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Archive for Fevereiro, 2016

GARCIA MÁRQUEZ, Gabriel (1981), Crónica de uma morte anunciada, Pub. Dom Quixote.

image“No dia em que iam matá-lo, Santiago Nasar levantou-se às 5.30 da manhã para esperar o barco em que chegava o bispo.” A primeira frase de um livro é muitas vezes essencial à decisão por parte do leitor de o ler e neste caso o leitor fica desde o início a conhecer o destino deste homem. A crónica foi extremamente bem conseguida, mantendo o leitor agarrado à história e em suspense até ao final porque, apesar de sabermos que Nasar vai morrer, a narrativa alimenta sempre uma esperança de que alguém impeça a sua morte.

No fundo, esta é uma história sobre a incrível quantidade de acontecimentos fortuitos e coincidências funestas que deixam a inquietante reflexão de que “a fatalidade faz-nos invisíveis” e na qual um homem morre em frente a uma população que nada faz para impedir a sua morte.

A “Crónica de uma morte anunciada” é a reconstituição da morte insólita de Santiago Nasar. Baseada numa história verídica, o relato é feito por um amigo de Santiago Nasar que, 23 anos depois, tenta reconstituir as circunstâncias em redor da sua morte e as suas causas.

A história passa-se numa pequena aldeia da América Latina onde Angela Vicario, proveniente de uma família modesta, é obrigada a casar-se com Bayardo San Román, um forasteiro muito rico e extremamente poderoso. Logo após a noite de núpcias o noivo devolve a jovem ao constatar que esta não era virgem. Quando Angela é pressionada pelos dois irmãos, os gémeos Pedro e Pablo Vicario, aponta Santiago Nasar como o causador da sua desgraça, talvez por pensar que por este ser rico era intocável.

Gabriel-García-Márquez

Garcia Márquez

Com honra da família manchada os gémeos Vicario decidem assassinar Nasar. Na realidade, fazem tudo para deixarem claras as suas intenções, com o objetivo de que alguém os impeça. Assim, apregoam aos quatro ventos que iriam matar Santiago Nasar pelo que toda a população da aldeia sabe o que vai suceder. O comportamento dos gémeos poderia ter dado uma oportunidade a Nasar de escapar à morte, no entanto os seus amigos mais próximos são os únicos que não sabem que este vai morrer e no que diz respeito ao resto da aldeia ninguém se perguntou sequer se Santiago Nasar estava avisado, porque a todos parecia impossível que não estivesse.

Tenho também a dizer que gostei em especial do papel desempenhado por Cristo Bedoya que, no meio de todo o drama, foi dos únicos que acreditou existir uma ameaça real à vida do seu amigo e que tudo fez para o avisar.

No entanto, as circunstâncias estiveram todas contra Santiago Nasar e nada o pôde salvar do seu destino muito anunciado.

Rita Lobo, 10ºB  

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É através da comunicação social que sabemos o que está a ocorrer à volta do mundo. Mas, por vezes, deparamo-nos com visões um pouco distintas, visto que as opiniões, argumentos e palavras mudam consoante a fonte que consultamos.

imagesAtualmente podemos verificar esse facto, mais regularmente, quando o assunto são “os refugiados”. Todos os acontecimentos negativos protagonizados por indivíduos de etnia árabe parecem ser culpa dos refugiados. Mas será que essa é a realidade? Ou será que a sociedade está já demasiado vinculada à ideia de que tudo o que diz respeito a essa etnia tem a ver com os refugiados?

Esta questão colocou-se a propósito dos acontecimentos do passado dia 31 de Dezembro, na Alemanha quando, pelo menos, 80 mulheres foram brutalmente atacadas por homens. Tendo em conta que foi algo que mereceu uma grande atenção por parte dos média, podemos deparar-nos com mais do que uma visão sobre o mesmo assunto em distintas fontes.

Assim o pude constatar quando li a notícia do jornal Expresso e a comparei com a dohamburgo-antinazista-g1 Observador. Na notícia apresentada pelo jornal Expresso podemos ler que os ataques terão sido, supostamente, planeados por agressores de etnia árabe e africana. Embora a notícia não seja extensa, podemos comprovar que o foco está na dimensão monstruosa do que se passou em Colónia (Alemanha) e igualmente, embora em menor escala, em Hamburgo e Estugarda: o número de mulheres assediadas, agredidas ou assaltadas. Neste jornal, no entanto, a notícia não refere os agressores como refugiados mas apenas menciona as suas etnias.

Por outro lado, no jornal Observador a notícia sobre o mesmo assunto acrescenta o suposto “perigo” que é a Alemanha dar asilo aos refugiados, na medida em que alguns agressores eram de etnia árabe, questionando, na linha de pensamento de Frauke Petry e outros grupos, se Angela Merkel não concorda que a vaga de violência na passagem de ano não serviria de “aviso” à política de “portas abertas” da chanceler alemã. Apesar de incluir igualmente a opinião de Henriette Reker, que discorda que os refugiados estejam envolvidos neste trágico acontecimento, o foco acaba assim por se deslocar do ataque para a questão dos refugiados.

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Esta é apenas uma amostra de como a comunicação social pode mudar o ênfase de uma notícia e torná-la distinta de um jornal para outro. Tudo depende de quem está por detrás da caneta ou do computador a escrevê-la. Daí podermos defender que nunca nos devemos guiar por uma simples fonte de informação, mas antes procurar mais fontes para assim recolhermos mais dados de modo a retirarmos as nossas próprias conclusões, de uma forma mais crítica e informada.

Mónica Andrade, 12ºD

fontes analisadas:

fonte das imagens: aqui, aqui e aqui

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lp

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umberto eco

A BE dispõe das seguintes fantásticas obras de Umberto Eco para quem as quiser ler:

  • Obra Aberta (1989), Difel – localização: 82.0. ECO1
  • A Definição da Arte (1995) Edições 70 – localização: 7.01. ECO. AC3
  • O Nome da Rosa (1995) Difel – localização. 821.1/.9. ECO2
  • O Pêndulo de Focault (1995) Difel – localização: 821.1/.9. ECO1
  • A Ilha do Dia Antes (1995) Difel – localização: 821.1/.9. ECO3
  • Baudolino (2002) Difel – localização: 821.1/.9. ECO 
  • O cemitério de Praga (2011) Gradiva – localização: 821.1/.8. ECO4

(imagem editada daqui)

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doO Reino do Dragão de Ouro, da editora DIFEL, foi um dos primeiros livros da autoria de Isabel Allende que li. É protagonizado por um jovem chamado Alexander, a sua amiga Nadia e a sua avó Kate que trabalhava como escritora para a National Geographic. Ao ser oferecida a Kate a oportunidade única de visitar o Reino do Dragão de Ouro (ou Reino Proibido como também é chamado), Kate não teve como recusar e acaba levando Alexander e Nádia.

Depois de um longo percurso, chegam finalmente ao reino que se encontrava escondido entre os Himalaias, enquanto do outro lado do Mundo, um homem que se auto-intitulava O Colecionador tentava negociar com um outro homem cujo pseudónimo era O Especialista, pedindo-lhe que roubasse uma estátua de ouro de um dragão que, segundo a lenda, se encontrava no Reino do Dragão de Ouro. Acreditando ser real, O Colecionador estava disposta a obtê-la.

Então O Especialista mandou um dos seus agentes até ao Nepal onde fez uma aliança com a Seita do Escorpião ganhando assim vantagem na medida em que a Seita conhecia atalhos e passagens pelos Himalaias. Ao ordenar a invasão do reino, raptou algumas raparigas da aldeia o que teria servido de distração para mobilizar o pequeno exército do Reino, permitindo ao agente invadir discretamente o palácio real com auxílio de mais alguns homens da Seita que usou como cobaias para a ativação de todas as armadilhas que se encontravam num labirinto até à estátua do dragão.

As raparigas são salvas pelo herdeiro ao trono que rapidamente se dirigiu para o Reino

allende

Isabel Allende

onde, com a ajuda de Alexander e Nádia, atravessou o labirinto até à sala do dragão onde este já não jazia mais. O dragão acaba perdido após ser levado pelo agente num helicóptero, que por azar colide contra uma montanha, explodindo.

Por incrível que pareça, a base onde jazia o Dragão era mais importante para o monarca do reino do que a estátua em si uma vez que aquela seria capaz de murmurar segredos ao rei trazendo novamente prosperidade ao reino.

Assim se concluiu o livro que na minha opinião é de uma forma geral bom. Não posso no entanto afirmar que todos os que o lerem irão gostar sendo isso demasiado subjetivo, mas posso fundamentar a minha opinião afirmando que as narrações das cenas de ação transmitem suspense o que torna a leitura entusiasmante, as descrições aprimoram ainda mais a escrita e algumas partes da história, mais baseadas no fantástico do que na realidade, suscitam o interesse ao invés de ridicularizarem o livro como pensei que fariam.

Gostei em especial de como a última sala do labirinto se revelou ironicamente a mais mortal, sendo ela uma representação do Paraíso, o que cria uma espécie de antítese em vários sentidos:

“Na última sala do labirinto que protegia o Dragão de ouro, a mais ampla de todas, os demónios e as cenas de horror desapareceram subitamente e foram substituídas por uma paisagem maravilhosa.”.

Manuel Soares, 10ºB

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Cartaz ACD CPCJ ALMADA 17 e 18 de fevereiro 2016 - FCT

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No pavilhão A da ESDS , por estes dias, podem-se encontrar dois tipos de sugestões para o S. Valentim: enquanto no piso inferior, o Curso  Profissional de Técnico de Apoio à Infância nos propõe um marco para cartas de namorados e uma pequena exposição documental sobre os “Lenços de Namorados”, no piso superior, a BE sugere uma série de livros de e sobre o amor – não percas a oportunidade neste S. Valentim de pôr amor na leitura… e na escrita !

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Se um livro não mudar algo em nós, então falhou no seu dever como livro

5ª vagaO livro A 5ª Vaga foi escrito por Rick Yancey, em 2013, e publicado em Portugal pela Editorial Presença.

O livro pertence ao género da ficção científica, mais propriamente da Distopia, embora a narrativa não tenha lugar num futuro pós-apocalíptico.

A história tem como protagonista uma rapariga de dezasseis anos, Cassie, que é um diminutivo de Cassiopeia. Cassie é uma dos poucos sobreviventes da invasão extraterrestre, extraterrestres estes a quem chamam “Os Outros”.

Esta invasão divide-se em quatro vagas. A Primeira Vaga desligou todos os aparelhos eletrónicos, que funcionassem a baterias ou a eletricidade, deixando o mundo às escuras. A Segunda Vaga consistiu num enorme tsunami que destruiu todas as cidades do litoral. Na Terceira Vaga, “Os Outros” lançaram um vírus mortal, que se transmitia pelas aves, a que se chamou a “Morte Vermelha”, por fazer as pessoas esvaírem-se em sangue. Pela Quarta Vaga, “Os Outros” já estavam entre os humanos, ocupando os seus corpos para exterminar todos os que tinham sobrevivido até então, e aos quais Cassie chama “Silenciadores”.

Cassie perdeu a família e a única pessoa que lhe restava era o seu irmão mais novo, Sammy, que fora levado pelos extraterrestres, para a Quinta Vaga. Ela chega mesmo a pensar que é a última humana viva na Terra.

O livro consiste basicamente na busca de Cassie pelo irmão mais novo, acompanhada de Evan Walker, um dos Silenciadores da Quarta Vaga que se apaixona por Cassie e que decide protegê-la.

Ben, um antigo colega de liceu de Cassie, é também levado para o mesmo campo de extermínio que Sammy, com quem acaba por criar grandes laços. E também Ben acaba por querer resgatar Sammy das mãos d’“Os Outros”.

Eu achei o livro bastante interessante porque adoro cenários de Distopia, mas acho que este livro é um pouco diferente dos que li até ao momento, pois não toma propriamente lugar num futuro apocalíptico, mas sim no início de um.

Achei igualmente interessante o facto de haver mais do que um narrador, que não é especificado pelo autor, Rick Yancey , no início de cada parte, não sabendo assim o leitor quem está a contar a história, tendo de o descobrir por si próprio, o que resulta num pormenor bastante divertido.

Outra coisa de que também gostei muito foi o facto de o livro nos fazer pensar bastante e nos obrigar a juntar os factos e as pistas para perceber o que se está realmente a passar.

Uma das passagens do livro de que mais gostei foi quando a Cassie estava presa debaixo de um carro, com a perna ferida, e não conseguia fugir.

5th-wave

“Mas, se eu sou mesmo a última da minha espécie, a última página da História da Humanidade, não vou deixar a História acabar desta maneira, nem por sombras.

Pode ser que eu seja a última, mas ainda cá estou. Sou aquela que numa autoestrada abandonada, tem que se voltar para o caçador sem rosto no meio das árvores. Sou aquela que não vai fugir nem ficar, mas sim enfrentar.

Porque, se eu sou a última, então sou a humanidade.

E se esta é a guerra da humanidade, então eu sou o campo de batalha”.

Gostei bastante desta passagem porque mostra-nos que é em momentos como este que nos apercebemos do que realmente importa. Proteger os nossos.

Eu acredito que todos os livros que lemos nos mudam. Mudam a nossa maneira de pensar, a nossa maneira de agir, o que dizemos, o modo como olhamos para o mundo. Se um livro não mudar algo em nós, então falhou no seu dever como livro.

Inês  Silva, 10ºB

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A aproximação da cerimónia, em vinte e oito de fevereiro, da 88ª edição dos Óscares da Academia de Artes e Ciências de Hollywood apesar de envolta em alguma polémica, também se reflete nas estreias nacionais e, como tal, em janeiro, estrearam-se muitos dos filmes nomeados e, alguns, já premiados , nomeadamente, na 73ª edição dos Globos e Ouro.

Assim o filme The Revenant: O Renascido do mexicano Alejandro Iñárritu foi o grande vencedor deste evento arrecadando os prémios de Melhor Filme (drama), Melhor Realizador e Melhor Ator (Leonardo DiCaprio). A partir de uma história verídica do início do século XIX, a vingança e sobrevivência sobressaem numa época em que o oeste americano selvagem era dominado pelos índios, forças da natureza e brutalidade dos colonos brancos. Leonardo DiCaprio tem uma prestação avassaladora no papel do lendário explorador Hugo Glass, cujas proezas fazem parte da cultura popular americana e, como tal, não é de admirar que este filme lidere as nomeações para as estatuetas douradas em doze categorias.

Na segunda posição está Mad Max – Estrada da Fúria de George Millers com dez nomeações. Diferente, mas igualmente de excelente qualidade O caso Spotlight de Tom McCarthy mostra, de forma narrativa, os bastidores da investigação conduzida pela Spotlight , equipa de jornalistas do The Boston Globe que, em 2002, investigaram a pedofilia na igreja católica americana. Esta obra sobre um género de jornalismo que enfrenta inúmeros perigos e desafios tem recebido inúmeros prémios, nomeadamente, New York Film Critics Online, os Critics’ Choice Awards (que reúnem as escolhas de mais de 300 jornalistas do Broadcast Film Critics Association)e pelo Sindicato de Atores dos Estados Unidos (SAG) .Mark Ruffalo nomeado também para um prémio interpreta o jornalista luso -descendente Mark Rezendes que ainda se mantém na equipa de investigação.

Jennifer Lawrence em Joy de David O. Russel e Saoirse Roznan em Brooklyn de John Crawley rivalizam para o prémio de melhor atriz com papéis de mulheres corajosas, criativas que sabem escolher o caminho que têm de percorrer. Enquanto a primeira é uma biografia da inventora Joy Mangano a segunda, a partir da obra homónima de Colm Tóibín, mostra, de forma emotiva, a emigração irlandesa na década de 50.

A queda de Wall Street de Adam McKay é uma comédia interessante sobre a crise financeira de 2008 a partir de factos verídicos relatados pelo jornalista Michael Lewis. Com inúmeras nomeações, entre as quais a de melhor ator secundário para Christian Bale, brilhante num elenco que representa um pequeno grupo de investidores que, à margem do sistema financeiro, previram a referida crise.

Anomalisa de Charlie Kaufman e Duke Johnson é um dos candidatos ao Óscar para melhor filme de animação, uma belíssima obra que deslumbra pela forma como é apresentada semelhante a um sonho. Heidi de Alain Gsponer é mais uma versão da famosa história, um autêntico clássico que tem emocionado e encantado várias gerações. Bruno Ganz interpreta o papel do avô nesta narrativa bucólica e com consciência ecológica.

Os fãs de Robert de Niro podem assistir a uma comédia ligeira em Um avô muito à frente de Dan Mazer em que o emblemático ator encarna a figura de um avô ansioso por viver múltiplas experiências com o neto interpretado por Zac Efron. Por fim, para quem aprecia filmes catástrofe com invasões alienígenas 5ª vaga de J. Blakeson é o ideal pois é a adaptação a obra prima homónima da ficção científica de Rick Yancey, com suspense e muitos efeitos especiais.

Uma notícia que agradará, certamente, aos cinéfilos é a de que a Leopardo Filmes vai organizar o Grande Ciclo de Cinema Russo, que terá lugar no Cinema Medeia-Espaço Nimas, em Lisboa. O objectivo deste ciclo é a divulgação de obras que atravessam épocas e temáticas essenciais para a história e arte contemporâneas sendo muitas delas autênticas obras primas que tiveram como realizadores Sergei Eisenstein, Andrei Tarkovsky, Aleksandr Dovzhenko, Larisa Shepitko, Sergei Bondarchuk, Marlen Khutsiev, Andrei Konchalovsky ou Aleksandr Sokurov. A primeira fase terá início em 11 de Fevereiro prolongando-se até 16 de Março, com exibição da obra integral do consagrado cineasta Andrei Tarkovsky. Este ciclo revela-se, portanto, uma boa oportunidade para (re)ver obras imortais.

Luísa Oliveira

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imageSILVA, Daniel, O Assalto, 2014, Bertrand Editora

Gabriel Allon, o protagonista de “O Assalto”, é um espião israelita e restaurador de arte. É incumbido de apanhar o assassino de Jack Bradshaw, um colecionador de arte ilegal, cujo cadáver é encontrado por um amigo do protagonista, pelo que, para o ilibar, Allon terá de descobrir o verdadeiro assassino.

A investigação desenrola-se em Inglaterra e França, descobrindo o protagonista que o assassinado estava envolvido numa transação de um quadro de Caravaggio.

Para tentar encontrar esta obra, Allon e a sua equipa montam uma armadilha. São bem sucedidos, no entanto, o intermediário do coleccionador ilegal aparece morto, ficando, naquele momento, arruinadas as hipóteses de descobrir o quadro.

Ao dirigir-se à caixa-forte de Bradshaw, Allon encontra uma carta endereçada a si, escrita pelo falecido. Ao lê-la, descobre que era o presidente sírio que se encontrava na posse do quadro desaparecido, bem como a localização de parte dos bens deste.

Mais tarde, o protagonista ganha acesso aos ativos do presidente sírio num banco austríaco. No entanto, através de chantagem, é obrigado a devolvê-los. Apesar disso, não fica de mãos a abanar pois consegue descobrir a identidade do assassino de Jack Bradshaw.

Para concluir a sua busca pelo Caravaggio, o protagonista regressa a casa do assassinado, percebendo que este tinha doado um quadro a uma igreja. Allon, um especialista em restauro, remove a camada superficial de tinta da obra, revelando o quadro perdido sob esta.

 É precisamente essa a minha parte preferida do livro – o momento que antecede esta descoberta:

[…] – O que se passou com o retábulo?

      – Foi roubado há cerca de um ano. O Signor Bradshaw despendeu imenso tempo a tentar recuperá-lo. Mais tempo que a polícia – acrescentou o padre – Lamento dizê-lo, mas o nosso retábulo tinha pouco valor artístico ou monetário.

     – E ele conseguiu encontrá-lo?

     – Não – respondeu o padre – Por isso, substituiu-o por um da coleção particular dele.

     – E quando foi isso? – perguntou Gabriel.

     – E onde está o retábulo agora?

     – Ali – respondeu o padre, inclinando a cabeça para a direita. – Na igreja. […]

Gostei bastante deste livro devido ao facto de misturar acontecimentos reais com fictícios, o que faz com que a história nos pareça quase real. Notei isto, por exemplo, em

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“Natividade com S. Francisco e S. Lourenço”, Caravaggio

toda a história à volta do quadro de Caravaggio (pintor italiano famoso, que viveu entre 1571 e 1610), que existe mesmo, intitulando-se “Natividade com S. Francisco e S. Lourenço” e que, de facto, foi roubado de um museu. No entanto, o seu paradeiro nunca foi descoberto, sendo a parte do livro que narra o aparecimento da pintura totalmente fictícia.

Além disso, assuntos sobre espionagem interessam-me bastante, bem como histórias relacionadas com conflitos armados, como é o caso da guerra da Síria, assuntos estes que estão amplamente presentes nesta obra.

Por fim, penso que o modo como a ação se desenrola fornece à leitura um carácter “viciante”, pelo que as cerca de quatrocentas e cinquenta páginas passam a voar.

Por todas estas razões, recomendo este livro, principalmente a quem se interessa pelos assuntos anteriormente mencionados.

 Tomás Noválio,  10ºB

 

 

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