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Posts Tagged ‘Preconceito’

Muitas pessoas seguem em busca dos seus sonhos e de melhores condições de vida, assim vão para as grandes cidades do mundo.

Assim como para brasileiros, países como Estados Unidos, Japão, Alemanha e Espanha são o sonho do progresso, para muitos habitantes dos países, como Paraguai, Bolívia e Peru, o país (Brasil) é a chance de uma vida melhor.

Luiz Bassegio, fundador da Pastoral dos Imigrantes no Brasil

A imigração é um movimento de entrada, com intenção de permanecer temporariamente ou permanentemente, para trabalhar, estudar ou residir em outro país, que não o de origem.

Geralmente, as pessoas imigram para obter melhores condições de vida, um trabalho com melhor remuneração e um ensino de melhor qualidade, mas ainda há pessoas que deixam o seu país devido a questões religiosas, políticas, ou ainda, perseguições e discriminações. Um desses exemplos é a Família Real Portuguesa, que em tempo de guerra, foi obrigada a refugiar-se na América. Nunca, nem um rei tinha abandonado o seu reino, para viver e reinar no “Novo Mundo”, embora os europeus tivessem muitas colônias, nem um rei foi a um território ultramarino para governar. Outro exemplo, são os judeus, que imigraram para o Brasil e EUA, vítimas de perseguições na Europa.

Durante o séc. XIX e em meados do séc. XX, a Europa passava por uma crise econômica e política, nomeadamente a Itália, a Alemanha, a Espanha e a Irlanda, o que levou muitas pessoas para as nações do “Novo Mundo” (E.U.A, Brasil, Argentina, Uruguai e Chile), pois estes países precisavam de mão-de-obra para continuar o seu crescimento. Muitos governos incentivam a imigração para aumentar a população. Em contrapartida, alguns governos expulsam seus imigrantes, como o atual caso do governo francês.

O governo francês anunciou no mês de Agosto, que iria repatriar cerca de 700  imigrantes ilegais em França, o que foi uma decisão bastante polêmica e que, a meu ver, dependendo da situação, é uma decisão sensata, mas só para imigrantes que tenham cometidos crimes graves.

A Europa já foi um continente mais aberto aos imigrantes, principalmente depois da guerra, pois os imigrantes “renovavam” a população e ainda constiuiam mão-de-obra barata, o que ainda hoje é uma realidade.

Assim, como muitos brasileiros vêm para a Europa tentar uma vida melhor, milhares de colombianos, bolivianos, argentinos e outros latinos vão para o Brasil, principalmente para o Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), que é a região mais rica do país. Estes ainda têm outra dificuldade para se integrar na sociedade: a língua. Até mesmo moradores de estados mais pobres do Brasil, migram para as grandes cidades, o que consequentemente, leva ao crescimento desordenado e dá origem às favelas e ao aumento da criminalidade.

Não é fácil ser imigrante. Há muita burocracia com os processos de legalização e leis “fechadas” que complicam essa condição. Assim como eu, milhares de brasileiros também emigram para a Europa e EUA, e têm dificuldades em se legalizar e conseguir um trabalho digno. Assim, temos o paradoxo: “para se conseguir trabalho tem que ter o visto. Para ter o visto, tem que ter um trabalho”.

Os E.U.A são um país que muito sofreu com este fenómeno da imigração na história da Humanidade: no séc. XVII, os escravos foram trazidos da África para o E.U.A., só tendo sido libertados em 1863; muitos latino-americanos tentam a sua sorte neste país, correndo  risco de vida, atravessando o deserto do México.  A emigração dos latinos registra algumas alterações importantes étnicas e culturais, como é exemplo disso, o facto de em alguns lugares dos E.U.A. o idioma mais recorrente ser o espanhol, pois os latinos têm mais filhos que os norte-americanos.

Durante muitos séculos, também os portugueses foram forçados a emigrar para sobreviver e conseguir melhores condições de vida, o que atualmente ainda ocorre; mas, nos últimos vinte anos, Portugal se tornou  destino de muitos imigrantes, nomeadamente das comunidades lusófonas e dos países do leste europeu, principalmente oriundos do Brasil, logo seguido por Cabo-Verde e Ucrânia. Atualmente, os imigrantes representam cerca de 5% da população portuguesa.

Enquanto o número de cidadãos estrangeiros de países da União Europeia registou uma redução de 44,7 por cento e os PALOP, uma descida de 13,8 por cento, registaram-se aumentos no número de ucranianos (31 por cento), da Moldávia (42,9 por cento), romenos (41,4 por cento) e brasileiros (53,7 por cento).

in Jornal Público

Em 2008, foram os Romenos que se destacaram pelo número de cidadãos estrangeiros que imigraram para Portugal, ultrapassando mesmo os PALOP e o Brasil.

A taxa de natalidade dos portugueses está entre as mais baixas da Europa, e estará  a breve prazo sob o predomínio de outras comunidades que procriam com percentagens elevadas de nascimentos.

Eu, como exemplo vivo disto, posso dizer que quando nós deixamos o nosso país para viver na Europa, temos uma visão muito à maneira “holywoodesca”, romântica, aquela Europa glamourosa, sem problemas, uma visão muito limitada e sonhadora. A Europa que costumamos ver nos filmes não é a mesma dos imigrantes.

Um ciclo que não pára: latinos que tentam a vida no Brasil, brasileiros que tentam a vida na Europa, EUA, Japão e em Portugal, portugueses que tentam a vida na América e em França, ou seja, nunca estamos satisfeitos com o nosso país de origem.

E ser brasileiro gera uma série de ideias pré-concebidas, especialmente em relação ao Rio de Janeiro. As pessoas ao redor do mundo pensam que no Brasil tudo é Carnaval, praia, caipirinha, favelas, “Garotas de Ipanema” e bala perdida. O problema do Rio de Janeiro é que a imprensa maximiza tudo o que há de ruim, e sobre outros países faz o inverso – minimizam os seus problemas. Não estou dizendo que não é verdade o que vemos na TV, mas geralmente este tipo de informação é sensacionalista. Alguns filmes brasileiros, como “Tropa de Elite” e “Caramdiru” também não ajudam muito: até parece que estamos em Bagdad.

É muito díficil ter uma perspectiva de um país sem o conhecer, como é o caso do Brasil, um país de tantas realidades: a do pobre e do rico, do marginal e do doutor, da felicidade e do infortúnio, das festas, mas também do trabalho árduo. Já ouvi muitos brasileiros falarem coisas que dentro da minha realidade no Brasil, seriam um absurdo, mas hoje eu compreendo.

A meu ver, é evidente que a imigração é uma experiência enriquecedora, a nível cultural e linguístico – em suma,  ganham os dois lados: o país de acolhimento uma mão-de-obra mais barata e uma possibilidade de rejuvenescimento da população; o imigrante o dinheiro e melhores condições de vida, além da grande experiência em si mesma.

Luiz Monteiro, 11º E

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Damos início a uma nova rubrica assinada pelo Luiz Monteiro do 10º E, que tem apetência pela escrita sobre temas sociais, pelo levantar de questões ligadas com os esterótipos, conflitos, ideias feitas na comunidade global em que vivemos. Desta forma, ele propõe-se abordar, desde o seu ponto de vista, conceitos sem preconceitos – e assim se vai chamar esta rubrica, que por opções editoriais, mantém as marcas da norma do português do Brasil sempre que o autor a utilizar.

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Metrossexual é o homem do século XXI – Mas para você o que é um Metrossexual? Um homem vaidoso? Um homem fútil? Um homem que se diz homem mas no fundo é “gay”? Bom, Metrossexual é um homem que se cuida (não em excesso), ele quer sempre estar na moda, nos eventos badalados, uma pessoa elegante que sabe se posicionar diante das situações, que cuida do corpo, que marca sua identidade também pela aparência, que gosta de roupas da moda (o Metrossexual não precisa necessariamente de usar roupas de moda, mais ele pode ter todos os outros requisitos), ele é simultaneamente o homem da metrópole e heterossexual. O termo surgiu em 1994 e popularizou-se  no final do século XX, tendo o jogador David Beckham como símbolo da “vaidade” masculina.

Por que razão muitas das vezes o homem Metrossexual é confundido com o gay? Ser gay implica opções/tendências de vida muito mais profundas e distintas. Por isso surge o preconceito. Porque a sociedade ainda tem tanto preconceito contra os Metrossexuais? Vamos lá saber a verdade: você prefere um homem todo arrumado, bem cuidado, unhas feitas, sobrancelha limpa, depilado (e também a depilação masculina é uma questão até mesmo de higiene pessoal), com o cabelo arrumado, e com o corpo bem cuidado ou barrigudo, careca e com a unha do pé encravada? Para mim, algumas pessoas ainda tem o pensamento que o homem deve ser barrigudo, não se deve preocupar com a aparência, apenas com o trabalho e com a família. Bom as mulheres finalmente conseguiram se tornar mais independentes agora elas cuidam da casa e dos filhos mais também trabalham, quantas mulheres hoje são os homens da casa? Se as mulheres conseguiram se libertar porque os homens não podem? E também quantos homens hoje são as donas de casa? Muitas mulheres hoje saem para trabalhar e o homem fica cuidando da casa, então a mulher que ganha mais do que o homem é mais poderosa do que ele?

Está na hora de nós deixarmos de lado o preconceito. Porquê uma mulher quando faz o “trabalho de um homem”  é pioneira e quando o “homem faz o trabalho de uma mulher” ele tem de ser forçosamente gay? Porquê, se as mulheres dormem com junto com uma amiga, elas não são homossexuais, e se um homem dorme com um amigo ele é gay? Porque uma mulher pode usar o azul e o rosa e o homem só o azul? Hoje já existem salões de beleza só para os homens, clinicas de depilação só para os homens, revistas para o universo masculino, o “dia do noivo”, e a indústria de cosméticos está cada vez mais investindo no universo masculino.

A Metrossexualidade representa o homem do séc. XXI e já é uma realidade. Não podemos ter preconceito, não só contra os Metrossexuais, mas, também contra qualquer pessoa que fuja aos padrões maioritários impostos pela sociedade. Num mundo globalizado, em que cada vez mais temos contacto com diferentes pessoas, oriundas de diversas nacionalidades, com diferentes contextos sociais, pensamentos, religiões, temos de respeitar toda essa variedade de tribos, raças, pensamentos, religiões, mesmo que não concordemos com os as suas crenças ou ideais. Se gostar é uma opção, respeitar é, sem dúvida, um dever.

Luiz Felipe Monteiro, 10ºE

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