Prémio
Uma “biblioteca de sonho” é, no mínimo, uma expressão estranha numa sociedade em que tudo o que é “de sonho” se afasta cada vez mais do livro. Mas, como diria Neil Gaiman, “um livro é um sonho que tu seguras nas tuas mãos”, e se calhar é mesmo isso que falta nesta sociedade, sonhar.
Se calhar é isso mesmo que nos falta, falta-nos os mundos, as personagens a ficção, falta-nos as lágrimas, o riso, o suspense, falta-nos descobrir o mundo sem sair do quarto, falta-nos viver mil vidas num virar de página.
E, se um só livro é tudo isto, então o que será uma biblioteca senão a porta para um novo mundo? Porque nunca uma biblioteca é “apenas uma biblioteca”, é, porém, uma nave espacial, que nos leva aos mais longínquos cantos do universo, ou uma máquina do tempo, que nos transporta do passado para o futuro num simples piscar de olhos, ou uma professora, que tem mais a ensinar que qualquer ser humano, ou uma amiga que te entretém e consola, quando mais ninguém o consegue fazer – mas, acima de tudo, um refúgio, para uma vida melhor e mais feliz.
É certo, então, que nunca uma “biblioteca de sonho” precisou de ser grande, bem decorada, ou ter livros mais eruditos, uma “biblioteca de sonho” não precisa mais do que um livro, daqueles que nos fazem sonhar, e apenas um leitor, de preferência, daqueles que ainda sabem sonhar.
Lara Alves, 12ºE
Menção Honrosa
A minha biblioteca de sonho teria a mesma função que as bibliotecas atuais: preservar o que de melhor há no mundo, os livros.
Esta minha biblioteca paradisíaca seria acessível a todos os que dela quisessem desfrutar, independentemente das idades. A sua estrutura seria de vidro e as poucas paredes deveriam ter cores vivas e alegres.
Para além das estantes mágicas com toda a variedade de livros, imagine-se a entrar numa sala deslumbrante, sobre um grande e retângular tapete vermelho, cujas portas cor de mel convidam o leitor a entrar. Experimente olhar à sua direita. Sentado nessa modesta cadeira pode observar Fernando Pessoa, que o espera para conversar. Entre e satisfaça a sua curiosidade. Saia e dirija-se a qualquer uma das outras centenas de portas nessa sala, pois, em cada uma delas, encontrará um grande escritor que anseia dialogar consigo, respondendo a todas as suas inquietações.
A minha biblioteca de sonho daria vida aos livros, mas, principalmente, aos seus escritores, pois mais do que preservar os livros, é preservar a memória de quem os escreveu.
Sara Boisseau dos Santos, 11ºB
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