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Posts Tagged ‘Audiovisual’

Actualmente vivemos na sociedade da informação rápida. Apenas com um clique podemos obter qualquer informação em qualquer parte do mundo. Porém, faço-me uma pergunta sobre esta nova sociedade e desta nova cultura, a cultura da informação: será que isto é prejudicial às pessoas? Se o problema dos antigos era a falta de informação o nosso é totalmente o contrário: o seu excesso. Será que todo o investimento nesta sociedade tecnológica faz sentido?

Tenho observado no ambiente escolar que este excesso de informação tem sido prejudicial aos alunos – um desses exemplos é quando temos que ler um livro ou simplesmente fazer um trabalho. No caso do livro, grande parte dos alunos não o lêem, mas fazem o download do resumo na “Net”, porque isto é muito mais fácil do que ler uma obra. Não estou dizendo que não podemos ler um resumo ou tirar informações da “Web”, no entanto, precisamos ter cuidado com este facilitismo, pois com ele adquirimos informações, porém não O Verdadeiro Conhecimento. Conhecimento é uma coisa e Informação é outra. Conhecimento é obtido através da recolha de informações e da observação, é a forma como elaboramos mentalmente a representação da realidade, é a construção, o acto do sujeito de conectar informações. Conhecimento não é sinónimo de informação, ainda assim, o conhecimento precisa da informação.

Portanto, sabemos tanto que nada sabemos, porque temos acesso a tanta informação, mas tudo muito artificialmente. Essa geração da informação não se preocupa em memorizar nada. Para quê? Se com um clique, a partir do nosso telemóvel, podemos obter qualquer informação. Isto é o mal da nossa sociedade, temos o nosso cérebro, que podemos comparar a um Ferrari, porém andamos com a velocidade de um triciclo.

Outra coisa que devo mencionar é a falta de iniciativa e interesse na nossa sociedade. Desde a adesão à União Europeia, Portugal tem acesso a fundos comunitários como, por exemplo, fundos para educação, para apoiar projectos inovadores, etc. E, com todos estes investimentos, os jovens estão interessados em fazer alguma coisa? Não posso dizer que não, porque cairia na generalização, mas a grande maioria não está. Vivem a vida como se fosse um “videoclip”. Podemos e devemos curtir a nossa juventude, mas com um pouco mais de responsabilidade social e sempre pensando no amanhã.

“De acordo com os últimos dados divulgados pelo governo em relação ao período 2000 a 2005, a União Europeia disponibilizou 17.768,7 milhões de euros de fundos comunitários mas o nosso País, nesse período, só utilizou 13.165,8 de euros, ou seja, não foram utilizados 4.602,8 milhões de euros que podiam ter sido utilizados até ao fim de 2005 para melhorar a qualificação dos portugueses, modernizar e aumentar a competitividade da economia, e reduzir as graves assimetrias que existem entre as várias regiões do País. Esta situação é ainda pior do que a verificada no fim de 2004, pois até a 2004 não tinham sido utilizados 4.602,90 milhões de euros”  (Eugénio Rosa).

Ao invés de ficarmos reclamando de Portugal, que é isto ou aquilo, que aqui não tem nada de bom, não se produz nada, podíamos gastar esta energia, em projectos com fundos comunitários. Imaginem como 4.602,90 milhões de euros poderiam ajudar a melhorar neste país, em infra-estruturas, por exemplo. Mas o que falta é o empreendorismo e a falta de inciativa. Estamos vivendo uma crise, sim, porém temos o dinheiro da UE e todos os anos desperdiçamos milhares de euros, enquanto estamos reclamando. Reclamar, reclamar e reclamar, não melhora o país, mas tomar iniciativa para fazer e acontecer, isto sim.

Em suma, temos tanto que nada temos, temos milhares de euros para serem investidos dos fundos comunitários, só nos faltam pessoas com um espírito empreendedor, para avançar com este país. Se nos outros países, ditos do 3º Mundo ou em desenvolvimento, o problema é a falta de recursos disponíveis para investir na população, na Europa, dito 1º Mundo, o problema já é ao contrário: temos tanto que nada temos.

(Em forma de protesto contra esse excesso de informação,contra essa sociedade de audiovisuais, resolvi fazer um post sem nenhuma imagem.)

Luiz Monteiro, 11ºE

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