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Archive for Abril, 2015

Eram outros tempos… Estávamos em 1995, eu tinha acabado de recusar fazer o Doutoramento em Engenharia Bioquímica depois de ter estado como bolseiro em investigação durante 2 anos na FCT e fiquei colocado na Escola Secundária da Sobreda, na altura conhecida como “Vale Figueira”, a dar aulas de Fisica-Química. Nesse ano tomava posse como Ministro da Ciência e Tecnologia do XIII Governo Constitucional o Professor José Mariano Pires Rebelo Gago. Licenciado em Engenharia Electrotécnica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa, em 1971, doutorou-se em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1976. Foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Tecnologias da École Polytechnique, de 1971 a 1976, e na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, de 1976 a 1978. Agregado em Física, desde 1979, no Instituto Superior Técnico, foi presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, vulgo JNICT,entre 1986 e 1989. Foi presidente do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa, e Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico.

mgago (2)A escola era muito diferente daquilo que é hoje. A nossa Biblioteca, por exemplo, tinha apenas 1 ou 2 computadores e eram poucas as pessoas que se “aventuravam” a mexer neles. Apesar de já existir internet, apenas as pessoas que tinham estado em contacto com ela nas Faculdades sabiam o que era isso. As escolas ainda não sabiam sequer o que era montar um sistema em rede… Os telemóveis eram coisas de “ricos” e estávamos ainda a começar com a tecnologia GSM, global system mobile. Ou seja, o telemóvel era apenas para…fazer e receber chamadas!

Pois bem, passado um ano, e já como Ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago começou a “revolução silenciosa” da Ciência em Portugal. Digo “revolução” pois quebrou o modo como a Ciência era vista em Portugal. De certa maneira, “democratizou-a” fazendo que todos pudessem ter acesso a ela e não apenas alguns. “Silenciosa” pois fez de um modo discreto, sem grandes alaridos e sem falsas arrogâncias.

Na altura, e a convite do Coordenador da Biblioteca da nossa escola, Prof. Fernando Rebelo, comecei a trabalhar como colaborador da Biblioteca. São tempos que guardo com saudade. Eu, o Fernando, o Filipe e o Sérgio, fomos pioneiros da revolução informática da nossa escola. Lembro-me, por exemplo, de gravar em disquetes de 3 ½ polegadas sites de interesse didáctico-pedagógico e de digitalizar artigos de revistas e jornais para que fosse criado uma espécie de arquivo…Sim, na altura não havia Google nem Yahoo e fomos uma das primeiras escolas a fazer este tipo de armazenamento. Fomos também uma das primeiras escolas a criar a Sala Nónio, com mais de uma dúzia de computadores “topo de gama” ligados em rede (lembram-se da formação, Fernando e Filipe, em que tínhamos a “fina nata” dos professores do concelho a aprender como é que se montava uma rede com as fichas RJ45?).

Mas não era apenas ao nível informático que se operava esta revolução. O Programa Ciência Viva, do qual fui colaboradorMarca_Ciencia_Viva durante alguns anos, permitiu que as escolas conseguissem ter acesso a diverso material laboratorial. Lembro-me, com saudades, do entusiasmo com que os meus alunos se inscreviam nos Cursos de Verão, onde passavam 1 ou 2 semanas numa instituição do ensino superior a aprender ciência.

Podia continuar com outros exemplos. Mas o que me interessa referir é que essa “revolução silenciosa” com tantos Programas teve na sua génese um denominador comum: o Professor Mariano Gago, e a sua visão daquilo que devia ser a Ciência em Portugal. Na primeira década mgago (1)deste milénio, Portugal foi o país que mais cresceu em número de doutorados e parte do mérito, como é óbvio, é dele. As pessoas passaram a apostar mais na sua formação, a querer valorizar-se profissionalmente e o resultado foi um crescimento abissal em termos de doutoramentos e mestrados (que não foi devidamente assimilado pelo tecido empresarial, mas isso é outra história). O que é certo é que houve um tempo “antes de Mariano Gago” e outro “após Mariano Gago”. Ele mudou o Paradigma da Ciência em Portugal e será, estou certo, lembrado por muito tempo por isso. Esta simples homenagem que lhe presto é de alguém que reconhece a importância do seu contributo para que hoje a ciência seja acessível a todos, seja através dos inúmeros Parques Ciência Viva, abertos a escolas e público em geral, seja através dos inúmeros programas de investigação científica que proliferam nos meios académicos e não só. O exímio professor de Física, pois é assim que gosto de recordar-me dele, e que enquanto Ministro sempre colocou todo o seu empenho em prol do serviço público, ou seja, o seu interesse sempre foi a divulgação e disseminação da ciência em Portugal, e não o “carreirismo político-partidário” de tantos outros, ficará para sempre recordado como alguém que contribuiu para o engrandecimento de Portugal enquanto Nação. E por isso curvo-me, respeitosamente, perante a sua memória…

homenagem a Mariano Gago no "Ciência Viva"

homenagem a Mariano Gago no “Ciência Viva”

Rudolfo Pereira (professor de Química da ESDS)

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Esta imagem simboliza nascimento, representando o criar algo inovador, como este escritor criou. O conjunto de todas essas criações é o universo “pessoano”. O centro desse universo é o ovo inteiro, é Fernando Pessoa, com tudo o que ele inclui e o assombra.

imagem original da autora do texto

imagem original da autora do texto

Porquê um ovo? Este ovo é invulgar, diferente de tantos outros, de todos os que habitualmente se vêm. Na realidade um ovo é a primeira célula de um novo ser, tendo, portanto, a capacidade de gerar todos os tipos de células de que esse ser será constituído, designando-se, portanto, célula totipotente. É uma célula que tem tudo, o que lhe tira a identidade própria, a especificidade, apesar de no fundo a ter.

Um ovo no qual surgiu mais do que apenas uma gema, um ser intrinsecamente diferente! Este ovo é uma metáfora de Fernando Pessoa, na medida em que dentro dele surgiu mais do que apenas uma personalidade, diferenciando-o dos restantes artistas. A heteronímia torna-o semelhante a uma célula totipotente e surgiu devido ao fingimento (construção), que ele considera ser a base da poesia e da arte.

Mas o que acontece ao ovo? O que acontece a Fernando Pessoa? O que são exatamente cada um desses poetas por ele criados? Ora, tudo o que surgiu com base no início já existia inicialmente, porém estava tudo junto e indiferenciado. Fernando Pessoa não desaparece, todavia, passa a ser uma entre as inúmeras células (isto é, poetas/personalidades) que dele surgiram. Ele passa então a designar-se por ortónimo e os restantes poetas que dele surgiram são os heterónimos. Este poeta, no seu ovo inicial sem identidade, dividiu-se em dois, e depois em muitos mais, já com especificidade. Assim, criou poetas únicos e distintos, à semelhança das distintas funções desempenhadas por cada tipo de células.

Exteriormente, parece uma pessoa comum, assim como este ovo antes de o quebrar. Porém, ao abrir-se, constata-se que o interior já não é assim tão comum. A quebra do ovo revela o seu interior e representa o momento de quebra da sua personalidade, isto é, quando a sua personalidade muda e passa a comportar-se e a escrever como um dos seus heterónimos. O serrilhado recorte da casca simboliza a sua instabilidade, que é causadora da rutura e também a sua dor. Por sua vez, a parte lisa da casca, que na realidade não é lisa, mas sim porosa, demonstra que mesmo o que à primeira vista parece bem, na realidade, ao observar mais detalhadamente, encontra-se também muita instabilidade.

Cada heterónimo novo que se desenvolve é representado por uma gema, enquanto que a clara é o seu ambiente, o que o alimenta e o faz crescer, ou seja, todas as vivências do escritor, incluindo todo o contexto artístico, cultural e social da sua época.

Este ovo está rodeado de sombras! O poeta está envolto em angústia existencial, dor e infelicidade! Estas sombras representam o conflito da sua alma, sendo o lado negro do universo “pessoano”. Mas mesmo na mais profunda escuridão existe luz, daí a existência de gradações de sombras com diferentes tons, sendo que as mais claras e praticamente inexistentes representam a luz que salva o ortónimo, o seu mestre Alberto Caeiro.

Sonhar com ovos de gema dupla simboliza a descoberta de objetos valiosos que estavam perdidos. Neste caso, representa a valiosa descoberta dos heterónimos de Fernando Pessoa que estavam perdidos dentro dele pois, se existe uma pessoa que tem várias pessoas dentro de si, essa pessoa é Fernando Pessoa!

Esta imagem simboliza nascimento, representando o criar algo inovador, como este escritor criou. O conjunto de todas essas criações é o universo “pessoano”. O centro desse universo é o ovo inteiro, é Fernando Pessoa, com tudo o que ele inclui e o assombra.

Miriam Colaço, 12ºA

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41 CRAVOS

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FARADAY - Museu da eletricidade

FARADAY – Museu da eletricidade

Michael Faraday (1791-1867) foi um cientista do século XIX. Foi um dos pioneiros no campo de electricidade, tendo inventado o motor, o gerador e o transformadores elétricos. Formulou as leis da electrólise e da introdução eletromagnética. Concretizou várias experiências, nomeadamente, a experiência de Faraday, que consiste na movimentação de um íman por uma bobina (enrolamento de fios de cobre).

Esta experiência foi de extrema importância pois a partir dela descobriu-se como obter eletricidade por um processo que ainda hoje é utilizado. A experiência de Faraday foi também importante para o estudo do eletromagnetismo, baseando-se na análise da interação entre o campo elétrico e o magnético.

Vários historiadores e guias do Museu da eletricidade, em Lisboa, acreditam que Faraday tinha várias bússolas espalhadas por sua casa e que estudou o eletromagnetismo. Acredita-se que Faraday esteve dez anos a realizar a sua experiência, mas sem resultados. Faraday acabou por desistir e por arrumar as suas coisas. Porém, ao pegar no íman, reparou que uma das suas bússolas, que pertencia à sua experiência, perdeu o seu norte. Faraday repôs então o íman , tendo a bússola perdido novamente o seu norte. Com o íman parado no mesmo lugar a bússola não perdia o seu norte, ou seja, o campo elétrico não interagia com o magnético. Por isso, Faraday pegou novamente no íman movimentando-o para a frente e para trás dentro da bobina. Na verdade, Faraday acabara de descobrir que se obtém corrente eléctrica quando se varia o campo magnético.

 Fontes:

  • Escola Virtual;
  • Mundo da educação.com;
  • Museu da eletricidade, Lisboa.

Beatriz Ferreira, 9ºE

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aceda a informação sobre as atividades programadas para Lisboa

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Saiba +

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Imagem editada daqui

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GG

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O filme português Cavalo Dinheiro, do realizador Pedro Costa, protagonizado pelo cabo-verdiano Ventura, ganhou o prémio de melhor longa-metragem do 6ºFestival Internacional de Cinema de Múrcia, distinção que vem juntar-se ao de melhor realizador do festival de cinema de Locarno, na Suíça.

No que respeita às estreias de cinema, houve géneros para todos os gostos. No entanto, pelas temáticas tratadas, destaco Gett – o processo de Viviane Amsalem de Ronit e Shlomi Elkabetz, e Elsa & Fred de Michael Radford. O primeiro, de origem israelita, é uma inquietante e magnífica demonstração de como a religião pode ser pretexto para oprimir e discriminar mulheres mesmo numa sociedade considerada democrática. O segundo apresenta uma realidade oposta com brilhantes interpretações de Shirley MacLaine e Christopher Plummer, demonstrando que nunca é tarde para a paixão e realizar sonhos.

Mais uma vez o holocausto é tratado a partir de uma história verídica em Corre, rapaz, corre, do oscarizado Pepe Danquart. Baseado na obra do autor israelita Uri Orlev e com uma fotografia deslumbrante, apresenta-nos a dramática vivência de uma criança durante esse período terrível vivido pela humanidade. Igualmente sobre factos recentes e reais o documentário vencedor de Óscar, Citizenfour da jornalista e realizadora norte-americana Laura Poitras sobre Edward Snowden, atualmente exilado na Rússia,  que, no verão de 2013, revelou a existência, nos serviços secretos norte-americanos, de programas de vigilância em massa de comunicações, o que desencadeou algumas tensões políticas internacionais e reavivou o debate, sempre pertinente, sobre espionagem, segurança nacional e direito à privacidade.

O popular ator de semblante sisudo, Tommy Lee Jones, realiza e protagoniza um western que nos remete para os clássicos do género em The Homesman –uma dívida de honra com Hilarry Swank numa ótima prestação no papel de  uma mulher forte e determinada num ambiente hostil. Os apreciadores de Will Smith podem vê-lo em acção em Focus de Glenn Ficarra e John Requa que junta o drama à comédia. A temática do terror junta-se aos poderes sobrenaturais e misticismo em Lazarus de David Gelb para quem aprecia algum suspense e sustos. A ficção científica está bem representada em Chappie de Neill Blomkamp a partir das aventuras do robot prodígio cujas emoções são cobiçadas por muitos.

Os fãs do cinema francês, por seu turno, têm a possibilidade de assistir a mais um sucesso com a comédia romântica com o argumento sempre presente e marcante da emigração em Samba de Eric Toledano e Olivier Nakache. Ainda no mesmo género é gratificante ver Jennifer Aniston num papel dramático, diferente do que nos habituou, em Cake – uma razão para viver de Daniel Barnz. Da mesma forma, é interessante O segundo exótico hotel Marigold de John Madden com um elenco luxuoso, em que se destacam Judi Dench e Maggie Smith numa obra descontraída e com boa disposição.

Quanto a obras de animação, merece uma referência especial o último filme do realizador japonês Hayao Miyazata, considerado pela Academia Japonesa de cinema o melhor filme do género em 2013, As asas do vento. Esta obra que teve antestreia no festival Monstra, relata a história de vida do engenheiro Jiro Horikoshi que criou um avião de guerra usado pelo Japão na 2ª guerra mundial.

Também de assinalar é Home – a minha casa de Tim Johnson da DreamWorks, baseado no livro infantil The true meaning of smekday de Adam Rex, com um tema tratado com frequência sobre a urgência de defender o planeta de uma invasão alienígena. E, ainda sobre animação, é sempre agradável ver as aventuras em Londres do famoso urso peruano Paddington de Paul King. Nota ainda para a deslumbrante Cinderela de Kenneth Branagh que dá vida ao famoso clássico conto de fadas.

No que respeita a eventos no mês de Abril, de 8 a 15, o Cinema São Jorge recebe a 6ª edição do FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa com obras inéditas e de qualidade da lusofonia. De 24 a 26 de os Dias da Música regressam a Belém com o lema Luzes, Câmara… Música! com uma programação dedicada ao cinema revisitando a história da música associada à 7ª arte, através de  um conjunto  de ofertas musicais do erudito ao jazz, do fado à música latino-americana, passando pelas grandes bandas-sonoras que se tornaram fenómenos de popularidade, como, por exemplo, James Bond, Jurassic Park, Guerra das Estrelas ou O Bom, O Mau e o Vilão.

Por fim, para comemorar o mês da liberdade e reavivar memórias, a Cinemateca proporciona uma ocasião única para compreender a censura cinematográfica no nosso país, durante o Estado Novo, a partir dos próprios filmes. Este miniciclo resulta de um trabalho de investigação sobre este assunto nos arquivos da Torre do Tombo dos professores Margarida Sousa e Manuel Mozos, sendo que todas as projecções serão complementadas com os cortes de censura originais. Uma oportunidade a não perder cuja programação pode ser consulta em https://ciclosdacinemateca.wordpress.com/censura-os-cortes-e-os-filmes/.

Luísa Oliveira

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