que digerem o glúten não são produzidos em número suficiente ou não são mesmo produzidos, provocando consequências graves. A grande quantidade de glúten no sangue pode provocar indisposição estomacal, danos na mucosa intestinal, lesões na pele (dermatite herpetiforme), diarreia, dor ou inchaço abdominal.

Como se estes sintomas já não bastassem, a recuperação da doença celíaca é lenta e qualquer ingestão de glúten durante a recuperação pode atrasar todo um processo de semanas ou meses. Por isso é que é tão importante perceber antecipadamente se uma pessoa é portadora de doença celíaca. Afinal de contas, esta doença não é assim tão rara: 30% da população mundial ou 2,35 mil milhões de pessoas sofrem com ela.

Então, em que cereais podemos encontrar o glúten? Pois bem, o glúten aparece nas sementes dos cereais da famíliaImagem2 das gramíneas e sobretudo na tribo Triticeae, onde se incluem espécies como o trigo, a cevada, o centeio e o triticale. Estes cereais são compostos por perto de 7 a 15% de proteínas, entre as quais proteínas correspondentes às do glúten. Também são constituídos por 40 a 70% de amido, um hidrato de carbono de armazenamento de alimento para as plantas, e por 1 a 5% de lípidos. Por causa da sua estrutura bioquímica, o glúten é também chamado de “glúten triticeae” e, mais popularmente, por “glúten de trigo”. Portanto, podemos concluir que estas proteínas são uma parte fundamental da composição dos cereais aparentados com o trigo.

Outros cereais, como a aveia, não apresentam naturalmente glúten, mas como são, muitas vezes, processados em fábricas onde também é processado o trigo, a aveia acaba por ficar contaminada com glúten também. Assim sendo, quem é portador de doença celíaca deverá ter em atenção o rótulo dos produtos de aveia para confirmar se realmente estão contaminados ou não.

Mudemos de tema e falemos doutra coisa… será que o glúten tem algum efeito naquilo que cozinhamos com a farinha?

Vejamos: o glúten, para além de ser constituído por duas enzimas que armazenam hidratos de carbono – as prolaminas e glutaminas – este composto também é constituído por outras duas enzimas: a albumina e a globulina. Estas enzimas são hidrofóbicas, isto é, não são solúveis em água, no entanto criam interagem com a molécula de água. Estas interações provocam a coesão dos vários grãos de farinha que, de outra maneira, estariam soltos, e tornam a farinha mais elástica e viscosa. Quando a farinha deixa de estar em contacto direto com a água, as duas proteínas principais, ou seja, as que normalmente teriam como função armazenar hidratos de carbono (a prolamina e a glutamina), preservam-nas e mantêm a massa coesa. É por isso que a farinha não se desintegra quando seca…

Está bem, é certo, mas então o que acontece quando a massa vai ao forno? Pois bem, surpreenda-se, pois o glúten também é, em parte, responsável pelo aumento do volume da massa durante a cozedura! Como muita gente deve saber, quando a massa vai ao forno ocorre fermentação. A fermentação é um processo em que pequenos microrganismos se alimentam dos hidratos de carbono da massa, libertando gases neste mesmo processo. Esses gases são sobretudo dióxido de carbono e álcool etílico vaporizado pelo calor do forno. Numa situação normal, os gases Imagem3sairiam da massa e não haveria aumento do volume… e é aí que as proteínas do glúten entram em ação! A prolamina e a glutamina mantêm o dióxido de carbono dentro da massa, impedindo-a de sair dela e causando o aumento do seu volume. Assim sendo, o fabrico de pães sem glúten é considerado um grande desafio para a indústria e investigadores. A ausência de glúten na panificação tem um grande impacto nas propriedades viscoelásticas da massa, dando origem a massas pegajosas, pouco coesas e elásticas, e consequentemente, a pães com miolo compacto com reduzida porosidade, baixo volume e textura desintegrada. Por esta razão, nos últimos anos, têm-se criado alternativas para o fabrico de melhores pães sem a presença do glúten, como através do uso de amido gelatinoso ou mesmo de microalgas.

O etanol não é mantido dentro da massa porque o seu ponto de ebulição é muito superior ao do dióxido de carbono (75ºC contra -57ºC). Porquê? A razão até é simples… Muita gente deve ter reparado que, quando a água atinge o ponto de ebulição, a evaporação é bastante rápida: isto ocorre porque as moléculas encontram-se bastante instáveis. É devido a essa instabilidade que o álcool não é fixado pelas proteínas do glúten – é que, enquanto o dióxido de carbono emitido durante a fermentação encontra-se relativamente estável por se encontrar já em estado gasoso, o etanol está inicialmente em estado líquido, mas rapidamente é transformado num gás, o que causa bastante instabilidade molecular, dificultando a sua fixação pelo glúten. É por essa razão que o pão não possui álcool, ao contrário de outros produtos fermentados com cereais, como a cerveja…

Após a cozedura, o volume mantém-se, e tal deve-se à coagulação do glúten. Tal como grande parte das proteínas, oImagem4 glúten perde atividade vital quando as temperaturas são demasiado elevadas, ou seja, perde atividade vital. Concluindo, no início da cozedura esta proteína fixa os gases e cria volume à massa, mas após algum tempo no forno tanto os microrganismos do fermento como o próprio glúten acabam por “morrer”, e a morte, como toda a gente sabe, é irreversível. Isto provoca a coagulação, ou seja, a solidificação das proteínas do glúten e que mantém o tamanho e o volume, mesmo depois de arrefecer! Isto também explica o porquê de, apesar de o glúten ser uma proteína e de os cereais terem na sua constituição até 15% de proteínas, os pães ou os bolos não conterem muita proteína – simplesmente ficaram sem atividade vital no processo e não têm qualquer valor nutricional para o ser humano.

Diogo Rodrigues, 11ºC

Bibliografia:

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INTRODUÇÂO

Enquanto alunos de uma turma de Ciências e Tecnologias, sempre tivemos curiosidade pelo  mundo que nos rodeia. 

Ora, no início deste ano letivo, fomos desafiados a realizar um projeto interdisciplinar – uma hipótese para explorar. Este tipo de projetos – que se estendem ao longo do ano – têm como objetivo articular as várias disciplinas de modo a desenvolver uma resposta a determinado problema, ou a criar algo novo. 

Com o propósito de produzir um artigo inédito, precisávamos de formular um problema – cuja resposta quiséssemos verdadeiramente saber.

Seguindo o verdadeiro espírito científico, criámos uma pergunta: “Como se aprende a cozinhar?”, e, claro, “Como se cozinha (bem)?”.

A pergunta pode, de repente, parecer muito simples. “Eu sei cozinhar” – pensará, certamente, o leitor. Mas saberá? É claro que todos sabemos seguir uma receita, mas, se a receita não estiver presente, saberemos improvisar algo? E conhecemos o papel dos vários ingredientes da receita? O que acontece se nos faltar um? Como o substituímos?

O nosso problema, em última análise, é mais do que saber cozinhar – é compreender o processo. 

Curiosamente, reparamos que alguém com experiência – uma avó ou as nossas mães – saberá uma resposta a estas perguntas. A nossa intenção é, porém, ir mais além, descobrindo outras respostas, fundamentadas pelo método científico.

Poder-se-á perguntar, claro, que importância tem “perceber a culinária”. Aliás, nos tempos de hoje, cada vez temos menos a necessidade de cozinhar.

Este é um ponto perfeitamente válido – mas é precisamente o motivo que nos leva a considerar tão importante perceber como cozinhar. Se cada vez cozinharmos menos, cada vez teremos menos conhecimento acerca daquilo que comemos. A exploração do “como cozinhar” leva-nos, pela via científica, a temas muito importantes, quer de nutrição, de (bio)química, do nosso metabolismo e outros, que nos permitem formar um espírito crítico sobre a comida e a cozinha.

O nosso espírito crítico, bem informado e fundamentado, é dos principais atributos que se pretende que consigamos extrair do nosso tempo na escola. A educação alimentar poderá ser mais um contributo para este exercício mental.

Esta foi, portanto, a nossa introdução: temos vindo a aprender, e ensinar-vos-emos, a cozinhar; assim, aquilo que pretendemos agora é partilhar com os leitores uma série de artigos com algumas coisas que aprendemos, começando com a confeção de bolachas e bolos.

Marta Vasconcelos, 11ºC

imagem daqui

CONFEÇÃO DE BOLACHAS E BOLOS

Que artigo escusado! – pensará, certamente, o leitor – Cozinhar bolos e bolachas não tem ciência nenhuma! Misturar uns quantos ovos, umas canecas de farinha e uma quantidade avultada de açúcar atingirá o resultado!.. Ou falta algo? Fermento em pó!.. ou bicarbonato de sódio? Manteiga!.. ou óleo? Leite!.. ou água?

Ora, todos os ingredientes desempenham um papel crucial na confeção de sobremesas: a sua substituição, supressão ou insuficiência levaria a catástrofes culinárias inimagináveis! Daí a importância da leitura de artigos como o presente, no qual é explicada a função de cada elemento relativamente ao valor nutricional, sabor, textura, aroma e cor do resultado final.

Composição química, função e variedade dos ingredientes

Farinha de trigo 

Comecemos por falar da farinha de trigo.

Independentemente da designação de forte ou fraca, a farinha de trigo apresenta necessariamente uma composição básica de cinco elementos primários: proteínas, amido – os mais relevantes –, água, gordura e sais minerais.

  • Mas de que forma são estes componentes relevantes na confeção de bolos e bolachas? Em que medida influenciam a massa?

Ora, as principais proteínas constituintes da farinha de trigo são a gliadina e glutenina. Na presença de água, estas aglomeram-se de modo a formar uma rede proteica fibrosa e elástica – o glúten. Enquanto a gliadina é responsável pelo caráter elástico da massa, a glutelina é responsável pela sua maleabilidade, permitindo a assimilação de uma porção elevada de dióxido de carbono libertado durante a fermentação da massa. Este processo de aeração resulta no crescimento da massa. 

O amido, por outro lado, é um polissacarídeo formado principalmente por glicose e ligações glicosídicas, constituindo cadeias de açúcares. Na presença de água e de calor, transforma-se numa solução viscosa com estrutura gelatinosa, que dará origem ao interior do bolo.

Portanto, o glúten e o amido são os elementos responsáveis pela flexibilidade, elasticidade e maleabilidade da massa.

  • E ainda, em que difere uma farinha forte de uma farinha fraca? Qual é indicada para a confeção de bolos?

Retomando os conceitos de força ou fraqueza da farinha inicialmente mencionados, existem duas classificações: Uma farinha considerada forte contém entre 10,5% e 12% de proteínas na sua composição, enquanto que as farinhas fracas possuem proteínas em menor quantidade e de qualidade inferior. Consequentemente, estas farinhas absorvem pouca água, resultando num rápido crescimento da massa e fácil libertação de gases – ou seja, farinhas fracas originam massas compactas e leves, indicadas para a confeção de bolos e bolachas. Por outro lado, as farinhas fortes permitem a obtenção de uma massa mais estruturada e flexível, que resulta em produtos de melhor qualidade no caso da cozedura de pão ou preparação de alimentos mais consistentes.

  • Para além da força da farinha, que outro fator devemos ter em conta ao utilizar farinha de trigo? Qual a variedade ideal para bolos?

Existem, nomeadamente, três variedades de farinha de trigo que, devido à elevada abundância em glúten, são indicadas para bolos e bolachas: Farinhas de trigo T45, T55 e T65. A primeira, T45 ou farinha flor, é a mais refinada e branca, resultando na confeção de massas muito leves e fofas. A segunda, T55 ou extrafina, é o tipo de farinha ideal para bolos e, sendo branca muito fina, revela-se também adequada para inúmeras preparações culinárias distintas. Ambas contêm um elevado teor em amido e glúten, mas menos fibras e vitaminas. A última, T65 ou fina, é maioritariamente utilizada na confeção de pão, tendo um efeito mais rústico no alimento. Portanto, na preparação de bolos e bolachas de textura desejavelmente fofa, é aconselhada a utilização de farinha de trigo T65.

É de notar que, ao contrário do processo de preparação do pão, na confeção de bolos e bolachas é aconselhável bater o mínimo possível a massa depois da adição de farinha, uma vez que se procura evitar ao máximo a resistência da massa resultante do desenvolvimento do glúten contido na farinha.

Fermento

  • Que tipo de fermento é recomendável na confeção de bolos e bolachas?

Existem cinco tipos de fermento: fermento em pó, bicarbonato de sódio, fermento biológico fresco, fermento biológico instantâneo e fermento natural.

Uma vez que são utilizados quase exclusivamente na produção de pão, tanto os fermentos biológicos como o fermento natural são pouco aconselhados na confeção de bolos e bolachas – daí ser mais pertinente diferenciar a composição e condições de utilização do bicarbonato de sódio e do fermento em pó:

O fermento em pó é um fermento químico formado por uma combinação de bicarbonato de sódio, um elemento ácido (geralmente, bitartarato de potássio) e amido. A barreira de amido tem a função de absorver a humidade do ar com a finalidade de manter o bicarbonato de sódio e os ácidos orgânicos separados e secos – Isto porque o efeito de crescimento da massa característico da utilização de fermento em pó ocorre devido à reação entre a base (bicarbonato de sódio) e o ácido (bitartarato de potássio) que se inicia a uma temperatura de 60ºC. 

O pré-aquecimento do forno é, portanto, um passo crucial para a eficácia do fermento, assim como a mistura de ingredientes sempre à temperatura ambiente e a incorporação deste ingrediente em último lugar.

O bicarbonato de sódio é um agente levedante – ou fermento – quimicamente alcalino. Ao contrário do fermento em pó, inicia a reação química assim que entra em contacto com algum ácido líquido (como iogurte, limão, vinagre, leite). Assim, o bicarbonato de sódio liberta de imediato o dióxido de carbono responsável pela aeração da massa e rápido crescimento da mesma. Geralmente, é utilizado em conjunto com elementos ácidos, como os referidos, para que ocorra a neutralização do sabor desagradável resultante da reação.

Portanto, no geral, deve utilizar-se bicarbonato de sódio em bolachas, cupcakes e queques – visto que a sua textura e sabor são favorecidos pela curta duração da reação química. Por outro lado, recomenda-se a utilização de fermento em pó na confeção de bolos – visto que o seu tempo de reação é elevado, como o tempo de cozedura do bolo.

Adoçantes

  • O que é açúcar? Especificamente, para que alimentos é aconselhada cada uma das variedades?

Maior parte dos açúcares, como o açúcar refinado, granulado ou branco, açúcar em pó e açúcar mascavado, consistem, basicamente, em sacarose – um dissacarídeo formado por glicose e frutose responsável pelo sabor doce característico do açúcar.

O açúcar mascavado, que é o primeiro a ser extraído do caldo de cana, não sofre o processo de refinação, pelo que as propriedades nutricionais da cana-de-açúcar são preservadas. Por conseguinte, apresenta um sabor único e forte, proveniente do melaço (matéria constituída por açúcares redutores e sacarose não cristalizada). É, portanto, indicado para bolos húmidos e escuros, como brownies, bolos com especiarias, com café, mel ou chocolate.

O açúcar amarelo é parcialmente refinado, apresentando cristais mais pequenos, resultantes do processo de centrifugação. Tem um sabor caramelado e textura suave, sendo, portanto, aconselhado em receitas de bolos e bolachas.

Já o açúcar refinado, granulado ou branco, é submetido a um processo de refinação demorado, no qual se verifica uma perda praticamente total das vitaminas e minerais que o compõem. Apresenta um teor de 99,9% de sacarose apenas superado pelo açúcar confeiteiro. Este, por sua vez, sofre um processo de moagem intenso, resultando em grãos finíssimos indicados para bolachas, merengues, cremes, mousses, compota e geleias.

  • E qual a influência da quantidade de açúcar no alimento preparado?

Uma quantidade de excessiva de açúcar resulta na obtenção de uma massa pesada como, por exemplo, a do brownie. É devido à elevada cristalização do açúcar no bolo e consequente inibição de formação da cadeia proteica de glúten que a massa acaba por ficar pesada e cair. Este processo de cristalização do açúcar em excesso pode também criar uma cobertura pesada que impede o crescimento adequado do bolo.

Contudo, uma elevada quantidade de açúcar aumenta a temperatura de gelatinização do amido, o que permite maior tempo de expansão da massa durante a cozedura e, consequentemente, um aumento favorável do volume final do bolo.

Já a insuficiência de açúcar conduz a uma textura mais dura devido à indesejável conformação da cadeia de glúten presente.

  • Para além do volume, em que outras características do alimento intervém o açúcar?

A presença de açúcar na massa possibilita a ocorrência de reações Maillard. Este tipo de reações ocorre entre os aminoácidos constituintes das proteínas e os açúcares (hidratos de carbono): quando o alimento é submetido a elevadas temperaturas, o grupo carbonilo (C=O) do açúcar reage com o grupo amina (–NH2) do aminoácido, resultando na produção de melanoidinas, que dão a cor e o aspeto característicos dos alimentos cozidos ou assados. As reações Maillard sucedem apenas à superfície da massa, visto que esta é a única parte do bolo que atinge temperaturas suficientemente altas para permitir a sua ocorrência. Também as reações de caramelização, que consistem na quebra de açúcares complexos em açúcares simples não polimerizados, conferem aroma e sabor ao bolo.

Em conclusão, o açúcar contribui fortemente para a cor, aroma e sabor do alimento.

  • Sendo este ingrediente fundamental na confeção de bolos e bolachas, será possível substituí-lo?

É possível substituir o açúcar por alternativas naturais, como mel – tipo de frutose com propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias e antioxidantes; stevia, que tem um poder adoçante até 300 vezes maior que o açúcar; ou melaço. Também se pode fazer a substituição através de adoçantes, como o xilitol (C5H12O5) e o Eritritol (C4H10O4), que, obtido através da fermentação da sacarose, possui 70% do poder adoçante do açúcar.

Gorduras

  • Que papel desempenham as gorduras na confeção de bolos e bolachas? Que propriedades tornam um tipo de gordura adequado para a pastelaria?

As gorduras são cruciais na preparação de bolos e bolachas: não só promovem a aeração e expansão da massa, como favorecem o sabor e textura da mesma ao impedir o desenvolvimento do glúten. Simultaneamente, acabam por aumentar a validade do produto ao reter água.

As propriedades físico-químicas mais notáveis das gorduras são a plasticidade e o ponto de fusão. Gorduras plásticas, como a manteiga, a margarina, a banha e a gordura vegetal conferem plasticidade, isto é, maleabilidade à massa. No entanto, os óleos, por serem totalmente líquidos, não detêm esta propriedade, o que também acontece com a manteiga de cacau, por ser sólida.

Relativamente ao ponto de fusão, isto é, a temperatura a partir da qual a gordura passa do estado sólido para o estado líquido, é relevante notar que a manteiga, por exemplo, tem um ponto de fusão que ronda os 27ºC, enquanto que o ponto de fusão da gordura vegetal é de cerca de 45ºC. Ou seja, a última é uma gordura pouco aconselhável na confeitaria, visto que não é plausível trabalhar com ela no estado líquido.

  • Foquemo-nos no óleo e na manteiga. Qual escolher?

O primeiro tem um sabor impercetível, e a sua utilização resulta numa massa leve e fofa, sendo aconselhável para bolos simples. Já a manteiga, por solidificar a temperaturas reduzidas, provoca a rigidez do bolo caso este seja preservado no frigorífico, por exemplo. Para além disso, o seu sabor é notável na massa. Assim, na confeção de bolos e bolachas, é preferível a utilização de óleo.

Ovos

  • Porque são tão frequentemente utilizados nas receitas? Afinal, qual a função dos ovos?

A principal função do ovo nos bolos e bolachas é proporcionar estrutura, ou seja, dar firmeza à massa. Para além disso, a presença de lecitina, fosfolípido que funciona como emulsificante natural, na sua constituição é responsável pela homogeneidade da mistura. Enquanto as claras fornecem a aeração necessária para um bolo volumoso, macio e fofo, as gemas garantem a humidade natural necessária, que, juntamente com o leite e a manteiga, evitam a secura do bolo.

  • Será possível substituir os ovos numa receita?

Apesar de os ovos constituirem ingredientes essenciais, a variedade de funções dos diversos alimentos de pastelaria é de tal modo ampla que estes acabam por poder ser substituídos.

Por exemplo, a humidade garantida pela gema do ovo pode ser atingida por puré de banana ou maçã. É também possível conseguir o volume proporcionado pelas claras batidas em castelo através da mistura de vinagre com fermento em pó ou bicarbonato de sódio: o vinagre ativa os componentes do fermento, fornecendo a aeração responsável pelo volume e consistência mole. E ainda, o efeito emulsificante da lecitina pode ser conseguido por amido de milho, que confere fofura ao bolo, ou linhaça e chia, depois de fortemente hidratadas em água: ao inchar, as sementes obtêm o aspeto gelatinoso desejado.

Líquido

  • Qual a finalidade da incorporação de um líquido no bolo/bolacha?

O leite, líquido mais frequentemente usado na pastelaria, tem um papel importante na textura do bolo: uma vez que pouco interfere no sabor da massa, a sua única função é amaciar o bolo. Pode ser substituído por água ou sumos naturais, ingredientes que exigem um maior tempo de cozedura no forno, devido à maior humidade que conferem ao alimento.

 Métodos de confeção

Os dois métodos mais utilizados na pastelaria são o método cremoso, ou creaming, e o método cremoso reverso, ou two-stage method.

Passemos, então à explicação sintética dos mesmos:

Método cremoso, ou creaming

Este método é utilizado na preparação de bolos leves e macios que, não obstante, possuem uma estrutura consistente – isto é, são bolos que suportam muito peso sem sofrer deformações, como bolachasebolos amanteigados.

A técnica passa por três etapas: elaboração de um creme de manteiga e açúcar, adição de ovos e, finalmente, adição de farinha de trigo. Tipicamente, é utilizada uma quantidade equivalente de manteiga, açúcar branco e farinha de trigo.

Assim, o processo consiste em preparar um creme com manteiga e açúcar para incorporar a maior quantidade de bolhas de ar possível na massa (aeração). A adição de ovos leva à homogeneidade da mistura, formando uma estrutura mais elástica para as bolhas de ar, de modo a impedir o colapso das mesmas e promover a sua expansão durante a cozedura. A adição de farinha proporciona estrutura e consolidação à massa.

Método cremoso reverso, ou two-stage method

Esta técnica é utilizada na preparação de bolos húmidos, nos quais os quatro ingredientes principais – farinha, açúcar, ovos e manteiga – possuem o mesmo peso. O método tem duas etapas: a mistura dos ingredientes secos com a manteiga e a adição dos ingredientes líquidos.

O processo dá-se da seguinte forma: a gordura da manteiga reveste as proteínas da farinha, protegendo-as do líquido posteriormente adicionado. Esta etapa evita também o desenvolvimento do glúten, cuja formação, como já foi dito, resulta numa textura mais rígida. Na segunda etapa, são adicionados os ingredientes líquidos, formando-se a massa homogénea.

Catarina Marino, 11ºC

imagem daqui

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No passado dia 3 de abril, no âmbito do Projeto Cientificamente Provável, os alunos das turmas do 10ºB, 10ºC, 10ºG e 12ºB e respetivas professoras de Matemática, nomeadamente, Teresa Amendoeira, Cristina Santos, Carmo Gomes e Dora Almeida, deslocaram-se ao Departamento de Matemática da FCT/UNL para participar na iniciativa Matemática às 4as.

Esta iniciativa pretende divulgar a Matemática junto dos alunos do Ensino Secundário, através de atividades lúdicas de cariz matemático. Os alunos e respetivas professoras participaram, durante esta tarde, nestas atividades, bem como a conhecer mais de perto as várias ofertas da FCT, em especial, no Departamento de Matemática e na Licenciatura em Matemática.

As atividades desenvolvidas foram as seguintes:

– “Estás infetado!”, na área da Biomatemática, dirigida a todos os alunos e aplicada em sala de aula. Nesta atividade foi simulada a propagação de duas doenças entre os alunos e, de seguida, tentou-se perceber como o número de infetados varia ao longo do tempo e como essa variação depende das características da doença. Por fim, fez-se uma exploração de como se pode descrever matematicamente a propagação dessas doenças.

– “A Espionagem e a Matemática”, na área da Estatística e Criptografia, dirigida aos alunos do 10º ano e aplicada em laboratório computacional. Com base na frequência relativa das letras na Língua Portuguesa, os alunos tiveram de descodificar uma mensagem encriptada com recurso à aplicação Excel.

– “Voa, voa, milionário!”, na área da Investigação Operacional, dirigida aos alunos do 12º ano e aplicada em laboratório computacional. Pretendia-se que os alunos descobrissem um percurso num mapa, minimizando a distância total percorrida e de forma a que se visitassem todas as cidades (seleccionadas) uma única vez e que regressassem ao ponto de partida. Com esse objetivo, os alunos utilizaram uma aplicação Excel.

– “Vem jogar na nossa Slot Machine”, na área da Estatística e Investigação Operacional, dirigida aos alunos do 12º ano e aplicada em laboratório computacional. Nesta atividade os alunos atribuíam as probabilidades de ocorrência das “figuras” da slot machine de forma a garantir a satisfação simultânea de certas exigências, quer dos jogadores quer da Administração do Casino.  Os alunos usaram uma aplicação Excel onde puderam utilizar a slot machine e, posteriormente, recorrendo à Simulação, puderam verificar se conseguiram satisfazer as exigências.

Os alunos revelaram interesse, colocaram questões oportunamente e realizaram todas as atividades com bastante empenho e dinâmica.

Todas estas atividades foram bastante pertinentes sobretudo porque os alunos ficaram com uma perspetiva das suas aplicações, nomeadamente.

– Os modelos matemáticos permitem-nos entender melhor a dinâmica das doenças, prever o seu comportamento futuro, bem como avaliar medidas de controlo a implementar e, por isso, a transmissão de doenças de uma população foi uma das primeiras áreas da saúde pública a ter um tratamento matemático rigoroso.

– A transmissão de dados com confidencialidade tem aplicações muito importantes, tais como, para fins militares, políticos e transações bancárias e ainda particular importância na proteção de dados nas transmissões digitais.

– A otimização de atividades, tem várias aplicações nomeadamemte em problemas de transportes, de que é um exemplo a recolha de lixos urbanos, e no planeamento de atividades, como o sequenciamento de operações numa linha de montagem.

Ana Cristina Santos (professora de matemática e membro da equipa INTEReST – E+)

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Nesta Semana  da Ciência e Tecnologia, registamos com satisfação o estabelecimento 6 parcerias de cooperação com centros de investigação e unidades do ensino superior na área da Ciência e Tecnologia. Ao abrigo do programa Cientificamente Provável , a escola, mediada pela BE, estabeleceu parcerias com o MOSMICRO ITQB NOVA, o CERENA- Centro de Recursos Naturais e Ambiente (IST-UL), o Centro de Química e Bioquímica (FC-UL), o CENIMAT/i3N (FCT/UNL) – Centro de Investigação de Materiais, o Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física da Radiação (LIBPhys-FCT-UL) e o Departamento de Matemática da FCT-UNL.

Estas parcerias cobrem de uma forma, sempre que possível, interdisciplinar as áreas da Biologia, Química, Física e Matemática, e a sua execução estará a cargo das professoras Carla Vaz, Telma Rodrigues, Paula Paiva e Ana Cristina Santos. Terão como principais destinatários os alunos do Ensino Secundário de Ciências e Tecnologias e darão particular suporte ao novo projeto Erasmus+ KA229 da escola , que se propõe  partilhar boas práticas no ensino-aprendizagem das ciências, numa abordagem interdisciplinar, com escolas da Lituânia, Hungria e Turquia. 

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(..) a gestação de um novo indivíduo é apenas possível com os centríolos provenientes do homem, pois sem eles ou o embrião não se desenvolve, ou o corpo rejeita-o (…)

Na sequência de estudos no campo da infertilidade, surge agora em Portugal uma centríolosdescoberta revolucionária que poderá permitir avanços significativos num possível tratamento. Juntamente com os seus colegas de equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência,  a investigadora Mónica Bettencourt-Dias, revela a importância da eliminação de minúsculas estruturas (centríolos) nas células da mulher, que permitem o normal desenvolvimento dos bebés.    

Desde o século XX que era do conhecimento da comunidade científica, que os centríolos da mãe eram eliminados no momento da formação do ovo e que, no seu lugar, ficavam os do pai, nomeadamente, os do seu espermatozóide, sendo os do novo ser exclusivamente deste.

  • Que implicações têm estas estruturas na fertilidade humana?
  • Por que razão os centríolos da mãe são eliminados?

De modo a responder a estas questões, foram feitas experiências com a “mosca da fruta”.

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Fig.1 – Experiências feitas por Mónica Bettencourt Dias

A experiência consiste na utilização de “moscas de fruta”, de modo a mostrar o papel que os centríolos têm na fertilidade. Para comparar, houve manipulação experimental. Primeiro, eliminaram-se os centríolos, onde foi possível observar o desenvolvimento do embrião. E segundo, mantiveram-se os centríolos. Aqui, foi possível observar que não houve desenvolvimento do embrião.

Observando os resultados foi possível afirmar que, sem o desaparecimento dos centríolos na formação do ovo, não se dava a gestação de uma nova mosca.

Assim, se os centríolos da mãe não forem eliminados, o que acontece é que, o ovo fica com estas estruturas a mais: “um céu estrelado de centríolos”.

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Fig.2 – Ovo onde os centríolos maternos foram artificialmente
mantidos, criando a imagem de um “céu estrelado”

Acontece que, na presença de centríolos a mais ocorrem divisões celulares anormais e o embrião ou não se desenvolve, ou é abortado/rejeitado pelo corpo da mulher, revelando infertilidade.

  • O que aconteceria se o ovo mantivesse os centríolos da mãe e dispensasse os do pai?

Antes da formação do ovo a célula feminina tem centríolos, o que levou os cientistas a pensar na possibilidade de uma mulher se reproduzir sozinha, tal como alguns animais o fazem.

Para verificar isso, foi realizada uma nova experiência com a “mosca da fruta”, mantendo os centríolos femininos: “Quando mantivemos os centríolos nas fêmeas, isso não foi suficiente para serem independentes na fertilidade (sem precisarem do macho) ”.

Concluiu-se que, o único momento em que o nosso organismo permite que uma célula perca os seus centríolos é no ovo e porque vai ser receber estruturas idênticas, que assegurarão a normal divisão das células e o desenvolvimento do bebé.

Caso contrário, se os centríolos da mãe permanecessem na célula, o embrião não se desenvolveria deixando então, as mulheres dependentes dos homens para se reproduzirem.

Em suma, a gestação de um novo indivíduo é apenas possível com os centríolos provenientes do homem, pois sem eles ou o embrião não se desenvolve, ou o corpo rejeita-o, revelando um impedimento na procriação sem o homem.

É de destacar a importância desta investigação na área científica, uma vez que trará a toda comunidade novas perspetivas sobre a reprodução, classificando-a como um avanço da ciência.

Marta Laranjeira e Olga Pantelei, 12ºB

Referências Bibliográficas

Informação/Artigo:

Imagens:

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Um estudo veio mostrar pela primeira vez que a maternidade provoca alterações no cérebro da mulher.

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fig.1

O estudo foi feito por investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona e do Instituto Hospitalar del Mar de Investigaciones Médicas, com a colaboração da Clínica IVI Barcelona (fig.1). As conclusões foram publicadas na prestigiada revista científica Nature Neuroscience.

Amostra

A investigação foi acompanhada durante 5 anos e 4 meses, e para a sua realização, os investigadores compararam a ressonância magnética de um grupo com 25 mulheres grávidas, antes e depois do parto, 19 companheiros dessas mulheres, e um grupo com 20 mulheres que não estavam, nem nunca estiveram grávidas e 17 companheiros das mesmas.

Efeitos da gravidez no cérebro               

Mediante a análise de imagens de ressonância magnética pode observar-se como as

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fig.2

mulheres que viviam a sua primeira gravidez apresentam uma redução de matéria cinzenta nas regiões das relações sociais. Parte dessas regiões ativam-se quando a mulher observa a imagem do seu bebé, acredita-se que as mudanças observadas concedem uma vantagem adaptativa na transição para a maternidade, facilitando a capacidade da mãe perceber os sinais e necessidades do seu filho.

As mudanças neuro-anatómicas localizadas em algumas das regiões do cérebro destas mulheres mostraram, uma resposta neuronal mais forte aos seus filhos no período pós-parto.

Redução da massa cinzenta

A redução de massa cinzenta ocorreu em todas as mulheres grávidas estudadas e é exclusivo deste grupo, pois no grupo de mulheres que não estavam grávidas não se detectou redução de massa cinzenta, o que indica que provavelmente se trata de uma alteração devido aos processos biológicos da gravidez.

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fig.3: esta imagem, presente no artigo Nature neruoscience, mostra onde se situam as alterações da matéria cinzenta na mulher antes e depois da gravidez

Após o nascimento dos filhos o cérebro assume uma configuração que parece traduzir menor ansiedade e mais capacidade de lidar com o stress, assim como uma melhoria da memória.

O cérebro da mãe muda em qualquer tipo de gravidez?

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fig.4

A investigação teve em conta as variações tanto em mulheres que fizeram tratamentos de fertilidade, como em mulheres que engravidaram de forma natural, e a redução de matéria cinzenta é praticamente idêntica em ambos os grupos.

Por outro lado, não se encontraram evidências que a gravidez provoque alguma alteração na memória, nem noutras funções intelectuais nas mulheres estudadas e, portanto, acredita-se que a perda de substância cinzenta não implica nenhum défice cognitivo, mas sim o contrário.

Explica a equipa de investigadores do IVI Barcelona, “Acreditamos que é uma reestruturação do cérebro com finalidade adaptativa, ou seja, uma forma de, por exemplo, aumentar a sensibilidade da mãe para detetar o estado emocional do seu bebé”.

Opinião crítica

Na nossa opinião, o facto de o cérebro sofrer alterações devido aos processos biológicos da gravidez, faz com que uma mulher que está brevemente para ser mãe tenha uma afinidade maior com o filho, permitindo uma relação mãe-filho melhor.

Ricardo Prazeres e Rúben Encarnação, 12ºB

Referências Bibliográficas:

Imagens utilizadas:

 

 

 

 

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Células transgénicas como alternativa às injeções de insulina

Diabetes mellitus e os seus dilemas   

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, atualmente 415 milhões de pessoas são afetadas por  Diabetes mellitus, uma doença crónica onde a quantidade de glicose (açúcar) no sangue é muito elevada devido à incapacidade do pâncreas em produzir insulina (tipo I) ou, em certos casos, a produção não ser suficiente para a dieta excessiva de glícidos (açucares) e/ou o facto do organismo criar resistência contra a insulina  (tipo II) . Uma vez que a insulina tem como tarefa a entrada de glicose para as células, a ausência desta leva à acumulação de glicose no sangue – hiperglicemia. Esta pode ter como consequências mais graves ataque cardíaco, cegueira e amputação de membros.

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Figura 1 – (A) Estado dos canais iónicos quando a membrana celular se encontra polarizada, ou seja, quando o meio extracelular está mais positivo que o intracelular. (B) Estado dos canais iónicos quando ocorre despolarização da membrana celular, isto é, quando há entrada de iões na célula e o interior desta fica mais positivo.

Embora a diabetes ainda não tenha cura, o correto controlo dos níveis de  glicemia, através da medicação, do cumprimento de dieta adequada, da prática de exercício físico pode prolongar a vida dos diabéticos.

Além dos riscos e consequências que a diabetes implica, o tratamento acarreta responsabilidades diárias devido à constante necessidade de controlo dos níveis de glicemia, o que leva à procura de novos tratamentos de forma a minimizar esse desconforto.

Um grupo de cientistas da ETH Zurich, apoiado pela programa European Union Seventh Framework veio ao encontro dessa necessidade e realizou uma investigação com o objetivo de inovar e facilitar o tratamento dos diabéticos, a partir de células transgénicas.

Como funcionam estas células?

A equipa utilizou uma linha de células dos rins, naturalmente sensíveis à glicose, e adicionaram-lhes novos canais de cálcio e um promotor sintético para o gene da insulina.

Em casos de valores normais ou inferiores de glicemia, o ião potássio sai continuamente da célula, pelo que a membrana celular fica polarizada (ver figura 1A).

Em casos de hiperglicemia, estas células transgénicas incorporam alguma glicose, que, ao ser convertida em ATP (ver fig. 2), bloqueia os canais de potássio. Dá-se então a despolarização da membrana (ver fig 1B), o que por sua vez provoca a entrada de cálcio. O aumento de cálcio no interior da célula ativa o promotor do gene da insulina, que vai resultar na sua expressão (ver fig. 3) ocorrendo assim a síntese de insulina.

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Figura 2 – Equação da respiração aeróbia. Através do processo da respiração celular aeróbia, que ocorre em maior parte na mitocôndria, a glicose é transformada em ATP, a molécula energética universal

Ratos diabéticos versus células transgénicas – o estudo   

Para testarem estas células transgénicas e a sua possível aplicação em doentes diabéticos, a equipa fez um estudo que consistiu na inserção das referidas células sob a forma de um implante imunoprotetor (não é rejeitado pelo corpo recetor) em ratos diabéticos tipo I e tipo II.

Os resultados do estudo mostraram que as células transgénicas não só restabeleceram a quantidade certa de insulina no corpo dos ratos diabéticos, como erradicaram quaisquer episódios de hiperglicemia, isto é, superaram o funcionamento das células pancreáticas saudáveis. Martin Fussenegger, líder da investigação, afirma: “É difícil perceber porque é que as nossas [células] são melhores do que algo que resultante de milhares de anos de evolução, (…)”[1]. E isto tudo sem nunca serem observados sintomas secundários de excesso de insulina.

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Figura 3 – Funcionamento das células HEK-293 transgénicas

Diabéticos e um prognóstico de esperança

Tendo em conta que uma em cada 11 pessoas a nível mundial têm diabetes, a investigação analisada tem uma elevada importância para a sociedade, pois, caso seja implementada e comercializada, facilitará os cuidados diários, causando um impacto a curto e longo prazo na vida do diabético.

Sandra Afonso e Bárbara Bessa, 12ºB

Referências bibliográficas:

[1] Devlin, Hannah. (8 dezembro 2016). New diabetes treatment could eliminate need for insulin injections. Acedido em 18 janeiro de 2017. Disponível em: https://www.theguardian.com/science/2016/dec/08/new-diabetes-treatment-could-eliminate-need-for-insulin-injections

Bibliografia:

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A compra certa no momento

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fig.2 – Ryan Mckellar e Xing Lida

Em 2015, no mercado de Myanmar, foi descoberta uma incrível peça, o mercador que a estava a vender afirmava que seria uma planta, mas Xing Lida sabia que essa informação era falaciosa e adquiriu-a, esta amostra proveio das minas de âmbar do vale de Hukawng, já famoso por muitas espetaculares criaturas datadas à mais de 99 milhões de anos. Uma equipa liderada por Xing Lida da Universidade de Geociência na China, em Beijing, e Ryan McKellar descobriram algo mais impressionante que uma planta, descobriram  nada mais nada menos do que uma cauda de dinossauro fossilizada.

 

Identidade da cauda

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fig.3 – uma reconstituição de um pequeno coelurosaurs aproximando-se de um árvore com resina

A equipa lança as suas próprias suspeitas sobre a possibilidade de a cauda pertencer a um dinossauro carnívoro integrado num subgrupo designado por coelurosaurs, contudo, não seria nenhum dinossauro gigante devido ao facto dos ossos da cauda serem de dois milímetros de largura. Se já era crescido ou juvenil permanece por desvendar. “Se tivéssemos que segurar o dinossauro na nossa mão seria mais ou menos do tamanho de um pardal” diz Ryan Mckellar.

Uma cauda repleta de história e conhecimento

Usando um potente microscópio, Dr. Mckellar analisou o âmbar. Fiquei surpreendido pela estrutura das penas que observamos na amostra,  disse ele.

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fig.4. – imagem à esquerda: mapeamento das linhas de fluxo dentro do âmbar usando a luz UV para examinar a história da preservação. Imagem à direita: raios X e análises microscópicas revelam 8 vértebras, possivelmente poderia ter 25

A maioria das aves modernas têm um eixo central designado raque. Do raque derivam pequenos eixos chamados de barbas, seguidamente destas derivam ainda mais pequenos filamentos com o nome de bárbulas. Mas esta espécie não apresentava raque, apenas

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fig.5

apresentava barbas e bárbulas. A nova espécie encontrada confirma as ideias que os biólogos têm sobre a ordem pela qual algumas caraterísticas das penas modernas, como as barbas e bárbulas terão aparecido, afirma Mckeller. A descoberta sugere que as barbas e bárbulas terão evoluído primeiro que o raque (que suporta o voo) nas penas.

 

Penas? Poderia voar?

A presença de vértebras articuladas na amostra possibilita aos pesquisadores eliminar a hipótese de as penas pertenceram a uma ave pré-histórica, sugerindo que estas eram flexíveis de uma maneira que barbas de aves voadoras não são.  Tamanhas penas poderiam ter apenas uma função de camuflagem, sinalização ou desempenhar uma função termorreguladora.

As penas do dinossauro tinham um raque pouco definido e parecem cair para qualquer um dos lados da cauda. A aberta e flexível estrutura das penas é mais próxima da estrutura de penas decorativas do que as de voo, tendo estas um raque, ramificações, sub-ramificações e ganchos bem definidos que mantêm a estrutura junta.

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fig.6 – a estrutura das penas do dinossauro é flexível, aberta, e semelhante às penas ornamentais modernas

Últimas palavras da cauda

É incrível como um singular e mero pedaço de âmbar pode fornecer tanto conhecimento para a Paleontologia e Biologia. Com a situação política a estabilizar em Myanmar, paleontologistas esperam encontrar mais incríveis amostras como esta no futuro devido ao facto de uma pequena amostra na nossa mão poder vir a ser uma enorme conquista para a ciência.

André Pinto e Daniel Pereira, 12ºB

Referências bibliográficas

Fontes das imagens:

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Esta nova rúbrica, que  se inicia com a publicação deste artigo, decorre do projeto conjunto da professora de Biologia, Telma Rodrigues, com o 12ºB e a BE. Inicialmente desenhado para ser uma ponte entre a literacia da informação e a literacia científica, acabou por ser integrado num projeto mais largado – O SMiLES (Strenghtening  Methodologies in Learning Science), que constitui uma parceria ERASMUS+ KA2, com escolas de Letónia. Lituânia, Itália e Turquia e que na nossa escola envolve 6 professores e cerca de 150 alunos de Ciências e Tecnologias do Ensino Secundário.

O artigo que hoje se publica ficou em 1º lugar entre os artigos realizados por todos os alunos do 12ºB e constituiu critério principal de seleção dos alunos que irão participar no próximo encontro em Uggiate (Itália) no próximo mês de março.

Nota do editor

Descoberta da proteína que inicia propagação de tumor 

Investigadores espanhóis identificam a proteína responsável pela origem das metástases

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fig.1 Líder do grupo, Salvador Aznar Benitah e parceira, Gloria Pascual, no Laboratório de Células Estaminais e Cancerígenas

Cientistas do Instituto de Investigação Biomédica de Barcelona (IRB) publicaram dia 7 de dezembro de 2016, na revista britânica “Nature”, um estudo que revela ter descoberto a proteína que inicia o processo de metástases do cancro (CD36).

Metástase é uma palavra que provoca receio porque significa a morte em 90% dos casos de cancro, mas este processo está mais perto de ser compreendido. Um grupo

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fig.2 Processo Metastásico

de pesquisa liderado pelo cientista Salvador Benitah, no IRB de Barcelona, publicou um estudo no qual identifica uma proteína crucial, a CD36, encontrada na membrana de células tumorais, responsável pela absorção de lípidos (gorduras) e início de uma metástase.

O projeto realizado por esta equipa relaciona o consumo de gorduras com o processo de alastramento do cancro e questiona: será que uma dieta rica em   gorduras leva ao aumento da frequência das metástases?caixa1

Em colaboração com a Organização de Pesquisa Internacional de Cancro (IARC),observaram que ratos inoculados com células tumorais e que seguiram uma dieta normal apresentaram metástases em 30% dos casos. No entanto, quando eram alimentados com uma dieta 15% mais rica em gorduras, cerca de 80% dos ratos tinham mais metástase e de maior tamanho.

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fig.3 Entrada de moléculas de gordura numa célula tumoral através da proteína CD36.

Verificou-se que o bloqueio do transporte de lípidos, através da CD36, em ratos leva a uma diminuição da ocorrência de metástases nos mesmos. Assim, quando a CD36 não está presente nos tumores, o organismo não propaga as células cancerígenas. Mais importante ainda, se se introduzir essa proteína em células tumorais não metastáticas o cancro desenvolver-se-á.

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fig.4 rato de laboratório a ser alimentado

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Sabendo que a CD36 é um transportador, um possível tratamento seria providenciar anticorpos que se “ligassem” às proteínas intermembranares de modo a bloquear a passagem de gorduras.

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fig.5 Bloqueio da passagem de gorduras para uma célula tumoral através de anticorpos ligados à proteína CD36

Novos exames foram  realizados para testar o medicamento de anticorpos  e em 20% dos roedores a metástase chegava a desaparecer por completo. Nos restantes, ocorria uma redução significativa do número de focos metastáticos, bem como do seu tamanho. Além disso, o tratamento não apresenta efeitos colaterais intoleráveis, o que abre caminho para a terapia em humanos.

O laboratório já solicitou a proteção de patente e começou uma colaboração com a empresa inglesa MRC Technology, especializada no desenvolvimento de anticorpos para uso clínico. Serão realizados testes em humanos e, se o resultado for positivo, poderão estar disponíveis num prazo de 5 a 10 anos, até lá, o especialista recomenda uma mudança na alimentação diária de cada um.

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Referências bibliográficas

Fontes das imagens

Ana Luísa Oliveira e Carolina Marques, 12ºB

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NC

Num total de 58 projetos a nível nacional na área da ciência, candidatos ao concurso FCT NOVA Challenge , a ESDS conseguiu classificar 3 nos 6 primeiros lugares! Pelos vistos, a nossa escola na área de projetos laboratoriais e na ciência de campo está bem e recomenda-se.

Destaca-se no entanto o mérito especial do projeto Vida no Limite, já divulgado aqui no Bibliblog num artigo da  rubrica BibliCiência, que alcançou o 1º lugar, tendo sido, por isso, premiado com uma visita à NASA em Washington D.C e com um valor de 5000 euros.

Parabéns a todos os alunos e professores da nossa escola que participaram, fazendo-nos sentir orgulho no seu talento e esforço, mas mais especialmente aos grandes vencedores: o Afonso Ramos, a Daniela Mendes, a Sara Cosme, o Tiago Ramalho (12ºB), a Lídia Barata  (12ºC) e a professora Telma Rodrigues que os orientou ao longo de todo o processo.

Fotos: Junta de Freguesia da Charneca e Sobreda e sítio do concurso

(Em baixo publicamos o filme com que a equipa se apresentou a concurso.)

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“Qual é a origem da vida? Quais as condições necessárias para esta existir? Como evoluiu? Existe vida fora do nosso planeta?” Estas são algumas das questões que a astrobiologia procura responder.

A astrobiologia é um novo multi e transdisciplinar campo de conhecimento que busca compreender a origem, evolução e distribuição da vida no Universo. Assim, esta ciência envolve a procura de planetas potencialmente habitáveis no Sistema Solar e fora dele, assim como a pesquisa sobre as origens e evolução da vida na Terra.

Neste sentido, um astrobiólogo necessita de compreender como funciona e quais as condições básicas da vida no planeta Terra. Estas são: uma fonte de energia, uma fonte de carbono e água no estado líquido. A água, no estado líquido, por si mesma requer que o planeta não esteja nem muito gelado, nem muito quente, ou seja, precisa de estar a uma distância habitável da estrela que orbita.

A descoberta de organismos extremófilos que habitam ambientes considerados extremos e inóspitos na Terra veio revolucionar o conceito de vida e as condições que se pensavam necessárias para esta ocorrer. Até há cerca de 40 anos, pensava-se que toda a vida na Terra dependia da energia do Sol, não se imaginava encontrar organismos vivos em locais com plena escuridão, com elevadas profundidades, com temperaturas muito altas ou muito baixas, condições de pH extremas ou ainda seres vivos resistentes a elevadíssimas radiações (figuras 1, 2 e 3 – exemplos de organismos extremófilos).

 1-3Os extremófilos constituem ferramentas importantes para os astrobiólogos, tanto na procura de respostas para a origem da vida na Terra como na pesquisa da mesma noutros locais do Universo. Para além disto, estes organismos, por terem mecanismos únicos para a sua sobrevivência em ambientes tão radicais, poderão ainda ter inúmeras aplicações na indústria, podendo no futuro contribuir para novas e estimulantes descobertas.

Só no nosso sistema solar o espetro de possibilidades para a existência de vida noutros planetas aumentou consideravelmente. Reavivaram-se as expetativas de encontrar vida no subsolo e nas calotes polares de Marte, assim como em Europa, uma das luas de Júpiter e nas luas de Saturno, Encélado e Titã (figuras 4, 5, 6 e 7).

4-7Tanto em Europa como em Encélado pensa-se existirem oceanos de água líquida sob as superfícies geladas destes planetas. Em Encélado, observações efetuadas apontam para a existência de géiseres a elevadas temperaturas, e em Europa a proximidade do gigante Júpiter e suas implicações gravitacionais estarão na origem de fenómenos vulcânicos associados a fontes hidrotermais. Sobre Titã, os cientistas especulam que este possa ter lagos ou oceanos com hidrocarbonetos líquidos (metano e etanol), condições que poderão assemelhar-se às da Terra Primitiva.

Outra possibilidade, perfeitamente razoável, é a existência de vida noutros sistemas planetários. Em pouco mais de dez anos, a evolução da tecnologia permitiu detetar centenas de exoplanetas. A maioria destes planetas é de grandes dimensões e encontra-se a grandes distâncias da Terra, mas notícias recentes indicam a descoberta de três planetas com temperaturas e dimensões semelhantes às de Vénus e Terra que circundam uma estrela a apenas 40 anos-luz da Terra.

O projeto “Vida no limite”* surge com a vontade de um conjunto de alunos em realizar na escola um projeto sobre astrobiologia. Neste âmbito, decidiu-se estudar a comunidade de extremófilos acidófilos (pH inferior a 4) que habita uma das lagoas acidificadas da mina do Lousal (pH 2,6). Os alunos do projeto acompanharam uma visita de estudo feita por alunos do 11ºano da escola ao Centro de Ciência Viva do Lousal e recolheram amostras da Lagoa Vermelha (figuras 7 e 8).

7-8

No laboratório da escola foram feitas preparações com a água da lagoa e observaram-se ao microscópio. Com o objetivo de promover o crescimento destas bactérias oxidantes de enxofre e ferro, prepararam-se vários meios de cultura líquidos, inocularam-se com água da lagoa e foram mantidos em banho-maria a 30ºC. (figuras 9 e 10).

9-10

O crescimento foi observado em três dos meios de cultura preparados, com aumento da turbidez, diminuição do pH e observação de bactérias ao microscópio ótico (figuras 11 e 12).

11-12

 

Devido ao sucesso desta experiência a equipa pretende identificar as espécies em cultura com a colaboração de investigadores na área da Microbiologia, testar os limites de tolerância destas bactérias fazendo variar algumas condições abióticas e determinar a viabilidade destas bactérias para biomineração (utilização de seres vivos para extração de minério).

Como o conhecimento científico deve ser divulgado e partilhado, os alunos do projeto foram “dar uma aula” à turma do 7ºC da Professora Carla Vaz. Os colegas do 7ºano estiveram muito atentos e participaram com entusiasmo nas atividades propostas pela equipa.

13-14

*O projeto foi submetido ao concurso FCT Nova Challenge 2016

Agradecimentos: 

  • À nossa escola que nos facultou os meios necessários para desenvolver o nosso projeto, até mesmo nos fins-de-semana (obrigada Professor Filipe Quintão e Sr. Fernando Guerreiro).
  • À colaboração do Centro de Ciência Viva do Lousal que nos permitiu recolher as amostras essenciais para o nosso trabalho e nos disponibilizou bibliografia. Um agradecimento especial ao Professor Jorge Relvas, Presidente do Centro de Ciência Viva do Lousal, que assim que soube do nosso trabalho se prontificou para nos ajudar a levar este projeto para outro nível.
  • À Junta das Freguesia da Charneca da Caparica e Sobreda que tão rapidamente nos apoiou e se ofereceu para divulgar o nosso projeto.
  • A todos os elementos da comunidade científica pelos seus conselhos e generosidade na partilha do seu conhecimento. (Professor Francisco Carrapiço, Dr. Hélio Tomás, Professora Paula Vilas Boas)
  • À turma 7ºC por nos ter recebido de forma tão entusiasta .
  • À professora Carla Vaz pelo incentivo com que apoiou esta iniciativa.
  • À professora Telma Rodrigues, pelo seu imenso empenho, dedicação e entusiasmo sem os quais não teria sido possível levar este projeto a bom porto.

Equipa do Projeto:

  • Afonso Ramos,12ºB
  • Daniela Mendes, 12ºB
  • Lídia Barata, 12ºC
  • Sara Cosme, 12ºB
  • Tiago Ramalho,12ºB
  • Telma Rodrigues (coord.)

Referências Bibliográficas

Referências das Imagens:

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