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Archive for Janeiro, 2013

Todos os cidadãos têm um papel importante a desempenhar para tornar as estradas mais seguras. Assim, é fundamental conhecer os vários fatores que podem influenciar a segurança rodoviária.

  • Deve-se ter em atenção o código da estrada e ter cuidado com os peões.images
  • Deve ser considerada também a distância de segurança rodoviária, que corresponde à distância total percorrida pelo veículo durante todo o trajeto efetuado desde que o perigo foi detetado. Quando um condutor, que se desloca numa estrada com uma determinada velocidade, se apercebe duma situação de perigo, ao reagir e iniciar a travagem do veículo, o condutor percorre uma certa distância- é a distância de reação. O intervalo de tempo que o condutor demora a reagir é o tempo de reação. A distância percorrida pelo condutor, desde que inicia a travagem do veículo até à sua imobilização, é a distância de travagem.
  • Conduzir sob o efeito de álcool ou drogas provoca a maior parte dos acidentes nas estradas, pois estas substâncias alteram o estado psicológico do condutor e o tempo de reação, o que dificulta a travagem.
  • O que também influencia a segurança rodoviária é a velocidade (que corresponde à variação da distância percorrida num determinado intervalo de tempo); assim, devem ser cumpridos os limites de velocidade previstos no código de estradas, não se deve ir muito devagar nem muito rápido.
  • A idade é outro fator a considerar, pois com a idade o tempo de reação é maior porque o cérebro já não reage tão depressa.
  • As condições meteorológicas, como a chuva, nevoeiro, gelo e neve, também alteram as condições de circulação rodoviária, pois provocam má visibilidade e diminuição do atrito, levando à perda de aderência entre os pneus e a estrada. O atrito corresponde a uma força que se opõe ao movimento, manifestando-se no contato entre superfícies.
  • Não se devem utilizar telemóveis e outros aparelhos que possam distrair o condutor e que podem aumentar o tempo de reação.

Ter em atenção todos estes fatores fará com que haja uma melhor segurança nas estradas.

sessão "Escola Segura" na ESDS

sessão “Escola Segura” na ESDS

Estes temas sobre Segurança Rodoviária, estudados nas aulas de Física, e também outros como a Prevenção do consumo de substâncias ilícitas, foram apresentados numa sessão de esclarecimento com a intervenção de agentes da “Escola Segura”, que se deslocaram à nossa Escola no dia 8 de novembro. Desta forma, os alunos do 9ºano puderam, numa abordagem diferente,  refletir mais uma vez sobre estes temas.

Cristiana Francisco, 9ºE

desenho daqui

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Jane Austen 1775-1817

Jane Austen 1775-1817

Cumprem-se neste mês de Janeiro 200 anos sobre a 1ª edição de Orgulho e Preconceito, romance da escritora inglesa dos inícios do séc. XIX, Jane Austen. Numa época em que as mulheres da sua classe (a burguesia abastada) eram essencialmente um modelo de virtudes conjugais, orientadas para o governo da casa e para o domínio das “artes sociais”, Jane revelou uma curiosidade intelectual, uma capacidade de observação e uma ousadia artística muito distinta da maior parte das mulheres do seu tempo. No entanto, o preconceito e a necessidade de manter as aparências fizeram com que os seus romances (Orgulho e Preconceito foi o segundo, depois Sensibilidade e Bom-senso)  tivessem sido publicados anonimamente.

1ª edição de "Orgulho e Preconceito"

1ª edição de “Orgulho e Preconceito”

Retratando a sociedade em que viveu, com todas as suas contradições, dilemas morais, restrições sociais e afectivas, Austen construiu uma série de enredos e personagens que se revelariam um enorme potencial ficcional para uma nova arte que só surgiria quase 100 anos após a publicação da sua obra – o cinema.

Como mulher, para além dos constrangimentos do seu tempo, é ainda por muitos considerada uma pioneira artística de uma construção feminista que viria a ter o seu auge já no séc. XX. É nesta qualidade que um dossier do jornal El Mundo destaca a efeméride, com a publicação de uma entrevista imaginária com autora, juntamente com informação bibliográfica da obra, contrastando o contexto e papel social das mulheres dos romances de Austen com a realidade feminina do séc. XXI. A merecer uma visita.

Fernando Rebelo

clique para aceder ao dossier do "El Mundo"

clique para aceder ao dossier do “El Mundo”

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ball-illo-1_2215231bNão são o corpo rígido e a luz conversíveis um no outro, e não podem os corpos receber muito da sua atividade de partículas de luz que entram na sua composição?

Isaac Newton

(1643-1727)

Tal como Newton afirmou, a luz e todos os materiais estão sempre relacionados. Os materiais absorvem a luz que lhes é emitida e a luz funciona como fonte dessa emissão. Claro que a luz é importantíssima para o quotidiano, desde a sua interferência com os subsistemas da terra como também na formação da vitamina D.

A Luz fez e faz parte de toda a história do nosso universo, mais próximo e mais distante e muitos físicos, ao longo da História, tentaram responder à questão: “Como é que é constituída a luz?”. Mas foi Newton quem primeiro conseguiu conseguiu responder a essa questão, afirmando que  a luz branca é formada por um conjunto de radiações mais simples (cores do arco-íris) que podiam separar-se por meio de um prisma ou por outro processo.

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Através da experiência e descoberta que Newton fez, conseguiu-se perceber como se forma o arco-íris: é um fenómeno óptico e meteorológico em que a a luz do sol se divide no seu próprio espetro contínuo quando  incide sobre gotas de chuva; logo, a chuva funciona como um prisma de modo a decompor a luz branca nas  várias cores que a constituem (tal como Newton demonstrou).

A luz está integrada num espetro eletromagnético, isto é, a luz é um tipo particular de radiação eletromagnética que pode ser vista e sentida pelo olho humano e que está entre as radiações infravermelhas e as radiações ultravioletas (estas não são detectadas pela visão humana).

A amplitude, frequência, e polarização (ou ângulo de vibração) são grandezas físicas que permitem caraterizar a luz (e outras radiações eletromagnéticas).

No espetro eletromagnético as ondas eletromagnéticas estão dispostas de acordo com a sua frequência (e comprimento de onda). O sol, a terra e outros corpos celestes emitem energia eletromagnética de comprimentos de onda variáveis. A energia eletromagnética propaga-se através do espaço, à velocidade da luz, sob a forma de onda sinusoidal.

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A luz é importante para a identificação de elementos ou para o estudo das estrelas, dos seus constituintes. O teste de chama ajuda-nos a identificar certos elementos (apesar de ser um teste com limitações) por observação da cor da chama emitida durante a combustão de um elemento. Cada estrela, por exemplo, emite um espetro característico (alguns cientistas acreditam que o espetro de cada elemento é como uma “impressão digital”), logo é possível, através dos seus espetros, identificar a sua constituição, bastando compará-los com os espetros de cada elemento e ver quais os que coincidem.

Referências bibliográficas:

Imagens: daqui e daqui

 Teresa Lourenço, 10º C

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guarda-factos

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os-filhos-da-drogaF., Christiane (1983), Os Filhos da Droga, Lisboa, Círculo de Leitores,  7ª edição

Aconselharam-me vários livros para o meu contrato de leitura. Este foi um deles, Os Filhos da Droga. Achei o título interessante assim que o vi e fiquei curiosa em saber mais.

O livro é uma autobiografia de Christiane Vera Felscherinow. Ao longo da história, Christiane esteve constantemente a tentar adaptar-se a novos lugares e situações, conseguindo fazer parte dos grupos aos quais aspirava.

A sua história começa então aos 6 anos quando se muda para Berlim. Aí tudo o que era divertido era proibido e em casa instalou-se um mau ambiente familiar, em que o pai utilizava a violência contra a mãe, a irmã e ela própria independentemente do que fizessem. Assim, Christiane  começou a ver o mundo de uma forma distorcida: acreditava que a maneira certa para obter respeito era através do poder e da força. Os seus pais acabaram por se divorciar.

Aos 12 anos passa a frequentar um clube de jovens chamado Casa do Centro. Aí experimentou pela primeira vez drogas leves como haxixe e mesmo LSD. Mais tarde, começou a ir à Sound, uma discoteca onde se consumia todo o tipo de drogas e onde acabou por conhecer Detlef, que se tornou seu namorado após ela ter experimentado heroína, justificando a sua opção a Detlef ao dizer que queria sentir o mesmo que ele.

A passagem que escolhi é precisamente de quando ela experimentou heroína, pois reflete bem o que os drogados sentem e porque a entrada nas drogas duras foi um acontecimento marcante na sua vida e o início da sua desgraça.

Eu estava excitadíssima por pensar que ia experimentar aquela droga forte. Não refletia nem sentia remorsos. Queria experimentar, para voltar a sentir-me bem drogada uma vez mais. Tinha medo de me injetar, de maneira que disse:

– Não quero picar-me. Vou cheirar.

(…) Era como se os braços e as pernas fossem ao mesmo tempo muito pesados extraordinariamente leves. Sentia-me muito cansada, o que me produzia uma excitação intensa. Todos os meus males desapareceram de repente. Acabou-se «It is too late». Senti-me melhor do que nunca.

Para sustentar o vício, Christiane passa assim a prostituir-se na Estação do Zoo, tal como o seu namorado.

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Christiane Vera Felscherinow tem hoje 50 anos e mantém a sua adição à heroína

Com o decorrer do tempo, Christiane vê um cenário de morte à sua volta e tenta mudar o seu destino com várias tentativas de desintoxicação, mas o vício era mais forte. Acabou por ser presa e mandada para casa da sua avó, longe de Berlim. Porém, Christiane não consegue deixar as drogas.

Esta obra retrata a decadência do ser humano, a necessidade de afirmação e integração. Achei-a muito marcante, ajudando-me a perceber a verdadeira razão pelo qual as pessoas, muitas delas informadas, começam a consumir drogas. Aprendi também porque é que as drogas causam dependência, como é que os drogados se sentem e o ambiente repugnante em que se envolvem. Não é muito difícil entrar neste mundo, mas sair é muito mais complicado. Apesar de uma pessoa ter escolha, raramente a razão prevalece.

Aconselho o livro vivamente, pois trata um tema atual, apesar da história se passar nos anos 70, que nos permite refletir sobre o significado da vida e o que é realmente importante.

Miriam Colaço, 10ºC

imagem de Christiane Vera Felscherinow daqui

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pergunta

solO Sol é a estrela central do Sistema Solar. É a estrela que se encontra mais perto de nós e ocupa 99,86% da massa total do Sistema Solar, possuindo uma massa 332 900 vezes maior que a da Terra. A distância da Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilómetros. A luz solar demora aproximadamente 8 minutos e 18 segundos para chegar à Terra e, portanto, se o Sol “morresse”, só saberiamos 8 minutos e 18 segundos após a sua morte. Esta estrela é composta por hidrogénio (74% da sua massa e 92% do seu volume), hélio ( 24% da sua massa e 7% do seu volume) e por pequenas quantidades de outros elementos como, por exemplo, o ferro.

Como se formou o Sol?

Os estudos mais recentes ainda não explicam exatamente como o Sol se formou, mas pensa-se que antes do Sol surgir, o que existia no lugar do sistema solar era uma gigantesca nuvem de gases e poeiras. Acredita-se que no centro da nuvem se concentrou uma porção de massa, e por ser tão grande e pesada, a sua força gravitacional reteve os gases com facilidade dando origem a esta estrela.

O que são erupções solares?

As erupções solares são explosões na superfície do Sol causadas por mudanças repentinas no seu campo magnético. A atividade na superfície solar pode causar níveis altos de radiação que pode vir em forma de partículas (plasma) ou radiação eletromagnética (luz). Quando uma elevada quantidade de energia armazenada no campo magnético solar explode, o Sol liberta porções de energia na forma de radiações de todo o espetro electromagnético, que vão desde ondas de rádio até aos raios X e raios gama.

O que são ventos solares?

A matéria libertada pelo Sol e que se desloca pelo espaço interplanetário é chamada vento solar. O vento solar é formado por partículas com valores elevados de energia. Quando a atividade solar não é significativa, o vento solar é uniforme e com velocidade aproximada de 400 km por segundo; mas quando há perturbações solares violentas, o vento solar pode alcançar velocidades muitas vezes superiores às observadas normalmente.

ventos solares

Qual a importância do sol?

O Sol é indispensável para a Terra, constituindo a fonte energia que mantém toda a vida no planeta. A energia libertada pelo sol provém do núcleo solar através de reações termo-nucleares. Também desempenha um papel importante na astronomia pois o seu estudo serve de base para o conhecimento de outras estrelas que, de tão distantes, nos surgem como meros pontos de luz. O Sol é estudado através de telescópios, como por exemplo o telescópio ‘’Gregor’’, que permite estudar o seu interior e produzir imagens do seu núcleo. Para além disto , o estudo da luz do Sol e do respetivo espetro contribuiu para a descoberta do elemento hélio. Foi Isaac Newton que demonstrou em 1665/66 que a luz branca (luz do Sol) ao passar por um prisma se decompõe em luzes de diferentes cores, formando um espetro como o arco-irís – o espetro solar. Em 1814, Joseph Fraunhofer, usando inicialmente prismas e depois redes de difração, constatou que o espectro solar na realidade contém centenas de linhas negras sobre as cores. Também ocorrem linhas nas regiões invisíveis do espetro, ou seja, na zona do infravermelho, ultravioleta e outras. As radiações emitidas pelo sol são absorvidas tanto pela atmosfera solar como pela nossa atmosfera sendo, por isso, observadas como espetros de absorção. O espetro de absorção do Sol, e de outras estrelas, permite identificar elementos químicos individuais, presentes nas suas camadas exteriores. As riscas escuras deste espetro designam-se por riscas de Fraunhöfer.

espetro solar

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A luz do Sol deve-se a reações nucleares de fusão em que intervém o hidrogénio. O Sol brilha há pelo menos 4,5 biliões de anos e ainda tem hidrogénio suficiente por mais 10 biliões de anos, no entanto, quando o hidrogénio do Sol acabar, acredita-se que este se irá contrair auxiliado pela sua elevada força de gravidade. À medida que isso for ocorrendo, aquecerá ainda mais, fazendo com que o seu raio se expanda e transformando-se numa estrela chamada Gigante Vermelha. O Sol ficará tão grande que ultrapassará em tamanho a órbita da Terra, atraindo para o seu interior o nosso planeta e o resto do sistema solar. Por fim, o centro também arrefecerá até se tornar numa estrela conhecida por Anã branca. Agonizante e mais fria, não conseguirá produzir mais energia a partir da fusão e perderá todo o seu brilho.

Saber mais (vídeos): O Sol ; Linhas Espetrais

Sara Sequeira, 10ºC

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Aqui ficam apenas algumas das muitas novidades em livro ou DVD que a tua BE tem ao teu dispor – uma seleção de histórias para todos os gostos, especialmente para o público mais jovem. Em breve mais se seguirão.

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Vastas grinaldas, coroas de flores entrelaçadas…belos pêssegos e alperces, ou melões e limões e um transparente copo de de vinho numa mesa posta…ou uma partitura de música para a eternidade… tudo o que pode ser contido sob o nome de natureza-morta.

 Samuel van Hoogstraten, 1678

A representação de temas de natureza-morta surgiu na Antiguidade Clássica mas o termo “natureza-morta” só foi inventado no séc. XVII, quando os pintores representaram motivos como flores, alimentos, etc., como pintura independente com o objetivo de valerem por si só. Até então estes motivos eram parte de obras de arte maiores.

No séc. XVII esta categoria aparece como distinta, aceite pela Academia Francesa e oficialmente reconhecida, embora com menor importância. Foi na Holanda que este género de pintura se tornou mais popular entre os mecenas de arte.

Com base na pesquisa realizada, pelos alunos, sobre a definição de natureza-morta e a observação de algumas obras, os desenhos que se seguem são uma amostra da qualidade do seu trabalho.

Ana Guerreiro

(clique nas imagens para as ampliar)

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img_192029989_1330790039_abigSTILWELL, Isabel e Ana (2001),  49233$00 de telefone – Diário de uma mãe/Diário de uma filha, Texto Editora

49233$00 de telefone é um livro da autoria de Isabel e Ana Stilwell que engloba 2 diários. Um deles pertence a uma mãe e o outro à sua filha. Neste livro, podemos perceber a forma como duas pessoas podem encarar a mesma situação de maneiras diferentes.

As personagens desta ação são Margarida – uma jovem de 15 anos de idade, Rodrigo – rapaz com 13 anos de idade, irmão de Margarida e os seus pais e amigos, destacando-se Bonga – um jovem que atravessa uma fase complicada da sua vida. A história começa com a descrição da família de Margarida, seguindo-se a explicação de alguns dos problemas que determinados amigos seus enfrentam, com a chegada à adolescência.

O principal amigo de quem Margarida fala é Bonga. Este enfrenta uma fase complicada da sua vida, devido às discussões que assiste em casa entre os pais, levando-o a refugiar-se na droga e no tabaco. Outro problema que Bonga enfrenta é resultado da elevada pressão que os problemas da vida exercem sobre ele, o que o leva a ameaçar cometer suicídio. Por estes motivos,

Ana e Isabel Stilwell na atualidade

Ana e Isabel Stilwell na atualidade

Margarida fala com ele durante longos períodos de tempo, mas pelo telefone, levando a que a fatura no final do mês apresente o expressivo valor de 49233$00 (o que dá o nome ao livro). Esta situação desencadeia um desentendimento com a sua mãe, que apesar de tudo, acaba por se resolver sem grandes complicações.

De acordo com o meu ponto de vista, este livro proporciona-nos várias “lições de vida”, tais como a existência de problemas sociais que podem ser resolvidos desde que se tenha força de vontade; ou ainda, a nível mais pessoal, que os desentendimentos podem ser ultrapassados se nos tentarmos colocar no lugar da outra pessoa. Recomendo a sua leitura, pois não é complicado de perceber e tem um fundo de verdade, ensinando-nos de certa forma a viver.

Aqui vos deixo a minha passagem preferida, que refere os problemas que Margarida terá de enfrentar ao longo da história:

Hoje fui excessivamente simpática para a minha querida mãe! Amanhã tenho de lhe pedir para ir sair à noite, duvido muito que consiga convencê-la mas, enfim, vou tentar. Sim, que a minha mãe com a mania da perseguição, dos raptos, etc….

Gonçalo Rolo, 10ºC

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8. O cérebro humano é como um computador: falso

cartoon-computer-brainPor mais que queiramos inventar um computador muito parecido com o cérebro humano, estamos longe de desenvolver uma “máquina” tão poderosa como o nosso cérebro. A metáfora do cérebro como um computador está cheia de equívocos. Vamos ver alguns deles:

Ao contrário dos computadores, que precisamos de ligar e desligar, o cérebro humano nunca se desliga. Quando estamos a dormir o nosso cérebro continua a funcionar ativamente. Mesmo em coma, a nossa consciência desaparece, mas continua a haver atividade cerebral.

Nos computadores, distinguimos facilmente o hardware do software, mas no cérebro humano, não é possível fazer a distinção entre equipamento e funcionamento, entre cérebro e atividade psíquica. O cérebro funciona como um todo, em que não há partições. Sabemos também que as atividades psíquicas, como a linguagem, o pensamento e a aprendizagem, modificam as estruturas nervosas que lhes servem de base.

O cérebro, ao contrário dos computadores, tem um elevado consumo de energia (glicose e oxigénio), mas dispensa quaisquer sistemas de refrigeração.

Também distintamente do computador, a velocidade de processamento da informação, pelo cérebro, não é fixa, é muito variável.

A memória humana não é um gravador. Ao contrário do que acontece com as memórias de um computador, a recuperação dos dados das nossas memórias é um processo falível. Como vimos num mito anterior, a nossa memória de acontecimentos é imprecisa e inexata, sujeita a ilusões, podendo mesmo ser induzidas falsas 1275814901D7aC7jmemórias. No computador, conseguimos saber a localização exata dos dados, o que no caso do cérebro humano se revela uma tarefa  impossível. O nosso cérebro usa a memória endereçada por conteúdo e o processamento dos dados e a memória são feitos pelos mesmos componentes.

E qual será o espaço disponível para o armazenamento de informações no nosso cérebro? Afinal, se passarmos toda a nossa vida, sempre a aprender coisas novas, será que a nossa “memória interna” nunca se esgota? Apesar de o nosso cérebro possuir, provavelmente, um limite de armazenamento, ele é suficientemente grande para não termos de nos preocupar com ele.

O computador trabalha bem e muito rapidamente, mas não é nada inteligente. Hoje, os PCs são capazes de fazer cálculos e de trabalhar para nós de forma contínua, a uma velocidade assombrosa, sem queda de produtividade ou ameaça de aborrecimento ou cansaço. Mas por mais veloz e eficiente que seja, o computador está limitado a executar apenas as tarefas para as quais foi programado. Contrariamente, o cérebro é um órgão especializado em produzir soluções. Apesar de os computadores serem uma invenção do cérebro humano, é indiscutível que esses “cérebros” não são tão potentes ou inteligentes, como aqueles que temos na nossa caixa craniana.

Teresa Alves Soares

Psicóloga – SPO Escola Secundária Daniel Sampaio

imagens daqui e daqui

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O ano de 2012 terminou com destaque para  o cinema português, nomeadamente nos festivais de  Turim (Itália), em que A última vez que vi Macau, de João Pedro Rodrigues e João Guerra da Mata foi eleito o melhor documentário, e de Gijón (Espanha) pois Viagem a Portugal de Sérgio Tréfaut, protagonizado por Maria de Medeiros, recebeu o Prémio Rellumes. Em Turim foi apresentada uma retrospetiva integral da obra do realizador Miguel Gomes, premiado este ano em Berlim e que, desde então, tem sido amplamente elogiado em festivais e pela crítica estrangeira. Como tal, não é de admirar que  filme Tabu esteja em  segundo lugar na lista de melhores filmes de 2012 elaborada por 100 críticos para a revista inglesa Sight & Sound, uma das mais prestigiadas publicações especializadas em cinema. De igual modo, o crítico Richard Brody da conceituada publicação norte-americana New Yorker colocou a película como uma das melhores do ano realçando a excelente qualidade  do filme a preto e branco sobre a memória e a perda, o que o jornal francês Le Monde considera uma homenagem à idade de ouro do cinema, tendo-a distinguido juntamente com O gebo e a sombra do centenário Manoel de Oliveira. Com tantos elogios, é natural a nomeação para melhor filme estrangeiro pela Associação de Críticos de Londres, cujos vencedor será conhecido em janeiro de 2013.

Ainda sobre prémios, a Academia Europeia de Cinema atribuiu o Prémio de Melhor Filme Europeu 2012 a Amor de Michael Haneke, cineasta austríaco distinguido igualmente como Melhor Realizador Europeu do ano. Nesta 25.ª edição, os prémios da Academia Europeia de Cinema foram anunciados na cidade de Valeta, em Malta. Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, que fazem parte do elenco da obra atrás referida, ganharam por sua vez os galardões de melhores atores. Este belo e emotivo filme, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, foi a principal  estreia do mês e é com emoção que se veem as sequências melancólicas e belas, que retratam a vida de um casal de idosos enfrentando um processo de degradação progressiva da saúde de um deles, numa obra que nos transmite algo sobre o sentido da vida.

Mantendo a tradição da época natalícia, os filmes de animação marcaram presença com Sininho – o segredo das fadas de Roberts Gannaway e Peggy Holmes, Sammy 2  de Ben Stassen e o divertido Hotel Transylvania de Genndy Tartakovsky. 75 anos após a publicação do livro The Hobbit, chega aos cinemas O Hobbit – Uma Viagem Inesperada, o primeiro filme da trilogia em que Peter Jackson dividiu a obra de  J.R.R. Tolkien, que prevê terminar em 2014. Filme interessante mas demasiado longo e com um excesso de efeitos especiais, características que o tornam de certo modo cansativo, mas que não têm impedido a corrida às bilheteiras em todo o mundo. O mês foi pautado ainda por outras adaptações: Anna Karenina  de Joe Wright do épico clássico da história de amor de Leo Tolstoy publicado entre 1875-77 na  revista russa da época, Russian Messenger; Pela estrada fora de Walter Salles e produção executiva de Francis Ford  Coppola  a partir da obra de Jack Kerouac, um dos símbolos da contra-cultura americana ; A vida de Pi de Ang Lee, feita a partir do fantástico livro homónimo de Yann Martel  e já nomeada para os Globos de Ouro, e o inquietante  Paperboy- um rapaz do sul  de Lee Daniels, baseado na novela de Peter Dexter,  que relata uma história verídica americana dos anos 60, em que Nicole Kidman  tem um dos seus melhores papéis de sempre.

O conceituado realizador grego Costa-Gavras, por seu turno, continua a denunciar angustiantes  realidades, neste caso a dos imigrantes ilegais na União Europeia  com Paraíso a oeste. Igualmente realista é o drama retratado em Também a chuva da espanhola Ician Bollain sobre a revolução conhecida pela “guerra da água” na região de Cochabamba na Bolívia em abril 2000. E, por fim, a versão restaurada do que é considerado o melhor filme de todos os tempos: o fascinante Vertigo, a mulher que viveu duas vezes do genial Alfred  Hitchcock que, pelas emoções que desperta, merece a pena rever.

Começa assim a época de corrida aos prémios  das várias associações ligadas ao meio cinematográfico e que são sempre indicadores para os mais ambicionados – os Óscares. Que 2013 apresente obras de qualidade para que apreciar bons filmes continue a fazer parte do nosso quotidiano.

Luísa Oliveira

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