Um pouco de história…
Ao longo dos anos e com o objectivo de ultrapassar os vários obstáculos naturais, a escalada foi-se aperfeiçoando em diversos níveis: técnicas adequadas a diferentes obstáculos, treino físico, assim como o aperfeiçoamento dos equipamentos a utilizar. A escalada desportiva tem vindo a desenvolver-se consideravelmente nas últimas décadas, com o aparecimento das paredes artificiais, que promovem o primeiro contacto com a modalidade a um grande número de pessoas, sensibilizando e facilitando a sua prática, sendo a forma mais prática de se dar os primeiros passos neste desporto.
As paredes artificiais surgiram inicialmente na Europa com o objectivo de proporcionar aos praticantes da modalidade um treino nos períodos do ano em que as condições climatéricas não permitiam a saída para a montanha. Rapidamente os praticantes se aperceberam que era um excelente meio de divulgação da modalidade, podendo ser praticada em recintos fechados, pavilhões desportivos, captando assim com facilidade as pessoas para a sua prática. A sua grande divulgação nos media também ajudaram ao grande aumento de praticantes desta actividade que, em pouco tempo, ganhou na vertente desportiva uma nova dimensão.
A Escalada…
O desafio de transpor os grandes obstáculos montanhosos, que antes era uma necessidade da própria existência do homem, é hoje em dia um meio do homem testar os seus próprios limites, tanto físicos como técnicos e emocionais, numa luta constante entre si e a natureza, de modo a conseguir superar-se a si próprio e aos outros. Um dos grandes objectivos desta actividade desportiva é conseguir ascender pelos seus meios, por superfícies naturais o mais verticais possíveis tanto em paredes de rocha, gelo ou em paredes artificiais.
Este é pois é um desporto que requer da parte do praticante muito esforço, capacidade de resistência, grande concentração, controlo mental e emocional, um grande conhecimento das próprias capacidades físicas e controlo corporal, bem como uma visualização e avaliação prévia dos movimentos e suas sequências, assim como uma perfeita avaliação dos aspectos físico-naturais dos obstáculos a superar. Para a prática deste desporto, os praticantes devem ter uma formação teórica inicial antes de passarem para o terreno. À medida que vão aumentando os conhecimentos e a auto-confiança na prática, as dificuldades dos obstáculos poderão ir sendo aumentadas. As escaladas são executadas por vias, previamente escolhidas de vão de uma altura de seis, sete metros até ao máximo de algumas centenas de metros.
Equipamento
Um escalador deverá ter o seguinte equipamento:
arnês
Um Arnês – É uma espécie de cinto envolvente da zona pélvica, revestido, de grande resistência e justo que amarra o corpo à corda, a fim de proteger o praticante de uma eventual queda, proporcionando a sua segurança absoluta.
Pés de Gato – São simplesmente uns sapatos leves ajustados ao pé como uma luva, bastante aderentes à rocha permitindo uma grande fixação dos pés , indispensável nas escaladas em rocha.
pés de gato
O Magnésio – A fim de evitar o suor nas mãos e perda de aderência dos dedos e palmas das mãos, é utilizado o magnésio em pó, que é transportado num pequeno saco pendurado à cintura do escalador .
O Capacete – Indispensável não só num eventual acidente, mas com o fim de evitar que pequenas pedras ou outros objectos que se desprendam possam atingir a cabeça do praticante de Escalada.
mosquetão
O Mosquetão – É um elo metálico de grande resistência em forma de aro com uma abertura com mola a fim de proceder à fixação e fecho para a passagem da corda de segurança. O mosquetão de segurança tem um dispositivo em rosca a fim de não permitir que se abra inadvertidamente.
Cordas Dinâmicas – São elásticas de forma a absorver grande parte das energias para que, em caso de queda, o corpo não sofra lesões com os esticões .
Fitas e Cordeletes – À medida que o escalador vai ascendendo, é necessário assegurar pontos seguros a várias alturas, para fixação de mosquetões e da corda dinâmica, evitando quedas graves.
"oito"
O “ Oito ” – O “oito” serve para provocar algum atrito na corda na sua passagem da corda junto ao corpo do praticante.
Gri-Gri – Aparelho mecânico com funções idênticas ao oito. Este aparelho foi criado para dar segurança. O seu
gri-gri
funcionamento é muito idêntico aos cintos de segurança dos automóveis.
Todos os equipamentos de escalada são aprovados por normas internacionais e regido pela União Internacional das Associações Alpinas. A nível Europeu são as normas da Comunidade Europeia que enquadram a segurança dos equipamentos de escalada.
TIPOS DE ESCALADA
Escalada Desportiva
É praticada em distâncias entre vinte e sessenta metros, sob as condições climatéricas aceitáveis, em falésias, com segurança activa e controlada. A preocupação do escalador é acima de tudo com o seu desempenho pois as vias são curtas e de fácil concretização.
Escalada Desportiva Indoor
É uma simulação da escalada em rocha, com a diferença que aqui o escalador sobe paredes com garras fixas já preparadas, simulando pedaços de pedras com vários tamanhos e formas. Estas garras são fixadas com parafusos e a sua colocação, obedece à criação de maior ou menor dificuldade ao escalador, mediante o seu tamanho, formato e às distancias entre elas. As próprias paredes, também podem em si apresentar, graus de dificuldades maiores ou menores consoante a sua inclinação e formato da superfície. Podem ter zonas totalmente verticais ou abauladas e ainda com vértices e ângulos mais variados, também podem ter inclinações superiores a 90 graus. Todas as condições são controladas, apresentando esta modalidade praticada indoor um risco ínfimo de acidente, facilitando a sua prática. Os movimentos são idênticos aos produzidos na rocha natural, procurando o praticante a complexidade das vias para se superar na sua ascenção. e podem ser bastante técnicos e de esforço físico elevado, pois a procura da dificuldade é proporcionada ao praticante, se este o desejar, com as várias sugestões de vias mais ou menos complexas.
Escalada artificial
O escalador vai colocando os seus pontos de segurança na rocha com dispositivos especiais, nos quais faz correr a corda que o segurará. As quedas neste tipo de escalada são muito perigosas, porque os pontos de fixação são sempre uma solução de risco. A utilização destes meios artificiais justifica-se para o escalador ter a possibilidade alcançar o cume, que de outro modo seria quase impossível.
Escalada Alpina
Quando o escalador encontra paredes de difícil acesso, em regiões de neve e gelo com um clima desfavorável, são utilizadas as técnicas chamadas de BigWall e escalada em gelo e neve. De grande complexidade para estas escaladas é necessário um planeamento prévio levando em consideração as condições meteorológicas, logísticas e materiais, pois terão que ser montados alguns acampamentos ao longo da subida.
Escalada em BigWall
É uma modalidade que exige uma grande técnica de escalada livre e artificial, alem de uma grande quantidade de equipamento, comida, água sacos cama, primeiros socorros e outros, pois esta forma de escalar pode durar dias e por vezes o escalador poderá ter de pernoitar em plena ascensão da parede. Esta modalidade é para montanhistas muito experientes.
Escalada em Top Rope
É utilizado este sistema, para a aprendizagem ou para o estudo de uma via. Consiste em passar metade de uma corda pelo topo do obstáculo: numa ponta encontra-se o escalador que vai subindo com a ajuda do dispositivo de segurança ou com a ajuda do segurador que se encontra por baixo no solo segurando a outra ponta da corda; este último, ao exercer força na corda, ajuda o escalador a ascender até ao topo e dá-lhe toda a segurança.
Escalada à Frente
O escalador encontra-se numa ponta da corda e a uns poucos metros de
express
distância coloca-se o segurador que coloca o dispositivo de segurança. O escalador inicia a escalada enquanto o segurador vai dando corda; quando o escalador chega a um ponto de amarragem, na rocha, coloca uma express e passa a corda pelo outro mosquetão da express, fazendo aí a sua segurança. Enquanto o escalador não tiver um ponto de amarração, a escalada é perigosa, pois só este ponto poderá segurá-lo numa eventual queda.
Escalada em Boulder
Pratica-se não em altura mas em comprimento: as “ travessias “ são baixas e podem ser efectuadas em rocha ou não. Nesta escalada não é necessária a utilização de cordas, ela faz-se com a agilidade do trepador, com a sua força e resistência.
Últimas considerações…
Aqui está a descrição e um prévio conhecimento teórico desta modalidade, que poderá interessar a quem goste do contacto com a montanha, com a natureza agreste, com ao ar livre e que tenha o desejo de apurar o conhecimento das suas capacidades físicas, emocionais e capacidade de superação de si próprio em luta com um obstáculo a vencer.
João Cristo, 11º B
fontes:
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