No mês das nomeações para os Óscares não é demais relembrar que bem perto de nós há iniciativas que valorizam as obras cinematográficas. É o caso do Cineclube Impala no Auditório da Costa de Caparica localizado no Centro comercial O Pescador que, todas as quintas feiras, apresenta filmes enquadrados em ciclos sendo o de fevereiro dedicado ao excelente cinema francês.
Quanto às nomeações para a 89ª edição dos Óscares, o anúncio para as vinte e quatro categorias foi feito apenas via Internet estando a cerimónia marcada para 26 de fevereiro em Los Angeles, com apresentação de Jimmy Kimmel.
Não foi surpresa o facto da obra LA LA Land de Damien Chazelle ter sido a mais nomeada pois tem arrecadado prémios em vários festivais e com 14 nomeações em treze categorias (duas canções para o prémio de melhor canção original) iguala recordes anteriormente atingidos. É um filme bastante agradável e apesar de representar o regresso do musical, um género com poucos apreciadores, não deixa de ser uma história de amor sem final feliz entre uma pretendente a atriz e um pianista, papéis desempenhados por Emma Stone e Ryan Gosling num argumento que também salienta importância de cada um nunca desistir dos seus sonhos.
Outro filme premiado com seis nomeações é o excelente drama Manchester By the Sea de Kenneth Lonergan, com um elenco de grande qualidade encabeçado por Casey Affleck que, de forma simples e subtil, apresenta uma personagem que carrega o fardo da culpa e a dor de uma tragédia pessoal. Este ator tem uma interpretação soberba nesta obra comovente e intimista sobre situações pessoais e familiares de dor e perda, no presente e no passado mas também apresenta momentos divertidos a partir de situações do quotidiano.
Num género diferente, A Morte de Luís XIV, do realizador catalão Albert Serra, é mais indicado para os que apreciam enredos mais ou menos credíveis envolvendo figuras históricas, neste caso, o poderoso Rei Sol nos seus momentos finais. O filme de Albert Serra teve grande êxito em Cannes, tendo o seu protagonista, Jean-Pierre Léaud, recebido a Palma de Ouro pelo conjunto da sua carreira.
Um filme oportuno, já que a política americana está na ordem do dia, Miss Sloane – Uma Mulher de Armas, do conceituado John Madden, é um interessante thriller sobre os meandros do poder político americano,com Jessica Chastein no papel de uma lobista profissional.
Uma estreia aguardada, pois envolve situações vividas por portugueses, Silêncio, do prestigiado Martin Scorsese, adapta o romance homónimo de Shusaku Endo sobre a violenta história do cristianismo no Japão nomeadamente no século XVII. Liam Neeson interpreta o padre jesuíta português Cristóvão Ferreira cuja informação de que tinha renunciado a Deus leva dois jovens jesuítas àquele território distante. É um filme que provoca reações e análises diversas sobre o martírio e os limites da fé face à tortura e agonia e de como é interpretado o silêncio de Deus face os mártires.
Por fim, A Desaparecida, o Aleijado e os Trogloditas de S. Craig Zahler, apesar de classificado como um western, faz lembrar filmes de terror pela crueza e violência apresentada na busca por uma mulher raptada por canibais, caracterizando de uma forma autêntica o velho oeste americano.
Luísa Oliveira
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