No âmbito das actividades que integraram o Dia da Escola, este ano subordinado ao tema (Bio)diversidade, organizou-se um workshop, patrocinado conjuntamente pelos grupos de História e Geografia e pela BE que visava celebrar a diversidade na sua vertente cultural.
O Mundo na Escola, assim se designou esta actividade, visava revelar aspectos dos universos culturais dos alunos da nossa comunidade escolar que são de origem estrangeira. Embora na sua maioria estes alunos sejam falantes de português, por serem oriundos de países outrora colónias portuguesas, com os quais se mantém laços privilegiados, (Palops e Brasil), não é menos verdade que outros há que são oriundos de regiões europeias bem distantes, historica e culturalmente, como as comunidades dos Países de Leste. Outros, por enquanto poucos, são provenientes de outros continentes, como os chineses, e as dificuldades de comunicação tornam-se por vezes muito difíceis de superar.
Estamos porém a falar de comunidades razoavelmente integradas, por mérito próprio e por condições sociais, económicas e culturais favoráveis. No entanto, nem sempre se tem consciência do esforço que muitos destes alunos tiveram que fazer, ou fazem, para se integrarem na nossa escola. Basta lembrar que muitos dos curricula são assumidamente eurocêntricos, com tónica no lado ocidental da europa, se não mesmo tendicionalmente “nacionais” e que muitos destes seus destinatários em casa falam romeno, ucraniano ou crioulo.
Foi o reconhecimento desse esforço que se pretendeu revelar nas apresentações deste workshop. Somos uma escola que acolhe várias culturas mas muitas vezes estas ficam remetidas à rememoração dos seus portadores. A pluralidade deve ser conhecida, valorizada. Pretendeu-se dar visibilidade a esse encontro de culturas, torná-lo uma experiência de partilha, propiciadora de integração, de tolerância e enriquecimento. Simultaneamente foi uma experiência mobilizadora de competências para os alunos que nela participaram, pela pesquisa que exigiu a exposição das suas experiências, pela selecção e composição da realidade que apresentaram, como se reviram nelas, as representações que têm das suas comunidades. Foi também, e sobretudo, um momento grato para eles, por serem poucas as oportunidades que têm de partilharem que é mais significativo para si e do que os identifica no meio da comunidade escolar.
Tudo isto se revelou no empenho que dedicaram à actividade e no número de alunos que aderiram à iniciativa, tornando escassos os noventa minutos que estavam programados, obrigando assim ao agendamento das outras apresentações para dia 21 de Maio (Dia da Escola II) e também Dia Mundial da Diversidade Cultural.
Cristina Teixeira e Fernando Rebelo