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Posts Tagged ‘Consumismo’

O livro de que vou falar é “Madame Bovary” de Gustave Flaubert, publicado em 1857. Esta obra é um romance cuja ação decorre no século XIX e que explora os limites do amor e da liberdade.

Ema, a personagem principal, é uma jovem, pertencente à burguesia, educada num convento. Desde cedo, começa a ler fantasias românticas, as quais espera encontrar no casamento.  Quando se casa com Carlos Bovary e se apercebe que leva uma vida demasiado monótona e nada como a que teria idealizado, procura realizar o seu sonho de um amor perfeito fora do casamento. Assim, comete adultério mais de uma vez e, insatisfeita com a sua vida e com os seus amantes, começa a fazer compras fúteis e desnecessárias, acabando assim por se afogar a si e à família em dívidas.

A questão-problema que desenvolvi através desta obra é: Será “Madame Bovary” o romance dos romances?

Na minha opinião sim, pois temos de ter em mente que o romance foi escrito na década de 50 do séc. XIX. Como tal, o romance é inovador, criticando a burguesia e o clero e retratando ainda o adultério, o que seria um pecado mas, acima de tudo, um crime nesta época.

Esta obra mostra uma perspetiva de romance que leva ao adultério, algo inovador e demasiado cru no século XIX. Mas demasiado comum, nem por isso correto, no nosso dia a dia. O que seria um assunto tabu há 200 anos, atualmente está demasiado banalizado, apesar de ser errado. Provando assim que o romance é algo polémico e intemporal.

Apesar do romance ter sido publicado no século XIX, conseguimos encontrar referências evidentes na atualidade.

Passo então a explicar:

  • Ema quando não encontra o tão esperado amor perfeito, começa a refugiar-se em compras supérfluas, passando assim o seu tempo a adorar objetos e posses materiais. Em vez de, procurar amar a sua família e fazer o seu romance perfeito acontecer com Carlos.
  • Tal como nós, quando nos deparamos com um obstáculo, e não conseguimos resolver o problema que nos é pedido para superar o mesmo. Escolhemos passar ao lado deste sentindo vazio imenso correspondendo à solução. Escolhemos assim refugiar-nos em objetos e posses materiais, de forma a tentar preencher um vazio impreenchível.

Ilustração da obra por Mikhail Mayofis

Também nós, como Ema, idealizamos um romance perfeito que nos é embutido pela sociedade estereotipada em que vivemos através de livros, telenovelas, filmes românticos e até mesmo pelas redes sociais.

Muitos podem pensar que “Madame Bovary” não merece este reconhecimento, pois esta obra é só mais uma entre muitas onde, as histórias são semelhantes ou até mesmo porque não tem um final feliz como muitos esperariam num livro como este. Mas este romance é a inovação dos romances e traz consigo uma nova vertente de escrita. Quanto ao final feliz eu penso que o autor apenas procurou fazer transparecer aquilo que é a realidade e não um conto de fadas.

Algumas curiosidades que sustentam a minha argumentação:

O autor Gustave Flaubert vai a tribunal por ter publicado o livro, pois este contem ofensas à moral, religião, clero e burguesia. Para se defender Flaubert diz ser Madame Bovary “Ema Bovary c’est moi“. Pois também ele se sente preso numa sociedade completamente estereotipada, infeliz com tudo o que tem e refém das compras supérfluas.

FLAUBERT, Gustave (2017), Madame Bovary, Ed. Clube do Autor, 1ªedição

Clara Dias, 11ºC

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disponível em: http://www.youtube.com/user/sofiasimao36

E, a propósito deste pedaço da nossa História dos finais do século XX, um cartaz de Adeus Leninefilme a não perder: Good bye, Lenin, disponível na nossa biblioteca, que retrata de uma forma hilariante e comovente como se viveu a História do outro lado do Muro  pondo a nu muitos dos anacronismos desses dois mundos que o Muro dividiu e os limites do paraíso da nossa sociedade de consumo.

Outubro de 1989 era uma má altura para ficar em coma, para quem vivesse na Alemanha de Leste – e é o que acontece precisamente à mãe de Alex, uma activista do progresso social e das melhorias na vida de todos os dias na Alemanha socialista. Alex tem um grande problema em mãos, quando a sua mãe acorda do coma, 8 meses depois. O seu coração está tão fraco que o menor choque pode levá-la à morte. E o que poderia ser mais chocante do que a queda do Muro de Berlim e o triunfo do capitalismo no seu amado país?

Para salvar a sua mãe, Alex transforma o apartamento onde vivem numa ilha do passado, num museu do socialismo, onde a sua mãe é amavelmente levada a crer que nada mudou. O que começa por ser uma pequena mentira, começa a fugir ao controlo de Alex, que vê a sua mãe a querer circular pela casa, ver televisão, etc. «Good Bye Lenin» conta a história de um filho que tenta mover montanhas e criar milagres para restaurar a saúde da mãe – e mantê-la na ilusão de que Lenin tinha ganho a batalha contra o capitalismo.

in «DNmais», 20 Set. 2003, disponível em: http://www.cinema2000.pt/ficha.php3?id=3677

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