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Archive for Março, 2011

Desde a descoberta da magnetite, rocha com elevadas propriedades magnéticas, que o Homem tem tentado explicar o fenómeno. Certamente que qualquer um de nós já teve contacto com uma bússola e observou a persistência com que a agulha aponta o norte e como, com um pouco de sorte, aproximando um íman de um destes instrumentos,  a bússola deixa de apontar para o norte e passa a apontar para o íman. Com certeza que nos questionaríamos do porquê de este objecto deixar de apontar para um ponto geográfico do planeta, para passar a apontar para o pequeno íman. A resposta encontra-se não na diferença entre o íman e o planeta Terra, mas sim nas suas semelhanças. Pois bem, o planeta Terra também possui um campo magnético, à semelhança do íman: a camada externa do núcleo da Terra, que é constituída por uma massa de matéria liquefeita, não só pelas altas temperaturas como pelas altas pressões, e o constante movimento desta massa de matéria (constituída por metais e outros elementos pesados) cria um campo magnético na Terra. A bússola é atraída pelo sul magnético, que acaba por coincidir com o norte geográfico, pois ao aproximar-se de um íman aponta para este, que por estar mais próximo apresenta um campo mais intenso.

A presença do campo magnético terrestre contribui para assegurar a vida na Terra – regula a actividade de muitos animais, como por exemplo a orientação das aves migratórias, e funciona como um escudo protector contra partículas presentes no vento solar.

Na sua ausência, os acontecimentos catastróficos que ocorreriam, ainda são apenas, felizmente, especulações, tal como se ilustra no filme de ficção científica Detonação (The Core – com Aaron Eckhart, Hilary Swank e Delroy Lindo), em que se descreve uma situação em que o núcleo da Terra deixou de se movimentar. Embora as soluções encontradas pelos realizadores deste filme para pôr de novo o núcleo da Terra em movimento sejam pouco plausíveis, não deixa de ser uma ficção com  informação científica muito diversificada e que se recomenda.

Davide Lourenço, 12º B

imagem daqui

disponível na BE da ESDS

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PRIETO, Susana, VÉLEZ, Lea, A Casa do Destino, Edições Casa das Letras, 1ªEdição, Cruz Quebrada 2005

Rocío Herrero é uma rapariga de deslumbrantes olhos verdes e de origem humilde (filha de uma pastora). Após o assassinato da sua mãe, quando tinha apenas cinco anos, foi adoptada por uma família rica de Villanueva, os Acevedo. No entanto, sendo dada a sua rebeldia nunca foi realmente aceite pela sua família adoptiva.

Embora Rocío seja diferente dos outros, não deixa de ser uma jovem romântica que  sonha com um homem que nunca viu mas pelo qual se apaixona perdidamente, mesmo sabendo que não passava da sua imaginação (ou assim pensava ela…).

Mas a sua vida haverá de sofrer uma grade reviravolta quando, com apenas vinte e cinco anos, é vítima de um enfarte e lhe é oferecida um pavilhão de caça pelo poderoso marquês de Villanueva, D. Alfonso, um homem abastado com grande influência sobre a vila e os pais de Rocío.

Já na sua nova moradia, durante um dia tempestoso, aparece no seu sotão um homem gravemente ferido. Não era porém um homem qualquer – era o homem dos seus sonhos, o homem com quem sonhara desde a adolescência.

Passados quatro meses, Carlos (assim se chamava o homem dos  seus sonhos) e Rocío tentam desvendar um crime envolvendo a família do marquês ignorado durante vinte e cinco anos e, aos poucos, apaixonam-se um pelo outro.

Escolhi este livro porque retrata com o todo o pormenor uma fantástica história sobre o “mistério e sensualidade” de um amor impossível, o que me deu grande motivação para continuar a ler até descobrir o surpreendente final da história. Embora o final fosse diferente daquilo que estava à espera, só o facto de ter sido inesperado tornou a história muito interessante.

A parte que mais apreciei foi a descrição de Rocío quando viu Carlos, o homem com quem sonhara desde a adolescência, pela primeira vez. Pelo contrário, não me agradou tanto o momento da história em que Ignacio, sobrinho do marquês, matou o seu primo, noivo da melhor amiga de Rocío e filho do marquês, José Antonio.

as autoras

Aqui registo um dos meus excertos preferidos:

A Morte, o Destino e o Amor não conseguiam chegar a um acordo. Cada um julgava ter mais poder sobre os mortais do que os outros dois. O Destino asseverava que era capaz de qualquer coisa, unir reinos, destruir culturas, provocar guerras e que a Morte e o Amor eram consequências dos seus actos. O Amor asseverava que era ele quem realmente comandava todas as coisas. Se havia guerras, era por amor e, por conseguinte, por ódio, a outra face da moeda, e que, se as pessoas viviam e morriam, era também por seu intermédio, já que as impelia a casarem-se, a procriarem, a conservarem as suas possesões e a cometerem os crimes mais horrendos só para não deixarem de sentir esse fogo no coração. A tudo isto a Morte replicou que punha fim a esse amor com o peso da lousa, algo com o que Destino também não concordava, pois asseverou que era ele quem decidia como e quando se devia colocar essa lousa. Incapazes de se entenderem, chegaram à conclusão de que, para resolverem o dilema, tinham de considerar um caso prático.(…)

No primeiro dia de 1960, o Destino, o Amor, e a Morte voltaram a encontrar-se. (…)

O Destino e a Morte reconheceram a sua derrota. Os amantes estavam juntos e já nada poderia separá-los. O Amor ganhara, mas este, com grande humildade, disse que também ele perdera. Tinham o mau costume de não levar em conta o quarto poder.

– Foi ele quem ganhou a aposta – disse o Amor.

O Destino e a Morte assentiram.

Tinham sido vencidos pela Vontade.

Filipe Hanson, 11ºB

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imagem editada daqui

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Com o desejo  que os livros da nossa BE ganhem cada vez mais leitores, resolvemos desta vez dar primazia às obras de divulgação científica. Para tal, esta Estante ganhou honras de palestra (Ler… Ciência.. é um prazer), já anunciada anteriormente aqui no Bibli, não só com o objectivo de publicitar algumas obras disponíveis mas, de uma maneira mais geral, despertar nos alunos da área de Ciências e Tecnologias do Ensino Secundário o gosto por essas leituras.

Assim, tivemos o professor César Pereira, coordenador do Departamento dessa área,  como leitor entusiasta e principal proponente das obras que nessa área a nossa BE tem adquirido nos últimos anos. O professor César falou brevemente de 11 obras por si seleccionadas, tentando demonstrar aos alunos como a sua leitura pode ser importante, mas também divertida, pois frequentemente propõe a explicação para fenómenos de um quotidiano muitas vezes misterioso que rodeia a nossa vida e a nossa história biológica e geológica.

Num segundo momento, o professor Miguel Almeida, convidado na qualidade de autor, também se referiu a diversas obras que considerava marcantes e assumiu ser igualmente um leitor atento dessa área, pois para ele é evidente que uma das motivações e inspirações de quem escreve é o prazer de ler e descobrir o que os outros escrevem.

Porém, a sua comunicação centrou-se essencialmente na apresentação da sua obra Um Planeta Ameçado, em que diagnostica a situação do precário equilíbrio ecológico em que se encontra a “nossa casa comum” e preconiza as soluções urgentes e possíveis para a nossa sobrevivência como espécie, advogando simultaneamente um papel mais relevante do saber técnico-científico para a decisão política em todos os níveis do poder, assim como,  complementarmente, uma ética associada à ciência que lhe permita ter sempre como objectivo o bem estar do ser humano.

Finalmente, reiteramos aqui o desafio que já lançámos no início da palestra aos alunos presentes e a todas as turmas desta área do Secundário para a escrita de um pequeno ensaio sobre uma das 12 obras comentadas, sendo os dois melhores premiados com um exemplar de uma delas.

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Na sequência do workshop sobre dislexia promovido na ESDS pela professora da Educação Especial, Lucinda Lourenço, e dinamizada pelo Prof. Doutor Rafael Silva Pereira, passou a fazer parte do acervo da nossa BE uma obra em suporte DVD deste último sobre o tema em questão, disponível para todos os educadores, professores ou pais, que tenham necessidade ou curiosidade em saber mais sobre o assunto.

O livro Dislexia e Disortografia – Programa de Intervenção e Reeducação, constituído por dois volumes, tem como objectivo essencial a reeducação de crianças com dislexia e disortografia e surgiu da necessidade de desenvolver estratégias concretas de actuação para lidar com o aluno disléxico.

Resulta da experiência do autor, em contexto de sala de aula, no âmbito do doutoramento em “Novos Contextos de Psicologia em Educação, Saúde e Qualidade de Vida” pela Universidade da Estremadura.

Com este livro pretende-se que pais, técnicos, terapeutas e professores, no âmbito do Programa de Intervenção e Reeducação em Dislexia e Disortografia, tenham acesso à informação para levar as crianças a ultrapassarem as suas dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita.

No volume I são dadas orientações para que se desenvolva, na criança com dislexia e disortografia, a leitura e a escrita. São apresentados exercícios, em material manipulável e prático, que constituem um recurso prático e integrado no processo de reeducação que irão permitir uma evolução satisfatória à criança e seus pais. No volume II é apresentado o material didáctico de suporte ao processo de reeducação.

Esta obra pretende ser uma ajuda preciosa na forma como se pode trabalhar com crianças, com dificuldades específicas da aprendizagem da leitura e da escrita, ajuda a desmistificar os preconceitos relativos à temática da dislexia e contribui, para que a criança possa ser ajudada favorecendo a sua auto-estima.

in  www.inr.pt

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entrevista com o autor aqui

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A Torre do Tombo é o Arquivo Nacional de Portugal. Nele se conservam e estudam documentos tão importantes como aquele em que, em 28 de Julho de 1129,  pela primeira vez se menciona a palavra Portugal. Mas o período histórico que cobre é ainda mais vasto, datando o documento mais antigo na posse do arquivo de 882 e chegando à actualidade, com importante documentação sobre o Estado Novo e o período do consulado de Salazar.

Neste folheto, muito interessante, com uma linguagem orientada para os mais jovens, podemos saber em mais pormenor curiosidades da nossa história, documentadas no arquivo, técnicas de conservação de documentos, assim como a história do próprio arquivo.

aceda ao folheto na nossa Linha na Estante

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O terramoto que assolou Portugal em Novembro de 1755 pode ter sido há alguns séculos, no entanto várias expressões populares, como “cair o Carmo e a Trindade” e “rés-vés Campo de Ourique” relativas ao acontecimento em questão, permaneceram no vocabulário dos portugueses. Muitos são os que hoje ainda as usam, mas poucos são os que conhecem a sua origem.

Se dermos hoje um passeio por Lisboa, encontraremos ainda muitas igrejas, antigos conventos, porém, em 1755 Lisboa era coroada por dois grandes edifícios de cariz religioso: o Convento da Trindade e o Convento do Carmo. O primeiro pertencia a Ordem dos Trinitários (religiosos encarregues de resgatar cativos aos mouros), tinha sido construído em meados do séc. XIV, no lugar de uma antiga ermida e era o mais antigo convento de Lisboa; o segundo foi fundado pelo Santo Condestável (D. Nuno Álvares Pereira) no final do séc. XIV em cumprimento de um voto, e entregue à Ordem do Carmo (fundada em finais do séc. XI na antiga cidade de Porfíria, hoje em Israel) da qual o próprio Condestável passou a fazer parte.

Convento do Carmo: antes (reconstituição) e depois do terramoto

Quando o sismo, com epicentro ao largo do sul de Portugal, atingiu a cidade de Lisboa, a 1 de Novembro de 1755,  logo pela manhã, os dois conventos, que, tal como muitos outros templos estavam cheios de fiéis que assistiam à missa do Dia de Finados, caíram; tal como caíram centenas de outros edifícios: igrejas, palácios, nomeadamente o próprio palácio real, o Paço da Ribeira (a família real teve sorte, estava no palácio de Belém), mudando assim para sempre a imagem de Lisboa. Deste acontecimento deriva a expressão “cair o Carmo e a Trindade”, que é utilizada para referir um acontecimento com  carga negativa ou algo que se pensa ter grandes proporções.

gravura de Georg Hartwig, 1887

Já a segunda expressão“rés-vés Campo de Ourique”é utilizada quando surge a necessidade de expressar alguma proximidade, por exemplo “a água chegou rés-vés a Campo de Ourique”, que foi o que de facto aconteceu na manhã do primeiro de Novembro de 1755, quando a onda gigantesca (tsunami) que sucedeu ao terramoto galgou terra e atingiu um dos pontos mais altos da cidade, precisamente Campo de Ourique.

Hoje, o que resta do Convento da Trindade faz parte de uma cervejaria e de edifícios contíguos. O Convento do Carmo, por seu turno, é mais conhecido devido ao seu estado de ruína  que mantém desde esse fatídico dia (albergando o museu de arqueológico do Carmo e parte do quartel da GNR). Quanto à chegada da água a Campo de Ourique apenas se pode especular, visto que a única fonte física será uma linha marcada no Convento de Santa Engrácia, vestígio da altura que a água atingiu durante o maremoto.

Luís Fernandes, 12ºD

imagens daqui, daqui e daqui

Veja também:

  • uma reconstituição de Lisboa antes do terramoto aqui e aqui
  • um documentário sobre o terramoto de 1755 aqui

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aceda ao programa aqui

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Inês, 7º C

"Um robalo", Sara Quartel, 7º C

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A invenção e construção dos telégrafos eléctricos é um dos factores que caracteriza os progressos da civilização moderna. Por meio deste instrumento maravilhoso, que o génio da Ciência e das artes colocou nas mãos da sociedade, os povos, as nações, os indivíduos ponderam estabelecer entre si todas as relações de ordem moral, política e económica, prescindindo quase da condição do tempo na transmissão do pensamento que as gera e fecunda (Preâmbulo Dec-Lei …)

O génio da ciência, que tanto maravilhou a sociedade oitocentista, período fecundo em inventos que mudaram o mundo, e de que a telegrafia eléctrica foi, sem dúvida, um dos seus mais espantosos resultados, representa a emergência da sociedade da informação, hoje na sua plenitude, e de que resultaram profundas alterações na realidade quotidiana. Dentro da aceleração turbilhão que caracteriza o mundo de hoje, uma das que mais ressalta é, precisamente, a do tempo aceite entre a necessidade de informação e a rapidez da sua entrega ao público, agora apenas o tempo do clic, isto é, o tempo do instante. Da transmissão que quase dispensava o tempo na transmissão do pensamento, àquela que já transmite à velocidade do pensamento – passaram mais de cento e cinquenta anos!

Foi para nos falar sobre esta inovação tecnológica, e sobre a sua introdução em Portugal, que, no passado dia 1, se deslocou à nossa escola a Dra. Ana Paula Silva, docente de Filosofia desta escola, doutorada em História das Ciências e Tecnologias, mas actualmente a leccionar na Universidade Lusófona, para uma conferência preparada para os alunos de História e de Físico-Química dos 11ºs anos.

Ana Paula Silva começou a sua comunicação, intitulada A introdução da telegrafia eléctrica em Portugal 1855-1880 – tornar-se ‘moderno’, construindo uma rede: Portugal e o telegrafo, por chamar a atenção para a importância dos fenómenos eléctricos, para a sua extensão e diversidade. Depois apresentou um quadro comparativo para demonstrar que, ao contrário das convicções que temos acerca do atraso crónico e atávico na adopção das “novidades” no nosso país, Portugal acompanhou de muito perto as grandes potências da altura, meados do século XIX, tanto no período da sua introdução, como na rapidez da expansão da sua rede. A sua introdução integrava justamente um dos objectivos da Regeneração, período da história de Portugal entre 1851 e 1868, e que visava, grosso modo, a modernização e industrialização do país. Para a viabilização deste “Portugal moderno” era fundamental dotar o país de infra-estruturas (rodoviárias, ferroviárias e marítimas), sem as quais, a industrialização, já tão atrasada entre nós devido, entre outros factores, ao complexo processo político da introdução do liberalismo na primeira metade do século, não se poderia realizar. Caberia ao fontismo (de Fontes Pereira de Melo, político da Regeneração que mais se identifica com este propósito) a sua materialização. Voltando ao quadro comparativo, Ana Paula Silva, chamou também a atenção para os dados sobre o sistema técnico de integração, em que se constata que só em Portugal a integração da telegrafia eléctrica precede a introdução dos comboios (na verdade o primeiro troço de via férrea é inaugurado por D. Pedro V no ano a seguir ao da telegrafia eléctrica), quando nos outros países (no quadro apresentado) se verifica exactamente o contrário, isto é, a introdução desta rede segue a ferroviária, enquanto que em Portugal segue a rodoviária; aliás o seu crescimento e desenvolvimento em termos de km2 foi muito superior à dos comboios (quadro 2). Este apport tecnológico ficou a dever-se aos engenheiros militares, que em Portugal constituíam um escol de grande prestígio (herança da necessidade de defesa de um vasto império que se estendia por vários continentes), e que em missão para tal constituída, se deslocaram ao estrangeiro, a fim de estudarem a aplicação desta inovação tecnológica, sendo de destacar que se prescindiu de auxílio técnico estrangeiro para a sua instalação. Ana Paula Silva destacou o facto da rede telegráfica estar já bastante desenvolvida, quando surge, em 1863, o primeiro Manual de Telegrafia Eléctrica, o que, a seu ver, demonstra uma perícia que não carecia da leitura de manuais. Foram de seguida apresentados vários gráficos e mapas para a análise da política de instalação e distribuição da rede, inicialmente apenas nas mãos do Estado, cabendo a prioridade à ligação à Europa, depois à ligação do norte do reino com a capital, sendo evidente a importância do  estabelecer contacto instantâneo entre os poderes públicos, ou melhor, da condução destes a partir de Lisboa. Só a seguir, e sobretudo devido à pressão da sociedade civil, esta rede se generalizou a todo o país, “na escala conveniente das suas relações”.

Na análise da distribuição da rede no continente, verifica-se uma clara concentração de estações na região de Lisboa e uma maior densidade no norte do País relativamente ao sul. Depois de uma abreviada explicação sobre aspectos ligado à tecnologia da telegrafia eléctrica, mais dirigidos aos alunos e Físico-Química, entretanto ausentes, ficou combinado, uma futura comunicação sobre a ligação ao Portugal insular e colonial, isto é, sobre a introdução da telegrafia por cabos submarinos e a revolução que esta representou.

Cristina Teixeira

Apresentação da Conferência(pdf.)

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aceda aqui a:

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Para os cinéfilos, Fevereiro é o mês  mais aguardado devido à atribuição dos ambicionados Óscares. E, para manter a tradição, começo por falar na 83º edição que decorreu no dia 27 de Fevereiro, com apresentação feita pelos actores Anne Hathaway e James Franco. A habitual noite de glamour não trouxe muita surpresas e o Discurso do rei continuou a sua caminhada triunfante, arrecadando quatro estatuetas: Melhor Filme, Melhor Realizador (Tom Hooper), Melhor Actor Principal (Colin Firth) e Melhor Argumento Original. Natalie Portman ganhou o prémio de Melhor Actriz Principal, e Cristian Bale e Melissa Leo foram considerados os Melhores Actores Secundários pelos papéis em The Figther – último round. Por seu turno,o filme dinamarquês In a better World de Susanne Bier foi considerado o Melhor Filme Estrangeiro. Grande desilusão para Indomável, o grande derrotado da noite, e destaque para A origem que ganhou quatro estatuetas nas categorias técnicas.

Mas os Óscares da Academia não podem eclipsar outros acontecimentos como o Festival de  Berlim  e os prémios Bafta, César e Goya. Assim, na 61ª edição do  Festival de Berlim foi apresentada uma retrospectiva integral da obra do criativo realizador sueco falecido em 2007, Ingmar Bergman. Curiosamente este realizador,  durante a sua longa carreira, ganhou três Óscares de Melhor Filme Estrangeiro. O Urso de Ouro para melhor filme foi para o iraniano Asghan Farhadi com a obra Nader and Semin – a Separation que também ganhou os Ursos de Prata para Melhores Actriz e Actor. A 64 ª edição dos Bafta, prémios da Academia de cinema britânico,  foi um reconhecimento do  Discurso do rei, que arrecadou sete estatuetas. Os Césares, prémios da Academia francesa de Cinema, galardoaram Os deuses e os homens de Xavier Beauvois com 3 prémios e o realizador Roman Polanski pelo filme  O escritor fantasma. Nos prémios Goya, Discurso do rei foi considerado o Melhor filme europeu e Javier Bardem foi premiado por Biutiful, tendo Pa Negre, de Agusti Villaronga,  arrecadado nove prémios.

Nas estreias do mês, houve a coincidência  de apresentação de filmes nomeados para os Óscares:  o emocionante  trilher psicológico Cisne Negro de Darren Aronofsky, com uma excelente representação de Natalie Portamn; o estupendo drama histórico e biográfico sobre o rei Jorge VI de Inglaterra em  Discurso do Rei de Tom Hooper, com uma magistral interpretação de Colin Firth; o brilhante Indomável dos irmãos Ethan e Joel Cohen,  um western  que tem sido um êxito de bilheteira e que é a nova adaptação da novela de Charles Portis, baseada num episódio verídico. Realce ainda para Jeff Bridges na personagem que valeu a John Wayne, em 1969, o Óscar de Melhor Actor em A velha raposa; o drama familiar ligado ao boxe em The Fightero último round de David O. Russel,  a partir da biografia de dois pugilistas irmãos, Dicky Ecklund e Micky Ward; a história de sobrevivência, 127 horas de Danny Boyle; o drama Despojos de inverno de Debra Granik, considerado um clássico do feminismo contemporâneo e Blue valentine – só tu e eu de Derek Cianfrance,  sobre as dificuldades da vida a dois.

Ainda outras estreias do mês: a comédia política  e testemunho jornalístico, CasinoJack –  O dinheiro dos outros de George Hickenbooper, com Kevin Spacey  na personagem de Jack Abramoff que esteve envolvido num escândalo de corrupção de vários funcionários do Congresso Americano durante a Administração de George W. Bush;  a comédia de acção Green Hornet de Michel Gondry, baseada numa personagem radiofónica dos anos 30 e numa série  televisiva dos anos 60;  a importância da  tenacidade em Secretariat de Randall Wallace, versão de um livro que relata a história verídica de Secretariat, um cavalo que se tornou o primeiro, em vinte e cinco anos, a vencer a Tríplice Coroa, e que continua a ser o único animal a figurar na lista dos 50 maiores atletas do século XX, tendo sido capa de inúmeras revistas desportivas; a comédia romântica Sexo sem compromisso de Ivan Reitman;  terror e  ficção científica  de 2008 em Outlander – a vingança Howard McCain;  O exército vermelho unido de Koji Wakamatsu, um documentário ficcional com imagens de arquivo, relatos e recriações sobre os métodos terroristas utilizados pelo fanático Exército Vermelho japonês; também do mesmo realizador, O bom soldado, um drama com acção na 2ª Guerra Mundial;  Budapeste de Walter Carvalho a partir da obra homónima de Chico Buarque de Hollanda;  Somewhere – Algures de Sofia Coppola ; a aventura de  Sanctum de Alister Grierson e O dilema de Ron Howard.

A curiosidade do mês foi o facto do realizador australiano Phillipe Mora  ter descoberto, em  Berlim, dois filmes em 3D, datados de 1936,  um período muito anterior à utilização desta técnica em Hollywood.

No plano nacional, assistiu-se à estreia do musical  As cobaias de Pedro Gil de Vasconcelos e à realização da 31ª edição do Fantasporto com inauguração oficial no dia 25 e que se prolonga até 6 Março. Nesta edição, a maioria dos filmes são de produção europeia com muitas antestreias mundiais. Duas das obras são protagonizadas pelo actor britânico, ícone do cinema fantástico, Cristopher Lee. O  Fantas, Festival Internacional de Cinema do Porto, pela sua vasta programação, continua a prestigiar o mundo do cinema.

Luísa Oliveira

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Um pouco de história…

Ao longo dos anos e com o objectivo de ultrapassar os vários obstáculos naturais, a escalada foi-se aperfeiçoando em diversos níveis: técnicas adequadas a diferentes obstáculos, treino físico, assim como o aperfeiçoamento dos equipamentos a utilizar. A escalada desportiva tem vindo a desenvolver-se consideravelmente nas  últimas décadas, com o aparecimento das paredes artificiais, que promovem o primeiro contacto  com a modalidade a um grande número de pessoas, sensibilizando e facilitando a sua prática, sendo a forma mais prática de se dar  os primeiros passos neste desporto.

As paredes artificiais surgiram inicialmente na Europa com o objectivo de proporcionar aos praticantes da modalidade um treino nos períodos do ano em que as condições climatéricas não permitiam a saída para a montanha. Rapidamente os praticantes se aperceberam que era um excelente meio de divulgação da modalidade, podendo ser praticada em recintos fechados, pavilhões desportivos, captando assim com facilidade as pessoas para a sua prática.  A sua grande divulgação nos media também ajudaram ao grande aumento de praticantes desta actividade que, em pouco tempo, ganhou na vertente desportiva uma nova dimensão.

A Escalada…

O desafio  de transpor os grandes obstáculos montanhosos, que antes era uma necessidade da própria existência do homem, é hoje em dia um meio do homem testar os seus próprios limites, tanto físicos como técnicos e emocionais, numa luta constante entre si e a natureza, de modo a conseguir superar-se a si próprio e aos outros. Um dos grandes objectivos desta actividade desportiva é conseguir ascender pelos seus meios, por superfícies naturais o mais verticais possíveis tanto em paredes de rocha, gelo ou em paredes artificiais.

Este é pois é um desporto que requer da parte do praticante muito esforço, capacidade de resistência, grande concentração, controlo mental e emocional, um grande conhecimento das próprias capacidades físicas e controlo corporal, bem como uma visualização e avaliação prévia dos movimentos e suas sequências, assim como  uma perfeita avaliação dos aspectos físico-naturais dos obstáculos a superar. Para a prática deste desporto, os praticantes devem ter uma formação teórica inicial antes de passarem para o  terreno. À medida que vão aumentando os conhecimentos e a auto-confiança  na prática, as dificuldades dos obstáculos poderão ir sendo aumentadas. As escaladas são executadas por vias, previamente escolhidas de vão de uma altura de seis, sete metros até ao máximo de algumas centenas de metros.

Equipamento

Um escalador deverá ter o seguinte equipamento:

arnês

Um Arnês – É uma espécie de cinto envolvente da zona pélvica, revestido, de grande resistência e justo que amarra o corpo à corda, a fim de proteger o praticante de uma eventual queda, proporcionando a sua segurança absoluta.

Pés de Gato – São simplesmente uns sapatos leves ajustados  ao pé como uma luva, bastante aderentes à rocha  permitindo uma grande fixação dos pés , indispensável nas escaladas em rocha.

pés de gato

O Magnésio – A fim de evitar o suor nas mãos e perda de aderência dos dedos e palmas das mãos, é utilizado o magnésio em pó, que é transportado num pequeno saco pendurado à cintura do escalador .

O Capacete – Indispensável não só num eventual acidente, mas com o fim de evitar que pequenas pedras ou outros objectos que se desprendam possam atingir a cabeça do praticante de Escalada.

mosquetão

O Mosquetão – É um elo metálico de grande resistência em forma de aro com uma abertura com mola a fim de proceder à fixação e fecho para a passagem da corda de segurança. O mosquetão de segurança tem um dispositivo em rosca a fim de não permitir que se abra inadvertidamente.

Cordas Dinâmicas – São elásticas de forma a  absorver grande parte das energias para que, em caso de queda, o corpo não sofra lesões com os esticões .

Fitas  e Cordeletes – À medida que o escalador vai ascendendo, é necessário assegurar pontos seguros a várias alturas, para fixação de mosquetões e da corda dinâmica, evitando quedas graves.

"oito"

O “ Oito ” – O  “oito” serve para provocar algum atrito na corda na sua passagem da corda junto ao corpo do praticante.

Gri-Gri – Aparelho mecânico com funções idênticas ao oito. Este aparelho foi criado para dar segurança. O seu

gri-gri

funcionamento é muito idêntico aos cintos de segurança dos automóveis.

Todos os equipamentos de escalada são aprovados por normas internacionais e regido pela União Internacional das Associações Alpinas. A nível Europeu são as normas da Comunidade Europeia que enquadram a segurança dos equipamentos de escalada.

TIPOS DE ESCALADA

Escalada Desportiva

É praticada  em distâncias entre vinte e sessenta metros, sob as condições climatéricas aceitáveis, em falésias, com segurança activa e controlada. A preocupação do escalador é acima de tudo com o seu desempenho pois as vias são curtas e de fácil concretização.

Escalada Desportiva Indoor

É uma simulação da escalada em rocha, com a diferença que aqui o escalador sobe paredes com garras fixas já preparadas, simulando pedaços de pedras com vários tamanhos e formas. Estas garras são fixadas com parafusos e a sua colocação, obedece à criação de maior ou menor dificuldade ao escalador, mediante o seu tamanho, formato e às  distancias entre elas. As próprias paredes, também podem em si apresentar, graus de dificuldades maiores ou menores consoante a sua inclinação e formato da superfície. Podem ter zonas totalmente verticais ou abauladas e ainda com vértices e ângulos mais variados, também podem ter inclinações superiores a 90 graus. Todas as condições são controladas, apresentando esta modalidade praticada indoor um risco ínfimo de acidente, facilitando a sua prática. Os movimentos são idênticos aos produzidos na rocha natural, procurando o praticante a complexidade das vias para se superar na sua ascenção.  e podem ser bastante técnicos e de esforço físico elevado, pois a procura da dificuldade é proporcionada ao praticante, se este o desejar, com as várias sugestões de vias mais ou menos complexas.

Escalada artificial

O escalador vai colocando os seus pontos de segurança na rocha com dispositivos especiais, nos quais faz correr a corda que o segurará.  As quedas neste tipo de escalada são muito perigosas, porque os pontos de fixação são sempre uma solução de risco. A utilização destes meios artificiais justifica-se para o escalador ter a possibilidade alcançar o cume, que de outro modo seria quase impossível.

Escalada Alpina

Quando o escalador encontra paredes de difícil acesso, em regiões de neve e gelo com um clima desfavorável, são utilizadas as técnicas chamadas de BigWall e escalada em gelo e neve. De grande complexidade para estas escaladas é necessário um planeamento prévio levando em consideração as condições meteorológicas, logísticas e materiais, pois terão que ser montados alguns acampamentos ao longo da subida.

Escalada em BigWall

É uma modalidade que exige uma grande técnica de escalada livre e artificial, alem de uma grande quantidade de equipamento, comida, água sacos cama, primeiros socorros e outros, pois esta forma de escalar pode durar dias e por vezes o escalador poderá ter de pernoitar em plena ascensão da parede. Esta modalidade é para montanhistas muito experientes.

Escalada em Top Rope

É utilizado este sistema, para a aprendizagem ou para o estudo de uma via. Consiste em passar metade de uma corda pelo topo do obstáculo: numa ponta encontra-se o escalador que vai subindo com a ajuda do dispositivo de segurança ou com a ajuda do segurador que se encontra por baixo no solo segurando a outra ponta da corda; este último, ao exercer força na corda, ajuda o escalador a ascender até ao topo e dá-lhe toda a segurança.

Escalada à Frente

O escalador encontra-se numa ponta da corda e a uns poucos metros de

express

distância coloca-se o segurador que coloca o dispositivo de segurança. O escalador inicia a escalada enquanto o segurador vai dando corda; quando o escalador chega a um ponto de amarragem, na rocha, coloca uma express e passa a corda pelo outro mosquetão da express, fazendo aí a sua segurança. Enquanto o escalador não tiver um ponto de amarração, a escalada é perigosa, pois só este ponto poderá segurá-lo numa eventual queda.

Escalada em Boulder

Pratica-se não em altura mas em comprimento: as “ travessias “ são baixas e podem ser efectuadas em rocha ou não. Nesta escalada não é necessária a utilização de cordas, ela faz-se com a agilidade do trepador, com a sua força e resistência.

Últimas considerações…

Aqui está a descrição e um prévio conhecimento teórico desta modalidade, que poderá interessar  a quem goste do contacto com a montanha, com a natureza agreste, com ao ar livre e que tenha o desejo de apurar o conhecimento das suas capacidades físicas, emocionais e capacidade de superação de si próprio em luta com um obstáculo a vencer.

João Cristo, 11º B

fontes:

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