Defendo que a comunidade escolar deve ter um papel activo na formação dos seus alunos a todos os níveis, incluindo a nível sexual.
Antes de mais, penso que é importante referir que o termo “educação sexual” tem como base a sexualidade em geral, e não apenas relações sexuais. Como tal, a “educação sexual” abrange os mais variados temas, como as relações sociais e emocionais entre indivíduos, sentimentos e aceitação de diferentes perspectivas e experiências em relação à sexualidade.
Assim sendo, não é correcto afirmar que os professores não têm habilitações para “ensinar educação sexual”, pois trata-se de algo que deriva de experiências vividas e certamente será do conhecimento de qualquer professor.
É importante também referir que um dos principais objectivos das escolas é a formação de indivíduos responsáveis e bem formados a todos os níveis. Qual será então o motivo que nos leva a excluir a sexualidade? A verdade é que existem ainda muitos tabus e preconceitos relativamente a temas relacionados com a sexualidade, que logicamente dificultam qualquer diálogo sobre este tema. Enquanto não for aceite que a sexualidade é algo com que lidamos diariamente, sendo por isso um tema que deve ser falado de forma natural, será complicado envolver as escolas na form ação dos alunos a este nível. Considero então o abandono destes preconceitos absolutamente necessário para a evolução da sociedade.
Por outro lado, defensores da tese de que não compete à escola promover a educação sexual dos seus alunos afirmam ainda que a abordagem da sexualidade nas escolas é um incentivo ao início precoce da vida sexual dos alunos. Penso que este argumento revela, acima de tudo, falta de conhecimento do significado e da abrangência da expressão “educação sexual”, dando a entender que esta se limita apenas a relações sexuais, ignorando tudo o resto.
Conhecendo o significado da expressão “educação sexual” não existem dúvidas de que a comunidade educativa lida diariamente com a sexualidade dos alunos, muitas vezes mais do que os próprios encarregados de educação. Como tal, compete sem dúvida à escola, em conjunto com os encarregados de educação, promover a educação sexual dos jovens, pois a escola não deve ter apenas como objectivo formar indivíduos a nível profissional, mas também a nível social e emocional, pelo que deverá abranger todos os aspectos da vida dos seus alunos, incluindo a sexualidade.
Ana Margarida Campos, 11º B
A meu ver, é muito importante que haja disponibilidade por parte das escolas para falar sobre educação sexual, não discordando que os pais se devem propor a falar com os seus educandos sobre este tema.
Hoje em dia, existem cada vez mais casos de gravidezes indesejadas principalmente na adolescência e de doenças sexualmente transmissíveis. Perante isto, é muito importante sensibilizar a comunidade, e quanto mais cedo for, maior será o efeito. A maioria dos “acidentes” deve-se principalmente à falta de informação, e por vezes a relação entre pais e filhos não permite a discussão sobre temas delicados como este, ou porque os pais não falam, ou porque os filhos têm vergonha de perguntar. Sendo esta situação muito frequente, compete às escolas evitar que haja falta de informação e incentivar os alunos para que estes tenham uma vida sexual segura sem dúvidas e sem erros.
Contudo, as gravidezes e as doenças sexualmente transmissíveis não acontecem só pela falta de informação acerca dos métodos contraceptivos mas sim também pela falta de informação sobre as consequências que poderão surgir se não os usarmos, e mais uma vez compete à escola informar os alunos de tudo o que poderá suceder se não tiverem em conta práticas de contracepção.
Mais do que a educação sexual por parte dos professores, já há escolas que possuem um gabinete de sexualidade e que é muito mais vantajoso para aqueles que sentirem vergonha de tirar certas dúvidas com um professor, pois no gabinete as perguntas podem ser feitas em anonimato: aqui está um bom método de evitar falta de informação.
Contudo, é também muito importante falar sobre a sexualidade com os pais, pois nas escolas é possível tirar dúvidas e informarmo-nos acerca do tema, mas, se quisermos iniciar a nossa vida sexual, é necessário uma consulta de planeamento familiar e aí compete aos pais levarem os filhos ao médico de família para que este nos possa indicar o método contraceptivo mais adequado, assim como esclarecer-nos sobre todos os aspectos relacionados com ele.
Assim, é muito importante a educação sexual ser abordada quer pela escola quer pelos pais, mas a escola tem um papel fundamental para evitar que muitos alunos cometam erros.
Joana Pinto, 11ºB
Imagens: daqui, daqui, daqui, daqui e daqui
Em teoria, parece que tudo funciona, apesar de na prática ainda existirem muitas falhas e objectivos não cumpridos. Resta apenas avançar com este projecto e ver no que dá.