No dia 8 de março, o autor, jornalista e historiador José Milhazes conversou com alunos das turmas do 12º Línguas e Humanidades com o intuito de promover o seu livro mais recente “As Minhas Aventuras no País dos Sovietes” (2017) e de expor algumas ideias e histórias sobre o comunismo e as suas experiências pessoais passadas num país com aquela ideologia.
Milhazes, nascido na Póvoa de Varzim de uma família humilde de pescadores, partiu para a União Soviética em 1977, onde iria tirar a licenciatura em História e viver numa sociedade comunista, algo com que ele, firme apoiante da ideologia marxista, há muito sonhava. Em vez de voltar logo para Portugal, o historiador casou-se e ficou a viver lá durante muitos anos. Tendo lá chegado durante o governo de Brejnev, acompanhou esse período e tudo o que se seguiu, incluindo o fim da URSS. Desde 1989 que Milhazes, devido à sua posição e vivências, escreve para jornais portugueses e comenta sobre assuntos atuais que envolvam a Rússia.
A sessão começou com uma (quase) breve introdução, em que o convidado se apresentou aos presentes e falou sobre as suas aventuras no país dos sovietes, sobre a atual Rússia e sobre a evolução de Portugal, do seu ponto de vista. Depois, alunos e professores tiveram a oportunidade de colocarem as suas questões. Estas abrangeram vários tópicos, e receberam respostas ainda mais amplas que, apesar de serem longas e algo dispersas, acabaram por responder a muitas outras perguntas também, algumas das quais ninguém tinha sequer pensado!
Algumas das questões colocadas foram sobre a sua visão relativa ao caráter repressivo da URSS (e como se compararia ao Portugal pós-Revolução de que ele tinha saído), “acha que o marxismo ou algum tipo de neomarxismo ainda faz sentido? ”ou ainda a sua opinião sobre a violação de direitos humanos na atual Rússia. José Milhazes respondeu com várias histórias e opiniões pessoais, remetendo várias vezes aos seus livros e também aos artigos e crónicas escritos para jornais como o Observador. No final, os presentes tiveram a oportunidade de receber autógrafos nos seus livros e alguns até de ficar na sala por mais algum tempo e conversar com o autor.
O feedback vindo de alguns dos alunos presentes é positivo, mas muitos afirmaram que, apesar do privilégio de terem contactado diretamente com alguém que experienciou eventos aprendidos em aulas de História, o facto de José Milhazes ter divagado muito na sua introdução e nas respostas, limitou a intervenção de alguns alunos, já que esta estava limitada por tempo e muitas questões ficaram por perguntar ou por melhor esclarecer. Isto, claro, seria resolvido com uma segunda visita!
Alice Santos e Carla Miranda, 12ºD
A história de José Milhazes é uma inspiração para vários alunos que se maravilhavam a ouvi-lo sobre tudo o que tinha para contar. Informados acerca do seu trabalho e entusiasmados para compreender melhor o seu livro, foram colocadas questões variadas sobre política, economia e até lhe foi pedida a opinião sobre problemas atuais que o nosso mundo enfrenta.
O autor demonstra muito conhecimento relativamente à história da Rússia, dos tempos soviéticos e à atualidade do presidente Putin. O autor também transmite imensa informação sobre as suas experiências que são fascinantes e demonstram grande coragem da sua parte!
Os alunos da escola Daniel Sampaio desfrutaram de uma oportunidade única de conhecer a história para além dos livros, através de alguém com muita informação para transmitir, um gosto histórico enorme e, certamente, uma enorme vontade de aprofundar todos estes acontecimentos.
Entre as histórias e “ideologia” abordada pelo autor, foi importante ter realçado que o conhecimento deve sempre ser questionado e a aprendizagem nunca é demais. A aprendizagem e os fenómenos históricos são privilégio a que todos nós temos acesso, de modo que cabe a cada um de nós, como indivíduos de uma sociedade desenvolvida, buscar o conhecimento e a vontade de aprender.
Após uma experiência única e impactante em que o tempo passou a voar, todos esperam ansiosamente repetir este encontro continuando a acompanhar o trabalho feito por este célebre historiador, na esperança de, talvez no futuro, usufruir novamente de tal oportunidade para que todas as perguntas que ficaram por colocar sejam respondidas e a nossa visão histórica seja ampliada.
Stephanie Vidal, 12ºD
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